8 - Parte I

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Vidro escuro e gélido
Distante o bastante de uma vitrine rabiscada

Pode ouvir o que sinto?
Do outro lado da montra ofuscada,
regalo de um sentimento distinto

Desviando ao seu mirar
Admirando cada movimento,
e mais uma vez posso me inspirar

Sem outros pensamentos,
que agora foram soprados pelo vento.

- Libeel.

  Clara abraçou a amiga de modo acolhedor no dia seguinte, havia medo e preocupação em seus olhos — já que fazia alguns meses desde a última crise de Miranda. Miranda dispensou todas as suas perguntas a garantindo que estava melhor.

  De fato, a garota sentia-se melhor, pois havia derramado lágrimas após a crise. Tudo que estava guardado há alguns meses foram colocados para fora — seja em seu choro ou na poesia que havia escrito, tornando tudo em arte. Merlin não se sentia curada, mas definitivamente aliviada.

  Libeel e Magnoly continuaram a conversar conforme os dias se passaram

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  Libeel e Magnoly continuaram a conversar conforme os dias se passaram. Demorou um pouco para que Libeel postasse um poema novamente e Magnoly não se sentiu no direito de indagar o por quê ou cobrar algo do poeta.

  Por algum milagre — Miranda assim acredita — ela acabou chegando mais cedo que o natural na universidade e percebeu que haviam poucas pessoas ali, isso só fez com que se sentisse melhor enquanto abria outro livro e sublinhava nele com sua caneta. Mas não demorou muito para que enxergasse Clara chegando tão cedo quanto ela e acompanhada de:

– Gimley? – Miranda murmurou consigo mesma enquanto o casal se aproximava.

  Eles estavam um pouco distraídos e não andavam na direção de Merlin, que os observava de longe com a testa vincada em confusão. Se Clara não odiava Gimley tanto quanto ela jurava ao universo, por que ela simplesmente não deixava de lado todas suas implicâncias?

  Não demorou muito para que Clara encontrasse Miranda sentada ali, olhando fixamente para o casal. Ela se assustou um pouco, cochichou algo para Gimley que sorriu e assentiu e caminhou na direção da amiga com o rosto pálido.

– Eu posso explicar sobre isso. – Clara disse assim que parou na frente de Miranda, que sustentou o olhar e estava se divertindo com o fato de que a amiga acreditava que deveria se justificar para todo o mundo.

– Eu não te coloquei contra uma parede e não estou te julgando, – Miranda acenou o banco com a cabeça para Clara se sentar ao seu lado e continuou. – Leve o seu tempo, você não me deve satisfação.

– Sério? – Clara indagou e Miranda balançou a cabeça em afirmação, em seguida soltou um pequeno riso de incredulidade com o complexo da amiga.

Eu Sempre Quis Escrever Esse LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora