Funeral no cérebro

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Senti um funeral em meu cérebro,
E carpideiras indo e vindo
A pisar - a pisar - até eu sonhar
Meus sentidos fugindo -

E quando tudo se sentou,
O tambor de um ofício -
Bateu - bateu - até eu sentir
Inerte o meu juízo

E eu os ouvi - erguida a tampa -
Rangerem por minha alma com
Todo o chumbo dos pés, de novo,
E o espaço - dobrou

Como se o céu fosse um sino,
E o ser, só um ouvido,
Eu e o silêncio, raça estranha, solitária

E a tábua da razão rachou
E cai no fundo
Mergulhei num novo mundo

Até saber o fim – então

Poemas de Emily DickinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora