25. Love

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25. Love

“Harry…” Eu olho-o nos olhos, assustada.

O que é que eu lhe digo? Eu digo-lhe a verdade? Minto? Se eu não lhe contar, a verdade é que muito provavelmente o Zeverus irá.

Quando eu decidi que talvez a melhor hipótese seria investigar mais sobre almas gêmeas; descobrir se havia uma maneira de rejeitá-las, eu nunca pensei que as coisas viessem a acabar assim…

Eu nunca pensei que viesse a ficar em dúvida acerca da minha existência, se eu sou humana ou não.

“DIZ-ME!” Ele grita repentinamente e eu recuo com medo. As lágrimas continuam a cair dos meus olhos e eu tenho medo da sua reação.

“Eu–eu fui à procura de uma maneira…” Enquanto falo, nunca lhe olho nos olhos. Eu não tenho coragem.

Por muitas sejam as coisas que aconteçam, a alma gêmea de um Shifter é e sempre será, tudo na vida dele.

Ele agarra-me no queixo com força e puxa a minha cabeça para cima, para que eu fique a olhá-lo nos olhos.

E quando eu olho, eu vejo uma tempestade neles.

Dizem que os olhos são as janelas para a alma e, neste momento, eu não podia concordar mais.

Eles estão repletos de fúria, desilusão e tristeza.

Mas assim que eu continuo, todas as emoções que já lá estavam, continuam, mas desta vez ao dobro e com a junção de algumas outras.

“E–eu fui à procura de uma maneira para rejeitar uma alma gêmea.” Eu murmuro, olhando para o lado.

Silêncio.

Não se houve absolutamente mais nada sem ser a respiração acelerada do Harry.

“Rejeitar…?” Ele diz as palavras lentamente. Quase como testando-as.

Eu olho para ele e ele não está a olhar para mim. Ele abana a cabeça e murmura: “Rejeitar…” Quase como se não acreditasse.

“Harry–“

Eu não consigo dizer mais nada, porque num momento ele estava ali à minha frente, e no outro ele sai disparado pela porta fora.

(…)

“Menina Sky, eu tenho aqui a sua comida.” A criada diz enquanto pousa o tabuleiro com comida ao lado do outro tabuleiro que nem foi tocado.

“Obrigada.” Eu murmuro sem qualquer emoção enquanto contínuo a olhar para a janela.

“A menina tem de comer.” A criada diz com preocupação.

“Obrigada, mas eu não tenho fome.” A verdade é que eu não tenho mesmo fome. Já se passou… o quê? Cinco, seis dias? Uma semana? Eu não sei, eu não tenho contado.

Durante todo este tempo, nem uma única vez o Harry contactou-me. Nem uma.

Eu acho que por muito que as coisas se tenham agravado, eu nunca deveria ter ido à procura daquele maldito livro. Eu nunca deveria ter ido à procura de respostas. Às vezes, viver no escuro é melhor; há certas e determinadas coisas que se nós não soubermos, elas nunca nos virão a afetar ou prejudicar, por isso… porque não simplesmente não sabê-las?

Não é só o facto de que a minha alma gêmea não me fala, é mais que isso. Por muito que me afete que o Harry não fale comigo – evidentemente, ele é a minha alma gêmea e magoa –, também o facto de que toda a minha existência pode ter sido uma mentira… eu nem quero pensar no assunto.

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