🌾 X - Segredos Que Não Se Pode Esconder

18 7 1
                                    

Essa música da mídia é tudo pra minha carreira (que eu AINDA não tenho)

__________________🌾__________________

A Lady, encolhida detrás de um dos balcões, lançou um olhar docemente inocente para a mulher com uma feição assustadora sua pele cor de chocolate, seus cabelos densos como uma floresta e olhos escuros como a noite cobriam seu rosto.

Uma cicatriz que atravessava sua boca deixava sua fisionomia mais amedrontadora. A mulher encarou Clara até a Lady ter de virar o rosto porque nunca olhou nos olhos de alguém por muito tempo e ameaçava rir.

Ai meu Deus, será que agora eu passo dessa para uma melhor? Ou pior? Contando com as coisas que já fiz na vida, o inferno seria o lugar perfeito.

A mulher, que usava calças, calçava botas longas até os joelhos e uma bainha para guardar a arma afiada, continuava mirando a amedrontada Clara que tremia e tentou esconder a mão sob a longa capa, a mulher notou que Clara também usava calças.

E para a surpresa da garota, a assustadora mulher riu balançando a cabeça guardando a espada na bainha. Clara olhou para ela que se afastou, e agora, falava em sussurros e cochichos com a outra moça que trajava belas calças verdes e não tinha espada, apenas um arco e flechas dentro de uma bolsa cujo a alça atravessava o seu peito.

A mulher assustadora voltou-se para Clara e puxou bruscamente a Lady pelo braço, tirando-a do chão e levando até perto da outra moça.

- Seja menos agressiva, Colette. - A mulher com o arco e flechas falou, agora que ela estava perto de uma vela Clara viu que seus cabelos eram vermelhos e esvoaçantes, caiam em seus ombros como uma cascata de um mar sanguíneo. Sua pele brilhava à luz tremulante da vela e com o olhar azulado, como o amanhecer, os olhos dela não chegavam nem aos pés da escuridão do mar negro que eram os de Maximiliano. Ele olhava Clara como se as duas fossem amigas de infância, o que é esquisito, já que eu não tenho amigas. - Vai assustar nossa "convidada".

Ela apenas olhou a ruiva com um olhar cortante.

- Erra está de calcês. - Disse-lhe com um exagerado sotaque francês. - Quár sú noma?

Clara continuou calada, mirando o chão escuro se perguntando onde isso a levaria.

- Parrece qué a querrida nõ tem nada a devivirrr conosco. - A cada palavra a mulher assustadora apertava o braço de Clara até seu membro ficar roxo.

- Peço que me solte. - Clara recompôs a fala.

- Verra isto Marria, a pequenona sabe fãlar. - Desdenhou ela.

A ruiva virou de costas buscando taças e trazendo uma garrafa de vinho até a mesa. Ela encheu as três taças, ofereceu uma a negra, que recusou, mas não ofereceu a Clara. Obviamente se tivesse oferecido a Lady ela recusaria até a morte. A ruiva tomou uma taça na mão e bebericou a bebida cor de veludo.

- Deixa a garota Colette, pare de assustá-lá com essa sua feição de bruxa feia. - A garota ruiva voltou-se para Clara. - Qual o seu nome? - Clara finalmente a encarou nos olhos e eles transmitiram-lhe a mais pura gentileza. Tenho certeza que já vi esse olhar antes.

A Lady não podia dizer seu nome verdadeiro, pois pelo visto aquelas mulheres odiavam os Moryless e todas as outras quarenta e umas famílias mais importantes de Vera Cruz.

Sua mente pensou rápido em qualquer nome que lhe veio a cabeça.

- Elizabeth.

- O noma inteirro êspertinha. - A negra apertou com mais força seu braço que ficava mais roxo que o vinho que a ruiva tinha em mãos.

Sociedade Impura [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora