Não posso viver contigo,
Isto seria vida,
E vida está ali
Atrás da prateleira.O capelão guarda a chave,
Pondo acima,
Nossa vida, sua porcelana,
Como uma taça.Descartada pela dona de casa,
Fora de moda ou destruída;
Um novo Sevres Apraze,
Os velhos se quebram.Eu não poderia morrer contigo,
Pois um deve esperar
Para cerrar os olhos do outro,
Tu não podes.E eu permanecerei
E ver-te-ei expirar,
Sem meu direito de expirar,
Privilégio ou morte?Nem eu poderei ressuscitar contigo,
Porque tua face
Poderia tirar de Jesus
A nova graça.Brilho nítido e estrangeiro
Em meus olhos nostálgicos,
Exceto que tu, ao invés dele,
Reluziu bem mais perto.
Julgar-nos-ão – como?
Pois tu serviste o paraíso, tu sabes
Ou tentaste;
Eu não consegui.Porque tu concentraste a vista,
E eu não tenho mais olhos
Para uma excelência mórbida
Como o Paraíso.E se tu decaísse, também,
Mesmo que meu nome
Tenha soado mais alto
Na fama celestial.E se tu fosses salvo,
E eu condenada a estar
Onde tu não estás,
Isto seria o inferno para mim.Então devemos nos apartados,
Tu aí, eu aqui,
Com a porta entreaberta apenas
Que são oceanos,
E orar,
E aquele pálido sustento,
Desespero!Nota: Sevres apraze são peças de porcelana da França de 1756 compradas por Luís XV
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Poemas de Emily Dickinson
PoesíaEstes são alguns dos poemas e cartas de Emily Dickinson. Emily foi uma poetisa americana do século 19. Emily dedicava grande parte de seus poemas ao seu cão Carlo, que principalmente quando morreu foi sua maior inspiração e também a fez dedicar seus...