Carta aberta para um assediador.

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Gatilho: assédio.

Será que tenho o direito de dizer não sem parecer grossa ou que estou me fazendo de "difícil"?

"Posso dizer Não estou interessada, moço? Entendo que antes eu estava sorridente, falando com um certo "charme", mas era apenas educação, nunca ouviu falar em gentileza? Idai que meu batom é vermelho de mais ou minha saia está antes do joelho? Já disse que não quero."

"Sei que quando sair de casa você já estava passando, mas precisa ficar me olhando de cima a baixo? Ei, por que tá parando? Poderia sair desse portão? Minha tia mora nessa vila, preciso passar por ele."

"Estava passando pela ponte para voltar pra minha casa, por que parou seu carro perto de mim? Por que esperou as pessoas diminuírem para descer? Por que me perguntou de uma tal rua mexendo no seu pênis?"

"Não precisa me chamar de gostosa quando passo, por que os assobios? Ei, não passa sua mão na minha bunda! Por que você se acha no direito de fazer isso?"

O corpo é meu, não preciso da sua aprovação, não quero seu "elogio" muito menos o seu assobio. Me deixa em paz! Me respeita porque até aqui te respeitei. Tenho o mesmo direito que você de ir e vir, então, por que não me deixa em paz?

—Beatriz.
Não sei se vou postar esse capítulo pois são relatos verdadeiros e pode causar gatilhos, mas se você está lendo, significa que algo aconteceu e me fez postar; de qualquer maneira, se aconteceu algo parecido, saiba que pode entrar em contato comigo a hora que quiser, não vou te julgar ou questionar, apenas apoiar.

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