O vídeo problemático;

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Capítulo 4 - O vídeo problemático

     Beomgyu acordou com o brisa fria da janela aberta batendo contra a sua derme, o que o fez reclamar, pois tinha certeza que era cedo. Sentou em sua cama, ainda se acostumando com a claridade no quarto — havia deixado a lâmpada ligada — e com a vista turva. Passou sua mão pelo móvel de cabeceira que ficava ao lado da sua cama, a procura de seu celular. Quando o encontrou, ligo o visor e viu que ainda eram 04:33 A.M.

     Resmungou e decidiu levantar. Xingou baixo quando esticou sua perna esquerda. Ela ainda doía um pouco, mesmo tendo se passado uma semana e alguns dias. Meio manco, andou para fora do quarto, dirigindo-se até a cozinha e abrindo a geladeira, pegando de lá uma garrafa de 250ml de água, abrindo-a e bebericando do líquido transparente.

     — Também não consegue dormir? — indagou o mais velho assim que chegou no andar de baixo, e o de madeixas acinzentadas sorriu fraco.

     — Não mesmo. — disse, sentando-se no balcão, de costas para o outro, tentando esconder a sua vergonha. — E estudei até tarde ontem, estou cansado.

     Quando avistou Yeonjun dando a volta no balcão e parando a alguns centímetros, seu coração disparou.

     — Por que está esse clima entre nós? — perguntou, ficando entre as pernas do mais novo e pousando suas mãos ao lado das coxas dele, encarando-o sério.

     — Quer que eu te lembre o que aconteceu no meu quarto há pouco mais de uma semana? — indagou, e o viu recuar levemente.

     — Você não… gostou? — O questionamento do homem à sua frente pegou-lhe de surpresa.

     — Não, não é isso! — exclamou, o segurando pelos ombros, observando ele se assustar minimamente. Quando percebeu o que havia feito, sentiu suas bochechas e orelhas queimarem. — E-Eu sempre pensei que tivesse certeza da minha preferência sexual, mas aí você apareceu, e nós fizemos aquilo, e...

     — Você gostou. — completou, e o menor, incapaz de concordar, cobriu seu rosto com suas mãos, sentindo seus olhos lacrimejarem. O loiro retirou as mãos de seu rosto e lhe encarou, preocupado. — Por favor, não chore.

     — Você me deixa confuso, Yeonjun. — disse, respirando fundo e tentando não desabar na sua frente novamente. — E essa confusão, essa dúvida, ela está me matando.

     O silêncio reinou no local, e foi tempo o suficiente para Beomgyu pensar em como fugir daquela situação.

     — Agora, pode me dar licença? Eu quero aproveitar que acordei cedo para estudar mais um pouco. — disse, mas o Choi mais velho não mexeu um músculo.

     — Beomgyu, o que você sente por mim? — perguntou, e o citado apenas soltou um suspiro cansado e trêmulo.

     — Eu gosto de você, hyung. — disse, e o semblante que Yeonjun adquiriu deixou claro para Beomgyu que o sentimento não era recíproco, ou pelo menos, era isso que ele pensava. — Agora eu posso ir?

     — Beomgyu, eu sinto muito. — disse, e o mais baixo soltou um riso soprado.

     — Pelo quê? Por eu ser um idiota e não ter os meus sentimentos correspondidos? Relaxa, eu já estou acostumado. — falou, dando um leve empurrão no mais velho, que saiu do seu caminho sem objeções. Ao alcançar o seu quarto, fechou a porta e se recostou nela, deixando toda a frustração sair em forma de lágrimas.

     Ele não entendia o porquê disso sempre acontecer consigo, era raro ele se apaixonar, e sempre que acontecia, era rejeitado com o argumento de "não é você, sou eu".

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