Paradise

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Hope narrando

De todos os ambientes que eu imaginei em meus sonhos, aquele era o último que eu esperava. Porque eu esperava acordar na enfermaria, ou no meu quarto, ou até no quarto de Josie. Eu não esperava acordar em New Orleans.

Assim que abri os olhos e inspirei fundo, a cadeira de balanço se moveu, e passos chamaram minha atenção para Josie Saltzmann. Ela usava uma camisola vermelha de seda e curta, os cabelos bagunçados e olheiras fundas.

- Até que enfim. - Ela murmurou, se sentando na beirada da cama, e levando os dedos até meu cabelo, fazendo um carinho bom.

- Eu morri e você é o anjo que vem me buscar? - Ela riu com meu questionamento.

- Não. Tenta denovo.

- Eu morri e você é uma diabinha que veio me levar para o inferno? Porque eu posso garantir que podemos reabri-lo com o fogo dos nossos corpos. - Falei de forma sacana e ela riu, ficando vermelha.

- Não. Você está bem viva. E eu sou apenas uma pobre herege desesperada com a namorada desmaiada a uma semana. - Ela respondeu.

- Uma semana? - perguntei atônita. Ela assentiu.

- Pegamos eles. Todos. Lizzie ouviu Penelope no telefone, falando sobre você. Eu a fiz assumir tudo, e contar onde você estava. Queria ter te tirado de lá antes. Não consigo imaginar o que fizeram com você.

Eu sorri de forma doce, tomando sua outra mão, já que a primeira ainda fazia um carinho em meu cabelo.

- Eu estou bem, amor. Nada do que aconteceu é permanente. Eu sou bem forte, sabia disso? - Ela sorriu, assentindo, e se inclinou para beijar meus lábios, o que eu aceitei prontamente.

- Acho que você tem visitas. - murmurou antes de batidas na porta nos tirarem daquele momento.

- Eu não quero ver ninguém. Estou cansada e vou voltar a dormir. Conversamos no café da manhã. - Gritei, sorrindo para Josie.

- Eu quero dar um beijo de boa noite na minha filha preferida. - A voz do meu pai disse por detrás da porta.

- Então... - e ai eu me toquei de que era meu pai. - Entra. - terminei, me sentando rápido em direção a porta, que foi aberta, revelando meu pai com uma calça de moletom e regata branca. - Pai. - murmurei num sussurro, me levantado. - Você é mesmo real? - perguntei chegando perto, vendo sua expressão mudar de feliz para preocupada.

- Do que você tá falando, filha? Claro que eu sou real. - ele respondeu, e eu estendi minha mão, tocando seu peito. Meus olhos encheram d'água e eu comecei a chorar.

- Você tava morto. - Eu murmurei, deixando minha mão espalmar em seu peito. - Você morreu a anos.

- Do que você... Hope, eu não morri, eu estou bem aqui. - ele murmurou me puxando para seus braços e eu me afundei ali, respirando seu cheiro que eu tanto senti falta. - Você acha que todos nós morremos? - perguntou e eu neguei com a cabeça, o apertando mais forte. Quando eu finalmente me acalmei, Josie já tinha saído do quarto. - Meu amor, por que você acha que eu morri? - Ele perguntou me puxando até a cama.

- Você morreu, pai. A alguns anos. Você e a mamãe... para me proteger.

- Querida, nós estamos bem aqui. - Minha mãe murmurou da porta, e eu me levantei e corri para seus braços. - O que foi que fizeram com você? - Ela questionou, e dentro de mim, eu me fiz a mesma pergunta.

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Apesar do sono, eu não dormi. Passei a noite em claro, repassando cada momento da minha prisão/tortura. Poderia ter passado muito mais tempo do que me foi feito acreditar? Poderia parte da minha vida ter sido mentira? Não achava, já que Josie não era parte da minha vida dessa forma antes. Poderia eu estar vivendo uma mentira exatamente agora? Meus questionamentos foram interrompidos quando Josie se mexeu, me puxando mais contra si, e eu não pude resistir ao sono que sentia, enfiando minha cabeça em seu pescoço e dormindo.

Just one more girl - HOSIEOnde histórias criam vida. Descubra agora