Essa música da mídia é tudo pra minha carreira (que eu AINDA não tenho)
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A Lady, encolhida detrás de um dos balcões, lançou um olhar docemente inocente para a mulher com uma feição assustadora sua pele cor de chocolate, seus cabelos densos como uma floresta e olhos escuros como a noite cobriam seu rosto.
Uma cicatriz que atravessava sua boca deixava sua fisionomia mais amedrontadora. A mulher encarou Clara até a Lady ter de virar o rosto porque nunca olhou nos olhos de alguém por muito tempo e ameaçava rir.
Ai meu Deus, será que agora eu passo dessa para uma melhor? Ou pior? Contando com as coisas que já fiz na vida, o inferno seria o lugar perfeito.
A mulher, que usava calças, calçava botas longas até os joelhos e uma bainha para guardar a arma afiada, continuava mirando a amedrontada Clara que tremia e tentou esconder a mão sob a longa capa, a mulher notou que Clara também usava calças.
E para a surpresa da garota, a assustadora mulher riu balançando a cabeça guardando a espada na bainha. Clara olhou para ela que se afastou, e agora, falava em sussurros e cochichos com a outra moça que trajava belas calças verdes e não tinha espada, apenas um arco e flechas dentro de uma bolsa cujo a alça atravessava o seu peito.
A mulher assustadora voltou-se para Clara e puxou bruscamente a Lady pelo braço, tirando-a do chão e levando até perto da outra moça.
- Seja menos agressiva, Colette. - A mulher com o arco e flechas falou, agora que ela estava perto de uma vela Clara viu que seus cabelos eram vermelhos e esvoaçantes, caiam em seus ombros como uma cascata de um mar sanguíneo. Sua pele brilhava à luz tremulante da vela e com o olhar azulado, como o amanhecer, os olhos dela não chegavam nem aos pés da escuridão do mar negro que eram os de Maximiliano. Ele olhava Clara como se as duas fossem amigas de infância, o que é esquisito, já que eu não tenho amigas. - Vai assustar nossa "convidada".
Ela apenas olhou a ruiva com um olhar cortante.
- Erra está de calcês. - Disse-lhe com um exagerado sotaque francês. - Quár sú noma?
Clara continuou calada, mirando o chão escuro se perguntando onde isso a levaria.
- Parrece qué a querrida nõ tem nada a devivirrr conosco. - A cada palavra a mulher assustadora apertava o braço de Clara até seu membro ficar roxo.
- Peço que me solte. - Clara recompôs a fala.
- Verra isto Marria, a pequenona sabe fãlar. - Desdenhou ela.
A ruiva virou de costas buscando taças e trazendo uma garrafa de vinho até a mesa. Ela encheu as três taças, ofereceu uma a negra, que recusou, mas não ofereceu a Clara. Obviamente se tivesse oferecido a Lady ela recusaria até a morte. A ruiva tomou uma taça na mão e bebericou a bebida cor de veludo.
- Deixa a garota Colette, pare de assustá-lá com essa sua feição de bruxa feia. - A garota ruiva voltou-se para Clara. - Qual o seu nome? - Clara finalmente a encarou nos olhos e eles transmitiram-lhe a mais pura gentileza. Tenho certeza que já vi esse olhar antes.
A Lady não podia dizer seu nome verdadeiro, pois pelo visto aquelas mulheres odiavam os Moryless e todas as outras quarenta e umas famílias mais importantes de Vera Cruz.
Sua mente pensou rápido em qualquer nome que lhe veio a cabeça.
- Elizabeth.
- O noma inteirro êspertinha. - A negra apertou com mais força seu braço que ficava mais roxo que o vinho que a ruiva tinha em mãos.
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Sociedade Impura [PAUSADA]
Romance[+ 18] Em uma época encantadora porém tão devastadora quanto uma sociedade impura do século 19 na pequena província de Farmer Old no país Sul Americano, Vera Cruz, vive Lady Clarice Moryless, filha do Marquês Moryless. Uma Senhorita diferençiada...