Oitavo Capítulo.

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Christian's Ponto de Vista

Depois que deixei Jayda na casa dela e supostamente era pra tudo ocorrer como planejado já que tudo sempre foi um plano mas acabou que eu até defendi ela de um maluco estuprador na estrada. De alguma maneira, sim eu me importei com ela, ainda é meio difícil para mim assimilar tudo isso. Passei a vida toda tendo que ser um cara frio, violento e egoísta, tudo foi uma espécie de sobrevivência pra mim. Mas Jayda amolecia algo em mim que chegava a ser surreal. Algo que nem
todo dinheiro do mundo
explicaria, mesmo assim senti que deixando dois mil reais nos calçados dela iria fazer diferença.

Cheguei em casa muito atarefado, aliás convencer aquele velho safado pai da Penélope a fechar o contrato não foi nada
fácil, aquele velho é extremamente requisitado, ainda tenho que mandar pra ele um relatório completo sobre os últimos anos da empresa, ainda bem que depois que assumi o cargo consegui ter uns picos bons nos ganhos algo que pode estimular ele a procurar mais sócios para investir na empresa. Isso seria ótimo, conheço gente rica, que na verdade são muito ricas de contatos. Não que o investimento dele sozinho já não mudasse a realidade da empresa, mas com mais investimentos a Wayne Enterprises chegaria num patamar inigualável. Querendo ou não tenho uma equipe competente, não sou um chefe qualquer, eu viso alto para poder alcançar rápido.

Fui para o computador deixar tudo isso pronto porque tem algo que eu sou bom é com relatórios, fiz tudo dentro de algumas horas e pronto brilhante, dessa vez o senhor Augustus não teria dúvida. Bebi um pouco de café, aliás ir para um evento só com os chatos da classe alta, depois bater num cara no meio da rua, chegar em casa e ainda fazer relatórios não foi fácil, mas no fundo a sequência dos fatos foi engraçada.

Naquele momento que terminei tudo, prestes a dormir, eu só precisava de alguém. De preferência alguém que vivia mudando o cabelo e continuava sempre linda, alguém meio louca, esperançosa. A menina que salvei hoje, que no começo nem levei a sério. Mas ela de alguma forma não deixava meus pensamentos, eu todo atarefado, mas ela de repente surgia querendo me levar para um devaneio
Surgindo nos meus pensamentos toda vez que eu afastava o olhar daqueles gráficos.

Desliguei o laptop, vendo o anoitecer cair mais ainda, não teria ninguém mais que eu gostaria de ficar naquele momento do que Jayda.

Todas as vezes que toquei ela, senti que ela era tão leve, por mais confusa e a bagunça que ela carrega dentro dela, ela era uma leveza pra mim, um toque, um ar gentil em meio a tanta maldade. Eu queria tocar ela mais vezes, só assim poderia entende-la, mas ela hoje parecia tão distante de mim, tão cabeça em outro lugar. Sei o que fiz não foi fácil pra ela, ela não merecia isso. Se ela quiser me achar um otário pro resto da vida, que ela ache então. Mas não vou desistir dela antes de tentar.

Por isso ali mesmo, deixei minhas coisas na mesa e fui direto para cama. Amanhã seria um longo dia de negociações decisivas, precisava tirar minha menina dos pensamentos.

Point Of View Jayda

Nossa, do jeito que eu acordei naquela manhã toda fudida, cabelo em pé, dolorida pelas quedas de ontem. Tava até pensando em gastar esses 2000 que ganhei em uma noite no SPA, sei lá,sabe, qualquer coisa que elevasse minha auto estima iria me fazer bem. Tô merecendo vai, mas acorda menina, uma noite no SPA vai embora rapidinho junto com seu dinheiro. Que não é todo dia que você ganha Mas vamos lá né, eu ainda sou nova, tenho que relevar minhas vontades malucas.

Desci as escadas e fui direto pra cozinha, estava faminta. Cheguei lá e já me deparei com um bilhete da minha mãe em cima da mesa dizendo " Te amo. Se cuida filha." Sorri e senti uma pequena lágrima cair do meu olho. No fundo eu fazia de tudo por ela se eu pudesse e ela sabe disso. Dobrei o papelzinho e guardei no bolso e fui preparar minhas panquecas doces favoritas, aproveitar que tinha trigo.

Ao terminar de preparar, confesso que sempre odiei essa parte, principalmente na frigideira, a realidade é que não sei cozinhar e tá tudo bem, com tempo pego o jeito.
Mas minha parte favorita já tinha chegado que é a de comer.
Servi as panquecas no meu prato e guardei algumas pra minha mãe, apesar dela não ser muito fã. Estava saboreando aquelas panquecas recheadas de brigadeiro quando de repente escuto a porta bater, meu Deus quem seria essa hora da manhã?

Me dirigi a porta um pouco cabreira e verifiquei logo pelo visor quem seria.
Meus olhos congelaram ali, o que ele estava fazendo aqui?

- Bruno? - abri a porta de casa confusa ao vê-lo meio sem jeito olhando pra mim igual cachorrinho sem dono. - É... Não vai me chamar pra entrar? Lutadora de boxe! - ele tentou fazer uma piada em relação aos últimos fatos mas na verdade eu estava muito chateada ainda para dar qualquer risada, por isso só chamei ele com a mão e procedi andando para a cozinha.

- Olha Bruno, se você veio aqui pra me dar mais um sermão do quanto eu não deveria ter batido na sua namorada, pode ficar tranquilo que eu já ouvi de - ele parou na minha frente bem perto de mim interrompendo meu discurso.
- E quem disse que eu vim falar disso boba? A Camila não tava certa mesmo, só não deixa ela saber disso. - ele deu um sorriso amarelo e eu revirei os olhos sentando na mesa para voltar para minhas panquecas.
- Olha, ela ainda continua viciada em panqueca com brigadeiro, já te falei dos riscos né? - ele disse se sentando ao meu lado. Sabe, eu deveria aplaudir o esforço dele de tentar me fazer me sentir confortável de novo.

- Se quiser pode pegar. - respondi um pouco sem jeito. Ele balançou a cabeça.
- Sua mãe me contou Jayda. - ele
Prosseguiu - Contou o quê? - perguntei confusa.
- Que ela achou 2000 no seu quarto
- imediatamente olhei confusa pra ele, como assim? Sendo que eu tinha escondido aquele dinheiro tão bem.
- Olha eu sei que você é nova, não sabe administrar dinheiro.
Dinheiro vai embora muito rápido principalmente somente dois mil reais, não vai achando que é festa, preciso saber se essa sua fonte é segura mesmo garota - ele falava e eu só pensava como minha mãe tinha achado aquele dinheiro.

Imediatamente sai da mesa e fui correndo ao meu quarto, vê se tava tudo certo. Mas Bruno me puxou pelo braço antes.

- Escuta Jayda, você ainda é minha irmã de consideração, até sua mãe me vê meio como um filho. Ela está preocupada com você, eu também. Ela tem razão! - ele falava sério olhando dentro dos meus olhos.

- Tá tudo bem Bruno, eu sei me virar sozinha. Eu também te considero apesar das mágoas que também fazem parte. Mas agora preciso ir urgente pro meu quarto vê se meu dinheiro ainda. tá lá. - falei me soltando dos braços dele e correndo para o meu quarto,
Abri a porta do guarda roupa, fiz uma bagunça mas pelo menos achei meu dinheiro.
Com essa história do Bruno e da minha mãe, acabei temendo pelo pior. Peguei o dinheiro que ainda estava no guarda roupa e guardei
dessa vez escondi ele numa caixinha de bailarina empoeirada, odeio que mexam nas minhas coisas, principalmente se for para contar para os outros igual minha mãe fez. Que absurdo! Até para guardar dinheiro devo explicação?

Desci as escadas um pouco transtornada esperando o olhar do Bruno sob mim mas fiquei surpresa ao vê que ele não estava mais lá.
- Bruno? - gritei indo até a sala até que ele sai do banheiro um pouco nervoso.
- Minha menina! - ele correu até a mim me abraçando me deixando confusa.
- Você é tão nova, tão inocente, tenho medo do que o mundo pode fazer pra voce! Se eu pudesse.... - ele falava continuando me abraçando.
- Não se culpe! - falei baixinho no ouvido dele.

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⏰ Última atualização: Dec 09, 2021 ⏰

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