Capítulo 4

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POV'S Barbara Passos

Segundo o Wikipédia dividimos nosso aniversário com mais de 18 milhões de pessoas, ainda não foi comprovado cientificamente de que isso cause alguma ligação entre as pessoas, principalmente aquelas que nasceram no mesmo hospital e ficaram no mesmo quarto, mas de uma coisa eu tenho certeza e carrego isso como um fato, isso suficientemente forte para criar uma conexão entre mim e Carolina Voltan Marzin e essa conexão claramente foi o ódio e não há ninguém no mundo que me diga ao contrário.

A conexão também se estabeleceu entre nossas famílias, inclusive entre nossas mães que sempre foram melhores amigas, por esse motivo Carol e eu sempre compartilhávamos a nossa festa de aniversário obviamente isso sempre causava incansáveis brigas e discussões, a pior coisa é dividir o dia que foi feito especialmente pra você (E mais 18 milhões de pessoas) com a garota mais insuportável da face da terra. Agora além de compartilhar o mesmo aniversário, ainda temos que compartilhar o mesmo quarto? Qual é universo? Mas de uma coisa eu sei, ela vai implorar pra mudar de quarto ou quem sabe de escola. Que os jogos comecem!

Estava deitada na minha cama desfrutando daquela imensa paz enquanto ainda podia, antes do furacão chamado Carolina Voltan adentrar aquelas portas e me tirar completamente do sério. Quebrando totalmente essa energia de paz espiritual na qual eu estava, alguém batia irritantemente na porta, bufei alto o suficiente para a pessoa do lado de fora ouvir e me levantei preguiçosamente, porque pelo visto quem quer que seja não iria embora nem tão cedo.

— Pois não senhorita? – disse com a voz arrastada, encarando a amiga ruiva e italiana de Carol e inclusive a garota que meu melhor amigo era completamente apaixonado desde que atropelou seu cachorro. Passei os olhos indiscretamente pelo seu corpo a deixando ruborizada, ela estava bem mais desenvolvida do que eu me lembro.

- Oi Barbara. – Sorriu ela sem me encarar

- Oi Thaiga! Pra você é Babi – Falei, apoiando meu braço na porta e me inclinando para perto dela, perto o suficiente para sentir sua respiração contra meu rosto, deixando seu rosto ainda mais vermelho que seus cabelos.

- É um milagre você realmente lembrar meu nome - Comentou dando um passo para trás, desviando o olhar e tentando esconder suas bochechas visivelmente vermelhas.

- Como esquecer um nome como o seu? – sorri – O que deseja?

- Queria saber se a Carol estava aqui, combinamos de ir para o refeitório juntas.

- Graças as forças superiores, ela não está.

- Obrigada Barba- Babi – agradeceu com a voz tremula.

- Por nada linda, apareça mais vezes – coloquei a mão no queixo dela e a puxei obrigando a me encarar, ela apenas arregalou os olhos e engoliu em seco.

- THAIGA! – Exclamou Carol de maneira esganiçada.

- Carol! Estava te procurando. – Thaiga se afastou de mim, girando os pés para encarar Carol.

- Eu estava no refeitório, como você não apareceu, eu comi sem você. O que está fazendo com essa idiota?  - Carol levantou uma das sobrancelhas colocando a mão na cintura.

Nada, como você já comeu vou voltar para o meu quarto, quer vir? – Thaiga olhou para a Carol e em seguida para mim, como se o convite também fosse para mim, apenas pisquei e sorri.

- Vou terminar de arrumar as minhas coisas, depois nos vemos Thaiga – Respondeu Carol.

- Tchau Thaiga – Acenei e sorri.

- Tchau Babi – Thaiga acenou e foi em direção ao seu quarto.

Sinto o olhar de Carol queimando sobre mim, dou de ombros e volto para o quarto, me jogo na cama e coloco meus fones tentando recuperar a áurea de paz na qual me encontrava alguns minutos atrás, antes que ela começasse a tagarelar sem parar.

Antes que minha música chegue ao refrão, ela já está parada em frente à minha cama falando sem parar, felizmente não consigo escutar uma palavra se quer, a vida seria bem mais linda se Carol tivesse o modo mudo pra sempre. Abro um sorriso de modo provocante e fecho os olhos, mas assim que volto a abri-los, vejo uma das minhas malas voando porta a fora, arranco os fones e me levanto bruscamente.

- QUAL É O SEU PROBLEMA CAROLINA? TÁ FICANDO LOUCA? – berrei 

- Meu problema é você Passos! Estou a mais de meia hora gritando para você tirar essas tralhas daqui eu nem consigo andar com esse tanto de coisa jogada pelo quarto, me admira a sua grande capacidade de transformar o quarto em uma enorme bagunça em menos de duas horas. – disse ela irritada batendo o pé no chão. – Não tem nenhuma empregada aqui para arrumar suas coisas, então crie responsabilidades e trate de arrumar essa droga.

— As malas são minhas Carolina, tenho o direito de deixar onde eu bem entender. – Bufei – Se você quiser ser minha empregada não vou reclamar, eu pago bem. – Ironizei.

- O quarto não é só seu. - Ela revirou os olhos. - Então eu exijo organização, e só pra constar, nem se eu estivesse passando fome eu trabalharia pra você.

- "Exijo organização". - Imitei o jeito dela falar.

- Eu não falo desse jeito! - Disse ela, colocando a mão na cintura. - Será que você pode pegar suas malas Barbara? Estou te pedindo com educação, pelo menos no quarto teremos uma boa convivência, pode ser?

Continuei fingindo que não estava escutando, murmurei a música que tocava em meus ouvidos.

- Você está me ouvindo Barbara? - Repetiu, jogando mais uma das minhas malas para fora.

- Está bem Carol! Eu vou arrumar o quarto, mas para de jogar minhas malas para fora, eu juro que se você quebrar alguma coisa eu...

Ela me interrompeu, com os olhos cerrados.

- Vai sair correndo e contar para o papai? Se o senhor Passos aparecer aqui eu jogo as malas dele também. Quando eu voltar não quer isso jogado pelo quarto. Não gostou? Pede para os advogados do papai me processar fofa.

- Pelo amor de Deus Carol, tanta gente nesse colégio e justo você tem que cair no mesmo quarto que eu – resmunguei.

Ela estava virada mexendo no seu guarda-roupa, respirei fundo e soltei o meu sorriso mais safado.

Continua...

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I Hate Loving You (Eu Odeio Amar Você)Onde histórias criam vida. Descubra agora