Tortured

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Hope narrando

Abri meus olhos, sentindo minha cabeça latejar, algo já conhecido por mim. Minhas mãos e pernas estavam presas por correntes, e eu ainda sentia o cheiro da verbena usada para me torturar algum tempo atrás. Olhei em volta. Nada nem ninguém. O lugar velho, iluminado por velas e cheio de teias de aranha e poeira, que se tornara conhecido por mim, estava vazio. Ouvi passos e abaixei a cabeça, fingindo ainda estar apagada. Era melhor tentar, do que esperar a água, o acônito, ou a verbena. Nenhuma das três coisas era muito legal.
- Vamos lá, querida, hora de acordar. - Naquela altura a voz já me era conhecida. Senti água bater em mim e meu corpo todo encharcar. Se eu fosse humana, teria morrido de pneumonia a muito tempo.  - Eu sei que você está acordada, acha que sou idiota?

Abri meus olhos, encarando o homem que me prendera a minha frente, parado com a pose de poder de sempre.

- O que você quer agora? Vai continuar me torturando?

- É, eu vou sim. Até você me dizer onde aquele desgraçado do seu pai está.

- Eu já te falei onde ele está. – Murmurei, voltando as inúmeras vezes em que gritei que meu pai estava num caixão, morto, em New Orleans.

- Ele é o grande híbrido. Todos sabem que não pode ser morto.

 - Ele pode ser morto se quiser ser. E levando em consideração que ele queria morrer, e tinha uma estaca de carvalho branco em sua posse, acho que sim, ele podia morrer.

O homem fechou os olhos, engolindo em seco. Eu sabia o que vinha depois. As veias de seus olhos se sobressaíram, e ele voou em cima de mim, me segurando pelo pescoço.

- Garota idiota, ele é Klaus Mikaelson. Ele jamais morreria, nem se quisesse. A morte é um destino bom demais para ele.

Eu queria chorar pelas coisas que ele dizia. Sempre era assim. Mas depois de 5 meses presa, eu havia aprendido a engolir o choro ainda melhor do que antes. Então o que eu fiz foi chutar sua perna, o que eu sempre fazia. Ele riu, e eu me senti num deja-vu de todos os dias, quando ele falava do meu pai, me atacava, e eu dava um jeito de machucar ele.

- Como eu já te disse, ele queria morrer, e morreu.

Ele parou de rir. Pegou uma flor de acônito, esfarelou na mão, e veio em minha direção, esfregando no meu rosto, que ardeu. Eu reprimi um grito, e ele sorriu ao ver que havia vencido. Bom, não havia, mas eu o fazia acreditar que sim. Depois de 5 meses aqui dentro, sendo torturada dia após dia por ele até a exaustão, eu havia aprendido a arregar cedo, e economizar forças, assim a noite, poderia dar um jeito de sair de onde estava..

- Bom, você tem visitas, hoje. Tem alguém louco pra te ver.

O homem abriu a porta e, para minha grande surpresa, Penélope Park entrou no local, com um sorriso enorme, confiante e orgulhoso no rosto.

- Não posso ficar muito. Estão montando equipes para as provas, e eu quero ser a primeira a pedir para ser dupla da Jojo.

Ouvir o nome da morena fez minha atenção redobrar. Eu não tinha notícias dela a muito, muito tempo.

- Eu sempre soube que você era uma vadia filha da puta. – falei de forma áspera, destilando todo meu ódio naquela garota idiota, que achava que podia comigo.

O homem mal cumprimentou Penélope e saiu da sala. Ela olhou para mim, de cima a baixo, e começou a rir. Rir muito.

- Eu sempre imaginei essa cena. Hope Mikaelson submissa a mim. Como é, Mikaelson? Saber que a qualquer momento eu posso te matar. Ou torturar você. Ou melhor, fazer algo com a Josie.

Just one more girl - HOSIEOnde histórias criam vida. Descubra agora