Will não tem para onde ir, depois da queda. Ele segue Hannibal com uma necessidade que diz a si mesmo ser puramente por falta de opções. Eles vivem perto um do outro, desconfiam muito e lutam para fazer as pazes - Will negando o afeto de Hannibal. M...
Um capítulo muito mais longo. Além disso, é aqui que a tortura e o sangue coagulado entram em ação. Avise-me se houver alguma tag relevante a ser adicionada, pois sempre acho que a violência em minha escrita não é tão ruim até que eu poste e aprenda o contrário. Não estou louco com o jeito que isso acabou, mas c'est la vie.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Cego
No segundo dia de consciência, ele acordou no sofá com Hannibal de pé ao lado dele, cuidando do tubo de alimentação que serpenteava por seu nariz e descia por sua garganta, uma obstrução que pulsava como uma veia a cada inspiração. Ele estava limpando a bomba, as mãos enluvadas delicadamente enxugando o dispositivo. Sem ter que dizer, Will mudou para uma posição sentada, grunhindo enquanto suas costas e pescoço protestavam contra o movimento. Ossos e músculos cansados ainda fracos do Dragão, da Queda, agravados pela almofada de brocado firme.
Ele se encolheu, lembrando-se da noite anterior. O peso da cama mudou quando Hannibal deslizou ao lado dele depois de administrar sua medicação como se fosse uma rotina familiar. O peso de sua mão quando ela escorregou para longe dele - enquanto ele escorregava para longe dela. O peso do seu não quando caiu entre eles, caiu de seus lábios como um soco. Aninhado entre eles como uma coisa tangível. Ele pensou em se desculpar, dizendo que foi pego de surpresa e reagiu mal. Admitir que dormia mal e mal e que seus sonhos se transformavam em pesadelos com muita frequência, sem a pressão de algo quente contra ele.
Hannibal falou antes dele, e ele engoliu as palavras que pareciam insetos em sua boca, cerrando-as entre seus dentes danificados. "Agora que você acordou, devemos seguir em frente."
Por um momento, as palavras pareceram um tapa. Como um dedo cavando em sua ferida e torcendo, esticando e separando-o.
Ir em frente. Como se fosse uma possibilidade. Como se Hannibal não fosse uma parte dele, um membro vestigial. Um tumor inoperável enterrado em seu cérebro que não poderia ser removido sem matá-lo também. Como ele poderia seguir em frente? Quando ele deixou o Dragão entrar em sua cabeça, se tornou o homem que quase matou sua família?
Como ele poderia seguir em frente quando se imaginava cometendo o crime que Francisco não cometeu? Massacrando sua esposa e filho?
Hannibal nunca se importou se eles morressem, ele só os queria congelados naquele momento na mente de Will, morrendo repetidamente por suas mãos. Ele queria que Will manchasse a pequena aparência de vida que ele conseguiu fazer. Queria que Will nunca mais olhasse para sua esposa e filho sem ver cacos de espelho em rostos brancos e frios - com veias azuis e pele rasgada manchada de vermelho. Ele queria transformá-los em uma cena de crime.
Não havia como seguir em frente, ele sabia, e ele sentiu a primeira onda de pânico chegar como uma mão em sua garganta, uma lixa raspando seus pulmões.
