Return, pain and angry

166 22 2
                                    

Hope narrando

Em um momento eu estava na minha sala, tomando café da manhã com a minha família, e no outro eu podia ouvir vozes. Josie me chamava de algum lugar longe, mas como isso é possível se ela está sentada ao meu lado? Nesse momento ela sorriu pra mim, respondendo uma pergunta da minha tia Freya. A voz continuava, e agora, ainda mais longe do que sua voz, muitas vozes ecoavam um canto. Me levantei, ouvindo os questionamentos da minha família, mas eles pareciam cada vez mais baixo. Segui a voz, do nada sentindo um puxão e meu corpo pesado. Eu estava num escuro, havia um peso no meu peito, mas eu não conseguia abrir os olhos e saber o que estava acontecendo. Agora as vozes estavam altas, a de Josie gritando meu nome, segurando meus dedos forte. Eu queria apertar de volta, mas não conseguia.

Em minha cabeça eu tentava entender o que estava acontecendo. A voz de Josie ficou desesperada, e eu ouvi uma explosão, ao mesmo tempo em que as vozes paravam de murmurar um feitiço que eu desconhecia. Josie chorava, apertando meus dedos, e eu ouvi passos.

- Ela não acorda. Por que ela não acorda? - Josie se questionava, chorando. Eu queria tanto me mexer, tomá-la em meus braços e pegar sua dor para mim.

- Isso podia acontecer, se lembra? Temos que esperar algumas horas, okay? - Josie fungou, mas não respondeu, ao menos não com voz. - Por que nós não entramos? Você usou muita magia, deve estar exausta. Vou pedir para o Kol... - mas a frase nuncs foi completada, porque eu senti algo bater em minha barriga, e então minha tia chamando pelo nome de Josie sem parar. Foi a última coisa que ouvi antes de apagar também.

----------------------------------------------------------------------------

A claridade ardeu meus olhos quando eu finalmente pode os abrir. Minha cabeça doeu, e eu gemi, levando uma mãe até ali automaticamente. Ouvi passos e logo vi minha tia Freya, que tinha o rosto vermelho e inchado.

- Ei, como você se sente? – Ela perguntou, se sentando na ponta da cama e pegando minha mão.

- Eu, hum, tô confusa.

- Eu imagino que esteja. Passou meses vivendo uma realidade alternativa.

Franzi meu cenho.

- Nada daquilo era real, né? - Ela negou com a cabeça. – Eai, o que eu perdi? Por quanto tempo estive fora?

- Oito meses e meio.

- O que? – perguntei, confusa, tendo certeza de que havia ouvido errado.

- Você ficou presa por 5 meses e duas semanas, e quando te recuperamos, demoramos algum tempo até descobrir o que haviam feito com você, e descobrir como concertar.

Eu quis rir.

- Eu dou trabalho até apagada. – Murmurei, me sentando na cama.

- Você não dá trabalho, Hope. É minha sobrinha. – ela disse com carinho, deixando uma lagrima cair em sua bochecha.

- Ei, não, nada de chorar. – murmurei, a puxando para um abraço. Batidas na porta interromperam nosso momento, e ela murmurou um entra, embora eu soubesse que era o Dr. Saltzmann.

- Finalmente. – Ele murmurou, parecendo aliviado.

- É bom te ver Dr. Saltzmann, desculpa por ter causado tudo isso. – ele se limitou a sorrir pra mim. – Mas, eai, quando é que eu estou liberada? Cadê a Josie? – Os dois se entreolharam, e eu pressenti que algo não estava certo. – O que aconteceu com a Josie? – Questionei de forma firme, vendo minha tia engolir em seco.

- Hum... Hope, você precisa entender que o tipo de magia que usaram em você não era magia boa. Tivemos que fazer coisas complicadas para te trazer de volta, e Josie concordou com os termos.

- Sem o meu consentimento, diga-se de passagem. – Dr. Saltzmann disse irritado.

- Josie está desacordada no quarto desde que terminou o feitiço. - Minha tia murmurou, e quase como se soubessem o que eu ia fazer, eles saíram do meu caminho. Eu sequer bati na porta, entregando. Josie parecia dormir tranquilamente, coberta até o pescoço. Lizzie estava sentada em sua cama, abraçada as próprias pernas, encarando a parede. Ela sorriu pra mim, e veio me abraçar.

- Finalmente, sua vaca. Saiba que se você fizer qualquer coisa parecida de novo, eu mato você. - ela ralhou comigo e eu murmurei desculpas. Nos sentamos na cama, observando Josie. - Ela nem se mexe. Se não estivesse respirando, acharia que está morta.

Respirei fundo.

- Eu não queria que nada disso tivesse acontecido. Eu recebi um telefonema da Josie, e ela foi atacada. Me mandaram vir pra cá e eu fiquei desesperada. Eu não sei o que seria de mim sem a Jo. Ela se tornou minha razão para ser boa. A cada dia, eu acordo querendo ser boa o suficiente pra ela, querendo ser a pessoa que ela acha que eu sou.

Deixei a primeira lágrima cair na minha bochecha, Lizzie segurando minha mão. Ninguém veio no quarto, ficamos ali sentadas juntas por horas, sem falar nem uma palavra. Quando ela dormiu, eu me sentei na cama de Josie e chorei até dormir.

Acordei com um berro estridente. Dei um pulo, reconhecendo o grito como o de Josie.

- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?? Ela gritou assustada, me encarando com os olhos arregalados.

- Como assim, Josie? É a Hope. - Lizzie disse ao mesmo tempo em que Dr Saltzmann e minha tia Freya entravam no quarto.

- O que está acontecendo.

- Me digam vocês. O que Hope Mikaelson está fazendo no meu quarto, dormindo na minha cama? - a morena questionou, visivelmente brava.

- Josie, para de brincadeira mano. Sério que você vai fazer essa brincadeira idiota depois de 9 meses sem nos ver?

Ela franziu a testa.

- Eu não tô entendendo nada, pai, Lizzie, alguém pode me explicar o que tá acontecendo aqui?

Meu coração veio parar na boca quando eu finalmente entendi que ela não estava brincando. Encarei Lizzie, que parecia chocada. Até o Dr Saltzmann parecia surpreso. A única pessoa que não havia demonstrado nada era minha tia, que parecia até esperar por isso.

Você não se lembra de mim?? - Perguntei já sentindo uma dor me tomar. Josie me encarou, e negou com a cabeça, parecendo ainda muito confusa. Saí dali correndo, me trancando no meu quarto. Era só o que me faltava. Agora Josie não se lembra de mim, agora que eu finalmente havia voltado pra casa.

Just one more girl - HOSIEOnde histórias criam vida. Descubra agora