10. Spit

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Não revi, sorry. :p

____

"Eu disse que não tolerava esse tom." Ele ruge.

Eu quero dizer mais, muito mais, contudo eu sei que não posso. Não por eu não querer, mas por medo, preocupação, angústia.

Eu olho-o nos olhos durante umas milésimas de segundo e depois desvio a cara, ficando a olhar para a parede, sem dizer nada.

Nós ficamos assim, nestas posições, durante uns momentos. Eu acho que ele está à espera de uma reação da minha parte; qualquer coisa sem ser eu calada, inexpressiva a olhar para a parede.

Quando ele tem mais do que a certeza que não vou dizer nada, ele levanta-se de mim e larga os meus braços e eu rapidamente recuo desajeitadamente, ficando sentada na cama o mais longe possível.

"Podes dormir." 'Podes dormir?' 'Podes dormir?!' É isto que ele me diz depois do que aconteceu? Ele estava praticamente a esfumar da boca do quão mau ele estava e tudo por causa que eu não assenti de bom grado aquilo que ele disse? É claro que eu não concordo em só ver os meus pais uma vez por semana! Eles são os meus pais, a minha família, tudo o que tenho. Eu tenho estado com eles desde sempre e foi sempre nós os três. Eu não estou preparada para deixar os meus pais. Eu não estou preparada para viver aqui. Eu não estou preparada para me 'tornar pública'. E mais que certamente, eu não estou preparada para ser a alma gêmea do Alpha dos Shifters!

Eu não estou preparada para esta vida.

Não estou, nem nunca vou estar.

Novamente, eu não digo nada e deito-me na cama, tiro os sapatos e meto-me dentro dos cobertores.

"Apaga a luz quando saíres, por favor." Se é que ele vai sair.

A sua respiração está acelerada e eu posso sentir a léguas o quão chateado ele está.

Ele levanta-se num ápice, e sai do quarto batendo com a porta tão fortemente, que eu pensei que esta fosse saltar.

Ele deixou a luz aberta.

Estúpido.

(...)

Durante a noite, mesmo que ele tenha dito que isto era o 'nosso quarto', ele nunca veio dormir para ele.

Quer dizer, não é que eu queira que ele venha... É só que... Parte de mim estava feliz por ele não ter vindo dormir, não ter vindo ter comigo, mas outra parte - por mais pequena que fosse - sentiu um pouco de decepção quando percebeu que de facto, não vinha.

São 7 horas da manhã agora e eu praticamente não dormi nada. Não porque estive à espera dele, mas porque eu sentia-me desamparada, sozinha, angustiada.

Eu decido levantar-me da cama mais confortável que já me deitei, depois de passar muito tempo a tentar descobrir como é que se liga o candeeiro. Nunca tinha visto um candeeiro que se liga dando toques nele, regulando o quão grande é a iluminação.

O quarto tem quatro portas, uma por onde se entra, outra deduzo ser para uma casa de banho e as outras duas não sei.

Caminho até à porta por entrei, quero tomar um duche, mas eu não vou utilizar as coisas assim e muito provavelmente, nem iria saber trabalhar com o que é que seja que está na casa de banho.

Quando saiu do quarto, vejo uma senhora de meia idade - pelo que me parece, pois só vi o seu perfil - a andar pelo corredor com muitas toalhas na mão e vejo que está a ser difícil para ela segurá-las, então decido ajudá-la.

Aproximando-me, tiro metade das mãos delas, mas ela não repara, pois estas estavam empilhadas até tapar mais que a sua cara. E, eu estava correta; é uma senhora de meia-idade.

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