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Hope narrando

Sai da escola o mais rápido que consegui. Corri em direção a floresta e me transformei, pouco me importando com meu uniforme, que virou pedaços de pano onde qualquer um poderia ver. Corri sem direção por algum tempo, sentindo minha mente processar o que aconteceu. Merda, eu não deveria ficar abalada assim. Isso não significa que eu goste dela. Eu não posso gostar.

Eu queria ir para longe, esquecer aquela cena que me dava até mesmo vontade de vomitar. Uma parte de mim queria voltar, separar as duas e deixar claro que Josie era minha e apenas minha. A outra parte só queria ir embora e colocar os pensamentos no lugar. Foi essa parte que eu ouvi.
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" Querido Dr. Saltzmann,
Me desculpe. Eu tentei. Achei que conseguiria, mas não dá. Sei que ninguém espera que eu seja perfeita, e consiga viver com meus três lados ativados normalmente, mas a verdade é que no fundo eu estava esperando isso de mim mesma... e falhei.
Estou voltando para New Orleans, por tempo indeterminado. Peço, por favor, que diga aos professores para me enviarem trabalhos e provas por email, ou magicamente, não sei, só sei que não quero que isso afete meus estudos mais do que já afetou. Volto quando conseguir controlar... minha sede, meus sentimentos a flor da pele... Mas eu vou voltar. Eu prometo.
Desculpe ter saído sem me despedir.
Hope Mikaelson "

Fiz o feitiço que fez com que o papel pegasse fogo e sumisse. Podia imaginar Rick lendo, talvez um pouco magoado por não ter dividido meus sentimentos com ele, mas com certeza compreensível. Sai da cabine do banheiro, pagando o que precisava e voltando para meu carro. Havia comprado comida, embora tivesse me alimentado antes de sair de Mystic Falls e soubesse que só iria ter fome em alguns dias.

Continuei minha viagem pelas estradas, agora vazias por estar a noite. Gostava disso. Estar em meu próprio carro, em silêncio, ou ouvindo o que eu quisesse. A noite, que não dificultava minha visão. Ser eu mesma. Era gostoso. Estava balançando a cabeça no ritmo de uma música do meu aleatório quando algumas folhas de papel caíram em meu colo. Eu não quero ler. As palavras nesses papéis vão me fazer querer voltar, e eu não posso voltar. Mesmo assim, eu parei no acostamento e liguei a luz dali, abrindo um dos papéis. Era do Dr. Saltzmann.

" Querida Hope,
Gostaria que tivesse falado comigo antes de ir, mas entendo seu problema. É claro que não entendo pelo que está passando, porque nunca vi nada como você antes.
Gostaria apenas que soubesse que eu acredito em você. Acho que não importa o que estiver em seu caminho, vai fazer de você uma pessoa melhor e mais forte, assim como tudo que você já viveu. Volte quando quiser. Seu quarto estará a sua espera, e nós também.
Com carinho,
Alaric Saltzmann. "

Sorri. Sabia que ele me apoiaria. Abri o seguinte. Tremi quando reconheci a letra.

" Por que você foi embora?! Por que não pediu minha ajuda?! Merda, Hope, deixe de ser orgulhosa. Chore, peça ajuda. Não tem nada de errado, nem de fraco nisso.
Quando voltar, saiba que vai levar uma bronca minha. É errado já estar com saudades?! Me sinto uma idiota. Você tentou falar comigo ontem, não tentou?! Eu praticamente fugi de você. Eu queria voltar no tempo e não ter feito isso, assim, com sorte, você ainda estaria aqui e eu não me sentiria culpada.
Quero que saiba que gostaria de voltar a ser sua amiga, como antes. Se esconder dos seus amigos para sempre não vai fazer nada ser mais fácil. Você precisa de nós, e nós de você.
Espero que fique melhor, porque falei sério sobre a bronca quando voltar.
Com amor,
Josie "

Eu não sei dizer em que momento comecei a chorar, mas sei que demorou a passar. O outro papel era uma carta de Emma, a psicóloga da escola, dizendo que gostaria de me ver quando eu voltasse. Eu havia feito sessões com ela quando meu pai morreu, mas acabei parando de ir. Não gostava de ter que mentir para ela. Por que eu mentia? Porque não queria preocupar ninguém, embora soubesse que meus sentimentos eram aparentes. Acho que era por isso que Emma sempre me pedia para voltar.

Depois de um tempo, eu me recompus, e voltei a dirigir... cheguei em New Orleans algumas horas depois, debaixo de chuva, algo raro para minha cidade natal. Pouco me importei com a água, saindo com as minhas coisas e batendo na porta. Tia Freya abriu um sorriso carinhoso ao me ver, abrindo os braços. Eu agarrei seu corpo como se precisasse disso para viver, e não larguei dela, chorando enquanto ela afagava meu cabelo, murmurando que agora eu estava em casa, e que tudo daria certo a partir de agora.

Just one more girl - HOSIEOnde histórias criam vida. Descubra agora