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~ 8 meses antes ~

Harry

- Quando eu tinha nove anos de idade o meu padrinho Remus me disse que a chuva era boa, que ela limpava o planeta de todas a impurezas e mesmo que fosse a tempestade mais turbulenta, depois dela, o sol apareceria, e tudo ficaria bem. Já o meu padrinho Sirius discordava, dizia que a única coisa boa da chuva era o clima bom para assistir filmes e dormir.

– Eu sinto falta deles mamãe, eu... Eu só queria que vocês estivessem aqui. Mas... Eu estou feliz. O meu ano foi bom, as minhas notas estão na média e a Grifinória, minha fraternidade, ganhou o campeonato de futebol da escola. Quem não gostou muito disso foi o tio Severus mas ele ficou feliz por mim. E sim papai ele está cuidando bem de mim. As vezes é meio difícil de se entender de como funciona as coisas na mente dele mas eu já me acostumei.

– Essas últimas semanas foram difíceis mas... Eu estou melhor. O diretor não me deixou de detenção o que é bom mas... As pessoas irão falar e... Eu admito que estou nervoso, mas... Vai ficar tudo bem.

– A chuva está engrossando. Se eu não for até o tio agora provavelmente ele vai ficar me azucrinando depois por pegar uma gripe - dou um suspiro pesado olhando as gostas de chuva caírem.

- Eu amo vocês, mesmo sendo muito novo quando partiram para lembrar, eu sinto saudades.

– Eu acho que agora tenho que ir... Até... 

Depositei os lírios brancos, as flores favoritas dos meus pais, nas lápides e segui tio Sev até o carro. Ele estava com uma calça social preta assim como seu sobretudo, e seus sapatos pretos polidos agora sujos pelo barro e a grama molhada pela chuva. Entrei no banco de trás da Mercedes preta que ele comprou recentemente, devo admitir que ele trata esse carro melhor que eu, mas isso são só detalhes, como ele gosta de enfatizar.

- Chocolate quente com quatro marshmallows ? - diz Sev do banco da frente do carro olhando para mim pelo retrovisor.

- Chocolate quente com seis marshmallows. - digo com um sorriso de canto.

- Seis? Vou pensar no seu caso. - ele diz sorrindo pra mim.

Desde que meus padrinhos se foram eu moro com Severus. No começo foi meio difícil de me adaptar porque, digamos que eu era uma criança muito agitada, e Sev nunca gostou muito de barulho. Ainda mais quando esse barulho era do vaso da sala caindo no chão.

O olhar dele é de dar medo quando quer, sério, parece que ele vai arrancar sua pele com os olhos.

Mas dificilmente eu tenho recebido esses olhares. Ainda bem.

A garoa, que agora mais pesada, estava caindo lá fora, as gotas deslizando pelo vidro da janela do carro me faz ter uma sensação deprimente, ou talvez só seja porque hoje é 31 de outubro, o dia que meus pais morreram.

Quando eu fiz doze anos pedi para Sev me levar com ele no cemitério para visitar meus pais, no começo ele ficou apreensivo mas depois se acostumou. Nós entramos, ele coloca flores na lápide, conversa algumas coisas que eu nunca escuto e depois é minha vez. Eu sempre fico a uma distância dele, para que tenha privacidade, e ele faz o mesmo comigo.

O carro para, só agora percebi que estava divagando por um bom tempo. Sev olha pra mim e me dá aquele seu sorriso acolhedor, que poucos conhecem.

- Vamos. Temos uma caneca de chocolate quente com seis marshmallows esperando - eu sorrio involuntariamente.

Realmente não entendo a mente dele.

Entramos no hall da casa, o pé direito alto fazendo destaque quando entro, penduro minha jaqueta jeans no cabideiro preto da parede, tiro meus sapatos e coloco no tapete ao lado da porta. Esse é um ritual que demorei para me acostumar. Mas Sev não permite usar sapatos dentro de casa, então tive que me adaptar.

Passo pela sala em direção a cozinha, o cômodos se integram fazendo que entre luz natural pelo local. Os móveis modernos quase todos pratas e pretos se destacam em meio as paredes brancas, as portas francesas de vidro incolor liso deixa a cozinha ainda mais bonita dando vista a mesa de madeira coberta pelo pergolado, que também é de madeira, só que um tom mais claro.

Abro o armário, procurando o pacote de marshmallow mas Sev já está com ele aberto no balcão terminando a bebida quente.

Ele me entrega a caneca e vamos para a sala, deitarmos no sofá para assistir filmes da Disney. Hoje escolhemos Frozen, e eu aposto que vi tio Sev cantando "livre estou" junto com a Elsa.

E estava tudo bem.

Depois de termos assistido os dois filmes de Frozen começamos a maratonar vingadores que tio Sev não queria ver pois não conseguiríamos assistir todos ainda hoje, o que me resultou em lavar a louça da janta amanhã.

Era por volta das onze horas da noite, os únicos rastros da chuva forte eram as árvores, ruas molhadas e o bom clima frio para fazer absolutamente nada.

A música highway to hell começa a tocar e ela vem do celular de tio Sev. Ele levanta do sofá e vai até a poltrona em que o celular está, sua feição facial automaticamente muda, ele faz um sinal com a mão indicando a tv e eu abaixo o volume.

Ele atende o celular e parece que a pessoa do outro lado da linha não lhe deu tempo de falar alguma coisa.

— Onde vocês estão? – ele diz totalmente sério.

— Ok...aham. Estou indo buscar vocês – e desliga o celular.

— Tio Severus? – pergunto pra ele preocupado.

— É o Draco.

                         ⊙⊙⊙

Oii
Essa é a minha primeira fic, então peço desculpas se tiver algum erro ortográfico ou furos na história.

Eu estou a quase um mês, se não mais, planejando e escrevendo essa história. Bekasdm  e Pedroso04 obrigada por me ajudarem a revisar essa história e me motivar a não desistir.

Espero que amem ela assim como eu estou amando escreve-lá.

Bjs,
                                           ~ Rodrigues

O Caminho Até Você  || DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora