Da janela, ele via o mundo. Pelo menos uma pequena parte dele. Sonhava com a sensação de se sentir livre para correr, sentir o famoso vento gelado no seu rosto. Queria poder ver com seus próprios olhos o que ele tinha na sua imaginação do que seria o mundo lá fora. Queria estar em uma multidão, queria ver os carros passando na rua, queria sentir a emoção de acordar cedo e ir a pé para a escola. Queria sair na rua até mesmo para apenas dizer um simples 'bom dia'. Ele queria isso e muito mais.Porém, estava completamente fora da sua realidade.— Papai, eu posso ir para a escola? — A criança de menos de um metro e meio aparece ao lado do delegado, que estava concentrado em organizar alguns papéis.
— Taehyung, o que eu falei para você? — O homem suspira, ainda dando atenção aos papéis. Parecia com pressa.
As mãozinhas miúdas foram levadas até os cabelos dourados e sedosos, o rosto se abaixou minimamente e o biquinho chateado era evidente.
— O mundo lá fora é perigoso para mim. — Murmurou o pequeno.
— Isso. Você tem apenas sete anos, não sabe os absurdos que têm fora da fazenda — O homem termina de organizar seus papéis e coloca na maleta.
— Mas eu li nos livros que crianças da minha idade já vão para uma coisa chamada escola. Lá elas ficam juntas e aprendem coisas — Fala um tanto animado.
— Você não precisa de escola, Taehyung. Você é inteligente e consegue estudar sozinho com os livros que trago a você. Estou começando a repensar em trazer outros tipos de livros a você, já está começando a ver coisas que não devia e a ficar teimoso — Fala em um sermão, e o pequeno sente o impacto das palavras, voltando a ficar com cabeça baixa.
— Me desculpe, papai. — disse, baixo.
— Tudo bem, Taehyung. Me desculpe também por ser rude às vezes. — Ye-jun pega o seu famoso chapéu de seda e começa a ajustar o blazer.
O advogado se abaixa próximo do filho, bagunçando os cabelinhos do garoto, que sorriu pelo ato.
— O senhor já está indo? — Pergunta com um biquinho.
— Yah! Não me olhe com essa carinha, eu não resisto — Ye-jun coloca a mão no peito, fazendo uma careta de falsa dor.
Esperava que o seu pequeno Kim abrisse aquele sorrisinho banguela, mas ele permaneceu com aquela carinha de cachorrinho perdido, sozinho na chuva.
— Taehyung, você sabe que eu sempre volto no sábado. — Taehyung assentiu.
— Mas, papai... — Taehyung se aproxima e brinca, tímido, com a gravata do seu pai — Meu aniversário de oito anos é sexta-feira.
O homem coloca a mão na testa e solta algumas exclamações.
— Caramba, eu tinha esquecido. — O homem se pega pensativo e logo abre um sorriso para o filho — Olha, não sei se vou conseguir chegar sexta para o seu aniversário, mas eu prometo que trago um presente muito legal.
Agora sim, Taehyung mostrou seu sorriso banguela para o pai.
— Eu quero giz de cera! Várias coisas. Desse tanto — Abriu as duas mãos para indicar a quantidade.
— Vou trazer o dobro pra você — Abraça a criança, que gargalhou ao sentir o bigode começar a lhe fazer cócegas.
O pequeno foi acompanhando seu pai até a porta de forma animada, parando na varanda enquanto seu pai seguia caminho até o final da cerca, que era alta e rodeava toda a casa para que os animais dentro não saíssem.
Bem... tinha certeza de que não só os animais.
— Qualquer coisa, pode usar o telefone para ligar para a senhora Kioko do lado — Taehyung assentiu e observou seu pai trancar os portões e levar a chave consigo. Ele sempre deixava uma cópia com a vizinha do lado.
O menor correu para o seu quarto, o único lugar que poderia ter uma visão mais do que apenas galinhas, vacas e cabras fazendo bagunça.A noite era mais bonita, pois de longe conseguia ver que, além das árvores, existiam luzes, existiam pessoas e existia vida. O menor pega o livro que havia pegado escondido do seu pai, que até achou que havia perdido, mas na verdade as mãozinhas ágeis conseguiram alcançá-lo.Nele havia uma ilustração, essas ilustrações que seu pai havia lhe contado que não eram feitas por mãos humanas, mas sim por uma espécie de máquina com a capacidade semelhante à nossa visão. Na imagem havia uma espécie de ponte com água e luzes de todas as cores.Os olhinhos brilharam. Já sabia ler, e bem em baixo tinha as descrições do lugar, e parece que ficava em um estado coreano chamado Seul. O loirinho não tinha ideia do quão longe poderia ser, nunca havia saído da fazenda, mas ele tinha certeza de uma coisa...
— Um dia eu vou viver esse momento, irei viver esse lugar — Murmura baixo, sorrindo.
_________________________________________
Eai, meus amores!
Essa é uma das quatro fanfics quase completas que estavam abandonadas nos meus rascunhos aqui do wattpad. Já tinha até uma que iria vir primeiro que essa , que seria uma com um negócio meio mágico e comédia. A bichinha tem até capítulos prontos , mas eu senti uma nessecidade de postar essa antes.
Minhas ideias sempre vêem de fruto de alguma coisa , seja música, filme ,enfim tudo , e essa veio quando eu estava estudando e começou a tocar a música de enrolados.
Essa fic é bem curtinha mesmo ( eu acho )e espero que deem amor a ela. Outra coisa , os capítulos vão ser como esse , bem curtinhos, então será uma Drabble ? É, Eu vou tentar, porque escrevo muito e às vezes me empolgo HAHA!
Mas é isso, espero que você gostem. Beijão e até o próximo capítulo. (Talvez eu poste amanhã)
🐯🐰🌻
VOCÊ ESTÁ LENDO
🏳️🌈🌙FIOS DOURADOS
FanfictionViver fugindo de tudo e de todos não era uma tarefa fácil para o ladrãozinho, sarcástico e odiado que era Jeon Jungkook. E tudo se tornou ainda mais complicado quando seus olhos azulados captaram aquela cabeleira loira. • Inspirado em "ENROLADOS" da...