Felipe Santana - aqui é o Brazil caralho!
Parece que o destino tem a desgraça do prazer de me trazer problema logo de manhã cedo, acabando com toda minha graça e paciência pela qual nunca tive a oportunidade de ter. Ajeito a arma sobre a cintura ao me encosta na parede, enquanto olho impaciente o carro que atrapalha a passagem dos moradores.
Em nenhum momento liberei ordens para os vapor sair do seu posto, os deixando emparedado na frente do carro da filha da puta da estrangeira que não obedeceu nenhuma das minhas condutas. Meu sangue parecia ferver por dentro a cada segundo que passava e tudo que eu mais evitava naquele momento era arrancar a mesma pelos cabelo de dentro do carro e foder com a cara dessa vadia na frente de todo mundo.
— Qual é irmão, vamos meter bala no carro ou vamos ficar no prejuízo mermo?- questionou Águia.
— Ta cheio de criança na rua caralho, nem pra tu fazer a limpa, só sabe encher meu ouvido de merda, tu tá pior que muler.- respondo quase que por cima de suas palavras.
Daqui a poucos dias fará cinco anos que meu pai morreu e a minha vida se tornou muito pior que antes, pois já não bastava ter os meus próprios problemas acabei me tornando o principal alvo de todas as suas brigas inacabadas ou mal resolvidas. Uma pessoa boa nunca fui, na realidade nunca tive uma boa realidade para tentar ser e não será agora que algo vai mudar.
Desde os meus doze anos de idade que vivo nessa vida e fui privado da minha liberdade pela primeira vez nos meus vinte anos. Meus crimes não começaram na favela, afinal meu pai tinha altos conhecimentos lá fora e me mandou direto pra um país estrangeiro me fazendo servir a uma máfia para aprender o que é crime de verdade, sendo que nesse lugar cresci tanto que me tornei copo da maior máfia do país, ficando abaixo somente do Don, subchefe, e do conselheiro da máfia.
Também sei falar bonitinho, com todas as articulações que os riquinhos costumam falar, mas quando você tem o sangue de favela correndo em suas veias não tem como dizer que jamais irá regressar para casa outra vez, então voltei pro Brazil tendo que assumir o lugar do meu pai como chefe do tráfico do alto do complexo, abandonando o alto patamar da máfia para ser um bandidinho de merda que governa uma favela complexa.
— Na moral, manda colocarem os pivete pra dentro.- falei me afastando da parede, disposto a tirar aquela estrangeira dali na bala.
Já não bastava ter que assumir todos os problemas do meu velhote, tive também que ser batizado com o vulgo dele, sendo conhecido por todos como cobra, porém vivo uma vida maneirinha com a minha irmã, administro todo esse lugar com o auxílio de alguns amigos, me divirto pra caralho com a vida que tenho, com minhas festas e com a mulher que eu quiser obter naquele dia.
Inimigos, tenho diversos, porém desejo sorte para cada um deles pois eu não sou tão fácil de se matar e se alguém ainda tiver tamanha ousadia, então desejo boa sorte. Vendo que boa parte do pessoal havia adentrado em casa, logo ajeita a fuzil que atravessava meu corpo. O dia já não havia começado bem com o atraso das minhas encomendas e penso que se a qualquer momento acontecer um confronto todo mundo tá fudido, agora vem uma estrangeira terminar de tira a minha paciência fode com tudo.
Tenho minhas ações interrompidas quando vejo minha irmã descer da moto como um furacão em minha direção, fazendo-me perguntar a mim mesmo sobre qual momento eu havia chamado a mesma até a barreira.
— Que confusão toda é essa? Parece até o apocalipse, todo mundo está comentando.- falou parando a minha frente.- O que está acontecendo?
Tenho minhas próximas palavras interrompidas quando um som de buzina chama nossa atenção, levando nosso olhar diretamente a estrangeira que havia abaixado o vidro do carro logo passando a acenar pra Ana. Não demorei muito pra voltar a encarar a Ana buscando respostas com cara de pouca paciência.
— Cobra essa é a nova moradora da qual eu falei pra você lembrar?- disse voltando a me olhar.
— Tudo que eu lembro agora é que está vadia tirou minha paciente e se você não tirar ela da minha frente nos próximos segundos eu vou estourar a cabeça dela!- disse rude ainda olhando em seus olhos.
— Não chama ela de vadia!- tentou me confrontar.
— Se eu quiser chamo até você de vadia sua idiota, agora faz o que eu mandei você fazer!- respondo imediatamente sobre as palavras da mesma.
Essa maluca faz parte da mesma loucura que eu desde os nossos doze anos de idade, o que claro como todo gêmeo sofre quase as mesmas coisas sempre, fomos presos no mesmo dia, na mesma prisão, sendo departamentos diferentes. Na volta para o Brazil Ana decidiu não se envolver na liderança do morro, mas ela topa toda missão dada fazendo a mesma ser concluída perfeitamente.
Como irmãos temos um bom relacionamento, mas como todos os laços de irmandade não se pode faltar brigas com a gente jamais seria diferente, o que diferencia é que fazemos parte da mesma loucura, então nossas brigas não são nada saudáveis.
— Caralho quando tu vai para de me trazer problemas?- pergunto, mas não obtenho respostas.- Sabe muito bem que tipo de pessoal matou o nosso pai, aí tu vem vender a casa pra esses tipos de pessoa?
Ana sabe muito bem o que aconteceu da última vez, após uma estrangeira passar a viver aqui dentro, mas ela se faz de doida e dar sempre um ponto de confiança pra todo mundo. Sem me respondeu Ana caminha em direção a estrangeira, logo passando a conversar com a garota ainda dentro do carro e que me fuzila com o seu olhar quando comenta sobre algo.
— Se acontecer alguma merda aqui dentro por sua negligência eu vou levar você e aquela vadia pro pneu, entendeu ou falei italiano?- questiono assim que a mesma voltou a ficar em minha frente.
— Manda teus cão guiar sair da frente.- respondeu Ana ignorando minhas palavras.
— Tu foi avisada parceira.- reforço o recado.
— Olhar aqui Felipe tu vai ficar me ameaçando mermo?- pergunta arrogante.- Tenho medo de você não caralho ou você esqueceu que fazemos parte da mesma merda?!
— Felipe é o caralho! Aqui em baixo tu me chama pelo vulgo e eu não faço ameaça, eu cumpro com as minhas palavras.- digo quase que por cima das palavras da mesma.- Passamos meses dentro de uma prisão e você sabe bem o motivo, então sair dessa tua terra de contos de fadas porque aqui é o Brasil caralho.
— Calma porra, vocês são do mesmo sangue, bora resolver essa merda com calma!- citou Lobão surgindo do nada.
Ela abre a boca pra falar alguma coisa, mas logo desiste quando ouve o som da buzina do carro, o que fez a mesma me dar as costas após me fuzila com os olhos.
— Na moral, tenho uma leve impressão de ter visto essa garota antes.- citou Lobão ganhando minha atenção.- Não sei quando, mas já foi aqui dentro.
Aquelas palavras foi a gota d'água pra que eu criasse mil paranoias na cabeça. Lobão ajudou meu pai, quando ele ainda estava vivo, então se ele disse que já viu essa estrangeira aqui, quem não me garante que foi ela que matou o meu pai? De qualquer maneira seja lá quem é ela, eu vou descobrir.
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ITALIANA
FanfictionBellatrix Marolly, uma garota com grandes objetivos. Nascida em meio a uma família de mafiosos, cresceu sendo incentivada pelo pai a seguir seus sonhos que era totalmente fora da realidade pela qual eles viviam, mas por uma grande tragédia Bellatrix...