18. Beanie

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Não revi!

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Os últimos dias tem sido tão calmos como eu esperava que eles fossem. Com a minha recuperação, eu dormia a maior parte do tempo.

Eu via o Harry de vez em quando, quando ele me vinha visitar.

Talvez eu não devesse apreciar tanto as suas visitas como apreciava. Mas, eu acho que simplesmente faz parte da relação entre almas gêmeas.

Eu e o Harry trocávamos meras palavras entre nós. Às vezes eu estava muito cansada para responder e de outras vezes eu simplesmente não sabia o que dizer; eu não queria dizer a coisa errada e enfurecê-lo e, também, eu não queria dizer a coisa errada e fazê-lo abandonar-me ou encurtecer a sua visita. Então, às vezes ele simplesmente sentava-se ali, comigo no peito, a mexer-me no cabelo… sem dizermos absolutamente nada.

Houve uma vez que ele contou-me que não tinha morto aquele homem e eu nunca me senti mais aliviada.

Contudo, embora eu agora soubesse que ele não o tinha feito, ainda havia algum constrangimento entre nós, se é que eu posso usar essa palavra para descrever.

Eu estava e estou ressentida com algumas das coisas que ele me disse e fez e por muito que uma pessoa possa perdoar, uma pessoa não esquece.

Agora que já estou boa, mal posso esperar por sair lá para fora, estou farta de estar entre estas quatro paredes. Só tenho de ir avisar o Harry de que vou dar um passeio pelo jardim e respirar algum ar ‘puro’ e que depois volto.

Eu lembro-me vagamente do enorme caminho até ao escritório do Harry, então eu peço a alguém que me leve.

Assim que lá chego, eu bato à porta e ao invés de ser recebida com um ‘entre’, a porta abre-se logo e ali está o Harry.

Malditas sejam vocês borboletas.

“O que é que estás a fazer aqui?” Ele diz severamente. “Devias estar a descansar.”

Eu sorriu-lhe. “Não, eu já estou boa, mas obrigada.”

Ele olha para mim de cima a baixo e depois bastante relutantemente, abre mais a porta para eu entrar.

Ele senta-se na sua cadeira, mas eu continuo de pé.

“O que te traz cá?” Ele questiona-me enquanto me olha.

“Eu venho-te só avisar que vou dar um passeio pelo jardim, nada de mais. É só para que tu não te preocupes… ou assim…” Preocupes? A sério que tinhas de dizer a palavra ‘preocupes’, Sky?

“Não.”

“O quê? Porquê?” Eu questiono exasperadamente.

Dejà vu… novamente. A minha vida parece um ciclo vicioso.

“Porque ainda estás em recuperação, claro.” Ele esclarece-me.

“Harry, por favor… eu só quero respirar algum ar puro, sair um pouco. Eu tenho estado fechada entre quatro paredes todo este tempo. Eu já estou boa, vês?” Eu aponto para mim.

Ele olha para mim com um sorriso malicioso e responde: “Se vejo.”

Eu coro bastante e olho para as minhas mãos, repentinamente sem saber o que dizer ou fazer.

Eu ouço-o a suspirar e ele anda até mim e mete um dedo por debaixo do meu queixo, levantando-o para que eu possa olhar para ele. “Mantém-te perto da mansão, está bem?”

Um sorriso forma-se na minha cara e eu aceno que sim. “Claro! Obrigada, Harry.” Eu beijo a bochecha dele e saiu a correr do escritório dele, mas não antes de ouvir:

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