Para Susan Gilbert, 06/02/1852

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Deixarás que eu venha, querida Sue - assim como estou, com o vestido sujo e gasto, meu grande e velho avental e meu cabelo - Oh, Sue, o tempo é curto para uma descrição detalhada da minha aparência, porém eu te amo tanto quanto se estivesse bem-cuidada, portanto não te importarás, não é mesmo? Estou tão feliz, querida Susie - que nossos corações estejam sempre limpos, sempre bem cuidados e adoráveis, de modo a não causar vergonha. Esta manhã estive mergulhada no trabalho e deveria estar trabalhando agora, mas não posso negar a mim mesma o prazer de ter um minuto ou dois contigo.

(...) Oh, minha querida, há quanto tempo estás longe de mim, como estou cansada de esperar e procurar e chamar por ti; às vezes, fecho os olhos e fecho meu coração para ti e me esforço muito para esquecer-te, porque me causas tanta dor, mas nunca irás embora, oh, nunca irás - diz-me, Susie, promete mais uma vez, e eu irei sorrir de leve - e tomar novamente a minha pequena cruz de triste - triste separação. Como parece inútil escrever quando se sabe como sentir - como é muito melhor estar sentada ao seu lado, falar contigo, ouvir as inflexões da tua voz; é tão difícil "negar a si mesmo, pegar a cruz e seguir" - dá-me forças, Sue, escreve-me palavras de esperanças e amor e de corações que resistiram e grande foi para eles a recompensa do "nosso Pai que está nos Céus".

(...) Venha comigo esta manhã para a igreja dentro de nossos corações, onde os sinos estão sempre tocando, e o pregador cujo nome é Amor – deve interceder lá por nós!

(...) Amor sempre, e para sempre, e verdadeiro! Emily.

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