Eu tinha saído de fininho do quarto do Tamlin nas primeiras horas da manhã. Deixando o loiro adormecido em sua cama bagunçada. Os lençóis brancos que a cobriam estavam emaranhados, a maior parte no chão, exceto pelo pedaço do lençol que cobria a virilha nua do Grão-Senhor.
A noite foi cansativa, Tamlin estava faminto, parecia que ele não trepava a anos. Mas eu duvidava seriamente disso, ele era um Grão-Senhor lindo e gostoso, as fêmeas de Prythian deveriam se jogar em seus braços. Assim como a Amarantha estava fazendo.
Assim como eu fiz.
Mas tive os meus motivos; queria saber por que Amarantha estava tão desesperada para ter Tamlin em seus braços. Também queria provocar a ruiva, saber até onde ela iria se fosse contrariada, e claro que eu também estava procurando o prazer.
Não foi a melhor transa da minha vida, mas entrava na lista de uma das. Era uma lista extensa, e o cara com asas de morcego que eu salvei na guerra ainda continuava em primeiro lugar. Séculos tinham se passado, mas eu ainda não consegui tirá-lo da minha cabeça. Não consegui achar um macho que me fodesse tão bem quanto ele fez naquela noite.
Ele era o macho mais lindo que vi em toda a minha vida. Alto, com cabelos escuros na altura dos ombros, olhos cor de avelã, aquelas asas perfeitas...
E lutava do lado inimigo.
Não sei explicar exatamente o tipo de desespero que senti quando o vi caído e sangrando naquele campo de batalha, um dos generais de Hybern tinha o derrubado. Matar esse general foi fácil, difícil foi arrastar o moreno até um lugar seguro e o curar. Foi preciso usar até a última gota dos meus poderes para salvá-lo. Mas assim que ele acordou me retribuiu com uma noite inesquecível.
Nos separamos por causa da guerra e até hoje não sei o seu nome ou o vi novamente.
— ZARA! — Me assusto quando Amarantha grita o meu nome. Eu tinha vagado demais pelos meus pensamentos.
— Sim? — Me viro para encará-la. Ela era linda, seus cabelos ruivos com um toque de dourado, combinavam perfeitamente com seus olhos cor de ébano. Era uma grão-feérica de tirar o fôlego, não é à toa que sempre foi extremamente desejada em Hybern.
— Como foi a noite com o Tamlin?
— O grão-Senhor da primavera sabe como satisfazer uma mulher.
Abro um sorriso travesso quando termino de responder a sua pergunta. O que faz a Amarantha ficar ainda mais irritada, ela claramente me mataria se não fosse pelos nossos planos, se ela não precisasse de mim para os seus objetivos.
— Por que está tão irritada? Essa sua queda por ele vai atrapalhar os nossos objetivos. — Argumento, fazendo a ruiva parar para me ouvir. Era ódio, puro ódio que incendiava aqueles olhos cor de ébano. Me fazendo ter certeza que ela me mataria, na primeira oportunidade.
— Deixe que do Tamlin cuido eu. — Ela inclina o corpo em sinal de combate, pronta para arrancar o meu pescoço ao menor dos meus deslizes. A encaro como resposta, obrigando meu rosto a estampar uma máscara de tédio. Mas aquilo era claramente uma ameaça. Amarantha não era o tipo de grão-feérica que deixava algo assim sem uma retaliação.
— Amarantha, pela Mãe! Há muitos machos bonitos em Prythian, por que focar sua energia em apenas um? — A ruiva sai andando ignorando as minhas palavras e me deixando sozinha com os meus pensamentos.
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O café da manhã tinha sido estranho, mais estranho do que o habitual. O Tamlin comia em silêncio, exceto pelas vezes que falava coisas genéricas sobre o acordo de negócios. Fazendo a Amarantha o responder com frases tão genéricas quanto.
Fiquei andando pelo jardim da mansão depois do café, repassando mentalmente todos os detalhes do meu plano para conquistar Prythian. Eu e a Amarantha fomos treinadas nessas últimas décadas para isso. Hybern ansiava por isso. A nossa volta a Prythian não tinha nada a ver com acordos de negócios.
Tamlin enviou uma carta à Corte Outonal no começo da noite passada, afim de pedir permissão para que eu e a Amarantha visitasse a propriedade de Beron em nome dos negócios. O plano era ir de corte em corte, levando sorrisos e falsos acordos. Entretendo os grãos-senhores de Prythian e atacando no momento certo.
Saiu dos meus pensamentos quando escuto gritos acompanhados de passos apressados vindo do bosque em frente a mansão. Me projeto para ver além das árvores, encontrando um Grão-Feérico ruivo encharcado de sangue, seus ferimentos eram graves, seus olhos castanhos avermelhados estavam cheios de pavor e risadinhas perversas o perseguiam.
— Lucien, você já está morto! — Gritou um macho metros atrás do ruivo ensanguentado, e sua ameaça foi acompanhada pelas risadas maldosas dos outros dois machos que o perseguiam.
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Corte em Ruínas
FanfictionCassian ainda lembrava da fêmea que o salvou na guerra a 500 anos atrás. Foi a mesma fêmea que sumiu repentinamente depois deles treparem. O deixando sem saber o nome ou mais alguma informação importante sobre sua salvadora. Cassian até tentou, mas...