CAFÉ

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Eu costumava ter alguém com quem tomava uma xícara de café. Ele costumava aparecer para o final de semana e em algumas ocasiões, passava semanas. Era divertido quando ele estava aqui. Havia uma alegria que eu normalmente não costumava demonstrar em sua ausência. Algo me diz que era porque sua presença era contagiante.

E quase todas as tardes uma garrafa de café quente nos esperava. Tem sido algo meu, sabe? Fazer café e torcer para que as pessoas aprovem. E a gente bebida e comia alguns biscoitos e sorria quando dizia que éramos duas senhoras inglesas em um encontro da tarde, conversando sobre a vida.

Mas ele era apenas um amigo, daqueles que você pensa que estará ao seu lado por toda uma eternidade. E vez ou outra, ele te faz entender que não é prioridade. E aquele receio de ser descartável te invade e você começa a se sentir inseguro. Porque está crescendo e ficando velho e algumas pessoas precisam ficar.

E se desespera quando tudo que você vê é totalmente o oposto do que você sonhou. E o café continua aqui, servido quente todas as manhãs e tardes e principalmente durante os finais de semana. O café continua aqui. E algo me diz que durante esses dias cinzentos e sem vida, essa será a única coisa que terei por aqui. 

O que um garoto de 20 e poucos anos tem a dizerOnde histórias criam vida. Descubra agora