Cap 2 • 𝑬𝒏𝒄𝒐𝒏𝒕𝒓𝒐 𝑪𝒐𝒎 𝑨 𝑴𝒐𝒓𝒕𝒆

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PS: o acordo com a morte...

Fiquei tonta com a batida muito forte, tirei o meu sinto de segurança e tentei me aproximar de Rian, ele está muito mais machucado, há sangue por parte de sua blusa, tem graves ferimentos na sua cabeça, mais felizmente ainda ouço sua respiração.

Desesperada tentei tirar seu sinto de segurança, mais está emperrado, vou ficando mais nervosa até finalmente conseguir; empurrei a porta do carro e abre, puxei ele com dificuldade para fora do carro, começo a chorar, lembro do amuleto e do que minha mãe me disse...

"Ele é pra te trazer felicidade, paz, confiança e PRINCIPALMENTE SEGURANÇA!"

É bem esquisito eu pensar logo agora, mais pelo incrível que pareça fez sentido para mim, ao receber aquele amuleto recebi a responsabilidade de manter as pessoas que eu amo em segurança.

Rapidamente tiro ele de mim e coloco no pescoço do Rian, sei que pode parecer idiota eu fazer isso, mais eu me tranquilizaria se ele estivesse usando e não eu.

-- Merillyn! Merillyn, amor! -- ele me chamou com a voz fraca.

-- Meu amor! Fique calmo, eu vou chamar a ambulância -- disse, viro o rosto olhando para o carro todo amassado, meu celular deve estar lá.

-- Não, fique aqui comigo! Por favor! Eu preciso de você, nos meus últimos minutos de vida -- ele disse pegando minha mão.

-- Não diga isso, a gente vai ficar bem e juntos, talvez não dê para nos casar amanhã, mais não tem problema adiar para mês que vem, o importante é que vamos ficar juntos! -- disse chorando muito.

-- Eu te amo, não se esqueça disso... nunca! -- sua voz quase não saía.

-- Eu sei, e você vai me lembrar disso todos os dias por muitos, muitos anos; só preciso buscar ajuda -- disse soluçando.

Vou até o carro mancando, pois devo ter machucado a perna, pego meu celular em cima do banco (deve ter caído), ao seu redor ter vários cacos de vidro das janelas. Volto e me ajoelho ao lado de seu corpo, em sua poça de sangue, começou o digitar com a mão trêmula por conta do nervosismo e também da chuva muito fria; é horrível olhar para Rian e o vê-lo ensanguentado e morrendo.

-- Por favor, lute pela sua vida e pela vida que ainda vamos construir juntos -- pedi ainda chorando; seguro sua mão, e coloco o celular no ouvido, a ligação começa a chamar e nada de alguém atender.

Uma pessoa atendeu e eu peço uma ambulância, antes de desligar Rian puxa meu braço pra mais perto, fico em silêncio, percebo que sua respiração está cara vez mais fraca, está perdendo muito sangue, está ficando muito fraco.

-- Por favor fica comigo! -- perdi dispersada.

-- Eu.. te amo Mer.. Merillyn.. eu sempre vou te amar -- ele disse fazendo esforço para continuar falando; ele fechou os olhos lentamente soltando minha mão.

-- NÃO! POR FAVOR, NÃO ME ABANDONE!!! POR FAVOR NÃO!!! -- supliquei me aproximando de seu rosto cheio de sangue, mais eu não me importava, só queria que ele ficasse comigo; olho para ele e beijo seus lábios uma última vez, mesmo com o gosto de sangue.

-- Por que não comigo? Você não tinha que morrer assim -- falei chorando, bem perto de seu rosto -- Se tivesse outro jeito, eu devia ter te convencido a parar em algum lugar, eu não sei se vou conseguir viver com essa culpa, não vou conseguir viver sem você, uma vida sem você eu desconheço -- disse soluçando bastante.

Ouço sirene da ambulância e olho para trás, fazendo esforço para enxergar, a chuva continua muito forte. Tento me movimentar, mais não consigo, parece que estou presa ao seu corpo, fico zonza e com muita dificuldade para respirar, com alguns estantes as gotas pesadas e frias da chuva começam a demora pra cair, é como se o mundo tivesse em câmera lenta, um vento muito, muito forte passa sobre nós, sentir tudo isso ao mesmo tempo é a sensação mais horrível de todas, vou perdendo o ar aos poucos até apagar totalmente.

𝐀 𝐍𝐨𝐢𝐯𝐚 𝐃𝐚 𝐌𝐨𝐫𝐭𝐞 | 𝐴 𝑀𝑎𝑙𝑑𝑖𝑐̧𝑎̃𝑜 𝐷𝑒 𝐿𝑢́𝑐𝑖𝑓𝑒𝑟 Onde histórias criam vida. Descubra agora