VII

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Andrew P.O.V

Mais um dia de trabalho e apesar de amá-lo, assumo que às vezes é um pouco cansativo.
Hoje tenho ao todo doze aulas, divididas para quatro turmas. As penúltimas serão com a turma da Angel, conhecida como a “turma do meu terror”. Não que seja uma turma bagunceira ou muito difícil de se dar aula, o problema é a Angel, a minha melhor aluna é o meu maior problema.
Não consigo colocar em palavras, mas quando estou perto dela, me sinto muito diferente. Sempre que eu tenho aula com a turma da Angel, é como se uma ansiedade tomasse conta de mim para encontrá-la, o que é completamente estranho, já que ela é só minha aluna. Seja o que for, minha ética não permite que exista.
ꟷ Fala meus amigos! Adivinhem para qual turma eu vou dar aula agora? — indagou Luke, adentrando a sala reservada para os professores com toda sua habitual euforia.
ꟷ Deixa eu adivinhar, para a turma da Megan e Daniel? — Henry devolveu sua pergunta com outra, forjando uma expressão cínica. Movo a cabeça em negação, regredindo o olhar para as anotações em meu caderno.
ꟷ Ah seu sem graça, e sim, é para a turma da Megan. — respondeu nosso amigo, tomando uma das várias cadeiras para se sentar.
ꟷ E do Daniel também.
ꟷ E da Angel e Anna também. — rebateu Luke meu comentário, sorrindo ladino.
ꟷ Como se essa informação nos fosse útil. — reviro os olhos ao respondê-lo.
ꟷ Pode até não ser útil, mas bem que essa informação deixou você e o Henry com uma pontinha de inveja, afinal eu que vou dar aula para elas. — debochou o professor de matemática, atraindo tanto o meu olhar quanto o de Henry. Luke, por sua vez, sorriu com o puro escárnio habitual.
ꟷ Primeiro, odeio seu sarcasmo. Segundo, eu também darei aula para elas nos últimos horários.
ꟷ E eu darei aula para a turma delas nos penúltimos horários. — complemento a fala de Henry, sorrindo fechado para Luke e o vejo revirar os olhos.
ꟷ Enfim, isso não me interessa. – desdenhou o moreno, deitando as costas na cadeira de forma relaxada e cruzando os braços. ꟷ O que importa é que eu terei a oportunidade de ver a Megan.
ꟷ Luke, me responde uma coisa aqui... — Henry firmou os braços na mesa retangular, olhando seriamente para nosso amigo, que imitou o ato do Miller com certo deboche. Tão comum dele.
ꟷ Diga, seu velho careta que não tem vida.
ꟷ Me respeita seu moleque. – repreendeu Henry, tirando risos tanto da minha parte como de Luke. Esses dois são o sinônimo de boa convivência. ꟷ Agora vamos ao que interessa, você sabe que isso é errado né?
ꟷ O que? 
ꟷ O que? — debochou Henry, erguendo as sobrancelhas e não contive um riso. — Essa questão da Megan. Ela é sua aluna, você sabe que isso é errado né?
ꟷ Exatamente. Luke você não pensa nas consequências? — Por fim, indago ao olhar para o nosso amigo.
ꟷ Aff, como vocês são chatos. – Luke suspirou, endireitando a postura e intercalando o olhar entre nós dois. ꟷ Perante a nossa padronizada sociedade pode ser errado sim, mas para a vida não. Sei que vocês devem achar isso uma bobeira, mas não é. Quando eu sofri aquele acidente três anos atrás e quase perdi minha vida, decidi que eu aproveitaria minha vida ao máximo, a começar pela minha profissão e depois o amor. Desde que eu saí daquele hospital, prometi para mim mesmo que iria encontrar o amor e parece que o encontrei. Talvez não seja ela, mas se não for o tempo me dará a resposta, então não há nada que vocês dois falem que me fará mudar essa minha vontade pela vida...
ꟷ Não é isso... — a fala de Luke foi interrompida por Henry.
ꟷ Me deixe terminar Henry. A minha vida tem sido pacata até aqui, mesmo com a rotina louca que vocês chamam, está faltando algo e eu irei encontrar esse algo, mesmo que isso pareça errado para essa sociedade tão hipócrita. No dia em que eu morrer podem colocar com muito prazer na minha lápide: Viveu com toda intensidade possível. ꟷ Luke moveu as mãos como se sinalizasse algo e senti um sorriso preso em meus lábios. Henry o encarava com leveza. ꟷ Se eu morrer, sabendo que fiz de tudo e mais um pouco para viver a vida com leveza e vontade, morrerei feliz. Agora se vocês me dão licença, tenho uma aula para dar. Tchau meus amigos.
Após finalizar sua bela fala, Luke se levantou com apenas um impulso e rumou para fora da sala, acenando com ambas as mãos. Movi a cabeça em negação, segurando um riso e logo olhei para Henry.
ꟷ Isso é loucura.
ꟷ E eu não sei? — respondeu-me, ironicamente.
ꟷ Mas Henry, se fosse nós no lugar dele? Porque eu já vi a forma como você olha a Anna quando ela não está olhando, e estou meio confuso em relação à uma das minhas alunas. — acabo desabafando com meu amigo, fechando o caderno de anotações e o repousando sobre a mesa. Henry olhou para mim com atenção.
ꟷ A Angel?
ꟷ Como você sabe?
ꟷ Basta ver a forma como você olha para ela. – falou ele, abrindo um sorriso ladino, mas logo suspirou com pesar.  ꟷ Em relação à Anna eu não sei, é uma guerra fria dentro de mim; gosto dela, e quando eu digo que gosto dela, eu gosto mesmo, mas não sei se vale o risco entende?
ꟷ Sim, te entendo. — respondo-o, entendendo até mais do que eu queria tal situação.
ꟷ São nossas carreiras. Essa história poderia fazer só mal para nós e nossas carreiras, não vale a pena pôr em risco toda uma carreira firmada por causa de aventura, que certamente me olha só como professor de história e talvez um amigo. E quer saber? – bruscamente o vejo se levantar, tomando em mãos os materiais que estavam sobre a mesa. Meu olhar acompanhou seus atos. ꟷ Eu também estou quase engatando um namoro aí, ela também é professora e talvez dê certo. Chega desse assunto, vou para a sala de aula, tchau Andrew.
ꟷ Tchau, Henry. — murmuro, vendo-o se retirar da sala com passos lentos.
O Henry está completamente certo, seja o que for que eu esteja sentindo é melhor parar por aqui. Tenho minha carreira bem firmada e renomada, não vale perder por causa de uma aventura.
...
ꟷ O que você quer falar comigo? — indagou a garota ao ficar de frente para mim, os livros contra o busto e os olhos azuis fixados em mim. Cruzei os braços, recostando em minha mesa. 
ꟷ A senhorita anda muito dispersa nas minhas aulas ultimamente. Andei conversando com outros professores e eles são só elogios para o seu lado, então quero saber o que tá acontecendo com você.
Ela permanece calada, como se não estivesse prestando atenção em minhas palavras. No entanto, de repente meus lábios são selados pelos dela, enquanto seus dedos gélidos vão de encontro a minha face, timidamente. No início é totalmente surpresa para mim, mas depois o beijo começa a me causar uma sensação boa e eu acabo a correspondendo. Porém, logo me recordo do que Henry disse mais cedo na sala dos professores, sendo este o impulso para separar o beijo e a empurrar para longe de mim.
ꟷ O que você pensa que está fazendo Angel? — digo com extrema seriedade, tomando uma distância segura enquanto corro os dedos pela boca, limpando-a.
ꟷ Andrew, eu gosto de você. Sei que é errado mas eu gosto de verdade de você. — diz ela, a voz um pouco falha, embora desesperada.
ꟷ Isso é errado Angel, você é minha aluna, não podemos ter nada mais que não seja um relacionamento de professor e aluna, mas depois desse beijo talvez nem isso mais. — reverbero, virando-me para Angel e sinto alguns fios do meu cabelo soltos do alinhamento. Os olhos azuis continuavam fixados em mim, aquelas belas íris cristalinas que se destacavam em sua pele alva e os cabelos pretos. Angel era o sinônimo de beleza e o ato de não admirá-la era muito difícil.
ꟷ Andrew, escuta, você não pode simplesmente ignorar o que aconteceu aqui, e eu sei que você gostou, você me correspondeu, Andrew...
ꟷ Chega! – interrompo-a sem a menor paciência, detestando aquela persistência e o fato do meu psicológico admirá-la loucamente. ꟷ Saí daqui, nós nunca teremos nada além da sala de aula, você acha mesmo que um homem como eu vai querer uma criança como você? Pelo amor de Deus, Angel. – acabo soltando um riso repleto de escárnio, tentando transparecer algum tipo de repúdio. Aponto para a porta, a respiração pesada em meu peito. ꟷ Agora saí daqui e eu espero que ninguém saiba o que aconteceu aqui.
Meu coração se apertou de uma forma estranha quando eu a vi pegando suas coisas e saindo da minha sala, os olhos dominados por lágrimas. Eu não queria ter feito o que fiz, não queria ter a magoado dessa forma. Feriu-me ter ferido ela, mas é o meu trabalho que está em jogo...
Só posso esperar que seja lá o que estiver acontecendo, acabe logo.
...
Henry P.O.V

Às vezes penso que ser mais como o Luke, tornaria da minha vida mais leve. Porém, não posso agir como um louco, é minha carreira. De fato, eu gosto muito da Anna, ela com aquele jeitinho empoderado, dona de si que não abaixa a cabeça para ninguém além dos pais, soube me conquistar. Ademais, não fui o único Miller que ela soube conquistar, afinal meu irmão caçula morre de amores pelas melhores amigas dele.
No entanto, não me deixarei levar pela aventura. O melhor é ficar com a Nataly, tem a mesma idade que eu, também é professora, é o melhor a se fazer e esquecer qualquer coisa fora da sala de aula em relação à Anna.
Chego na sala, e estão na porta a Anna e o grupinho de amigos dela, incluindo o Logan. Ah, eu não gosto desse menino, mesmo ele sendo aluno, não gosto dele. Além de sempre chegar atrasado nas minhas aulas e ser o completo desinteresse por história, vive cercando a Anna como um urubu.
ꟷ Vamos entrar pessoal, a aula vai começar. — dito ao passar por eles para entrar em minha sala, mas logo sou interrompido por Anna. 
ꟷ Tem como você esperar só um pouquinho? A Angel e o Liam sumiram.
ꟷ Como assim sumiram? – indago subitamente.
Olho para a garota no mesmo instante, um pouco nervoso com a notícia de que o Liam havia simplesmente desaparecido. Não é possível que aquele pirralho irá cabular justo a minha aula.
ꟷ A Angel ficou depois da aula de inglês para conversar com o professor Andrew e o Liam estava conosco, mas ele voltou na sala para buscar um livro que tinha esqueceu e aí os dois sumiram. — explicou Megan, fazendo-me assentir. Espero que meu irmão não esteja metido com nenhum problema, muito menos a Angel.
ꟷ Eu preciso começar a aula, mas se eles não aparecerem até o sinal tocar eu vou falar com o diretor, agora entrem e sentem-se. – digo, dando espaço para que as duas passassem e assim fizeram.
A aula correu bem e quando estávamos quase no fim, Angel e Liam apareceram. Eu já ia chamar atenção dos dois e perguntar o porquê de tamanho atraso, o que é completamente inadmissível, mas quando vejo o rosto da Angel vermelho e inchado de um choro completamente visível, preferi não falar nada, afinal não é do feitio dela se atrasar. Prossigo com a aula, sendo interrompido por murmúrios por parte do grupinho das meninas e logo chamo atenção delas.
ꟷ Meninas prestem atenção!
...
ꟷ É isso gente, vocês estão liberados. — nos últimos minutos, anuncio o fim da aula e sinal ecoou por toda a escola. Retorno para a minha mesa, intencionado de organizar minhas coisas.
ꟷ Senhor Cavill! — ouço o chamado de Anna e logo a vejo seguindo até minha mesa.
ꟷ Anna já disse que pode me chamar de Henry, fora da sala de aula não precisa de tantas formalidades. — digo, organizando os meus livros e cadernetas.
ꟷ Será que podemos conversar? – perguntou, fazendo-me olhá-la no mesmo instante, um pouco curioso.
ꟷ Claro, sua amiga tá bem?
ꟷ Quem? A Angel?
ꟷ Sim, percebi que ela não estava bem, chegou atrasada e com os olhos inchados. — digo, guardando algumas folhas soltas dentro da pasta.
ꟷ Ela está bem, ainda não conversamos mas ela estava com o Liam, e ele é uma excelente companhia. — respondeu Anna, esboçando um sorriso sutil e a correspondi da mesma forma. A Campbell possuía um belo sorriso e difícil era não admirá-lo.
ꟷ Ah sim, mas me fala, o que você quer conversar comigo.
ꟷ Henry eu... – Anna hesitou por alguns instantes, parecendo receosa e não tardei em confortá-la.
ꟷ Você, pode me falar o que quiser Anna.
ꟷ Henry eu estou apaixonada por você! — proferiu exasperada, embolando-se nas próprias palavras e a surpresa tomou posse da minha expressão.
ꟷ O que, como assim...
Minha fala é interrompida por um beijo. Sou completamente pego de surpresa com esse ato da parte dela, de início é um completo choque, mas depois eu começo à correspondê-la, com uma das minhas mãos eu puxo sua cintura para mais perto de mim e a outra seguro seu rosto. Nos beijamos com muita vontade e a separação foi em decorrência da falta de ar.
ꟷ Isso... — tento balbuciar algo coerente, tirando minhas mãos de seu corpo.
ꟷ Isso foi incrível. – interrompeu-me, sorrindo com doçura. Não, aquilo era errado. Na realidade, o cúmulo do errado.
ꟷ Isso foi um erro Anna, não poderia ter acontecido. — de repente, eu não conseguia olhá-la e logo tomei distância. Aquilo não era correto. Aquele sentimento não era certo. Aquele beijo era um enorme erro.
ꟷ Henry, como...
ꟷ Eu sou o seu professor, e isso aqui é o meu ambiente de trabalho. Você é minha aluna e não é só isso, eu sou oito anos mais velho, acho que você confundiu as coisas. — digo, tamanha a minha seriedade que imagino ter machucado Anna.
ꟷ Não Henry, não confundi nada. Só não pude controlar isso, eu estou apaixonada por você. — ditou num fio de voz.
ꟷ Anna se você estiver mesmo gostando de mim, é só fogo de palha, ou você acha que é amor? Ah pelo amor de Deus, você só está vislumbrada, afinal recebeu uma atenção diferente e confundiu as coisas. Vamos esquecer o que aconteceu aqui e tudo deve voltar à ser como antes, você e eu apena como aluna e professor.
ꟷ Mas...
ꟷ Deu Anna! Eu não sou esses rapazes que você está acostumada, eu sou um homem e portanto não pretendo me envolver com uma criança como você. Faça o favor de se retirar da minha sala. — interrompo-a com seriedade, porém, um certo sarcasmo acabou sendo inevitável. Eu não queria, mas talvez fosse melhor.
ꟷ Quer saber, você não merece que eu goste de você. Isso foi de fato um erro, mas se quer saber, se você não quis tem quem queira, seu idiota.
Ela sai da minha sala visivelmente abalada com minha rejeição. Talvez, eu esteja  completamente arrependido agora, ainda que seja estranho e repentino. Nosso beijo foi tão cheio de vontade e sentimento, estou me sentindo um completamente idiota.
Creio que podemos ter uma conversa civilizada e resolver essa questão, embora uma parte de mim não queira perder a chance de tê-la. Estou sendo um completo idiota e egoísta, isso não nego. Saio da minha sala e quando me aproximo dos armários vejo o que eu menos queria ter visto; Anna e Logan se beijando.
...
Luke P.O.V

Estou indo em direção à garagem da NAHS, quando meu celular apita e eu sei que é uma mensagem no grupo que tenho com Andrew e Henry, pois é o único com um toque personalizado. Quando abro, vejo que é uma mensagem do Henry:
Sr. Careta: Me encontre na minha casa em vinte minutos.
Sr. Chatice: Okay!
Me: Okay senhor caretão kkkkkkk. 
Sr. Careta: Sem gracinhas seu babaca.
Me: Iiih tá bravinho, cuidado com o coração kkkkkkk.
Entro no meu carro e sigo direto para a casa do Henry, ultrapassando a velocidade exigida nas pistas de Atlanta. Chegando lá vejo os carros do Henry e do Andrew, estaciono meu carro e sigo para a porta, entrando na casa sem cerimônias.
ꟷ Tem campainha, você sabe disso não sabe ? ꟷ Henry é o primeiro a se manifestar, enquanto andava em círculos na sala de estar. Andrew estava sentado na poltrona e eu tomei um dos sofás, deitando de forma relaxada.
ꟷ Oh senhor estressadinho, eu sei que tem campainha, mas não preciso disso nem na casa da sua mãe, quem dirá na sua. Agora diz o que aconteceu que os dois idiotas estão com essa cara? — indago apoiando os pés nas costas do sofá, intercalando o olhar entre os meus amigos.
ꟷ A Angel me beijou... — falou Andrew.
ꟷ E a Anna me beijou... — completou o outro idiota. Era só o que me faltava.
Deus tem seus preferidos mesmo, eu aqui louco por pelo menos um abraço da Megan, esses dois já ganharam foi beijo.
ꟷ Ainda não entendi o problema e o porquê dessas caras, de quem comeu e não gostou. — digo com sinceridade, fazendo com que os dois se entreolhassem. Eu daria qualquer coisa para poder beijar aqueles lábios rosados da Megan, logo essa reação dos meus amigos não faz sentido. Afinal de contas, ambos têm interesse nas garotas e só não aceitam.
ꟷ Eu rejeitei a Angel, disse que foi um erro e ela saiu chorando da minha sala. O Henry disse que ela já chegou quase no fim da aula dele, com o rosto inchado e vermelho. Luke foi completamente um erro, mas teve um momento que correspondi, mesmo que depois eu tenha feito toda a besteira. — contou Andrew, abaixando a cabeça por alguns segundos e logo me ergui, ficando sentado no sofá. Soltei um riso irônico, encarando o loiro.
ꟷ Você é um completo de um babaca, isso sim! – exclamo com um sorriso sarcástico, chamando a atenção de Andrew. ꟷ Você definitivamente não merece aquela menina. Ela merece algo melhor que você, alguém que vá amá-la e vai se interessa por cada mínimo detalhe existente nela. Não um covarde e egoísta igual à você. Eu nem sei por que estou aqui, você é um idiota e escuta bem; haverá um dia e ele não está muito longe não, onde você irá se arrepender amargamente do que fez hoje.
ꟷ Eu sei que errei, mas é minha carreira, não posso perder isso por causa de uma paixão, ou seja lá o que seja isso. — defendeu-se o idiota número um e seu olhar pairou sobre o idiota número dois, vulgo Henry Miller. — E outra, xingue o Henry também, ele rejeitou a Anna e ainda está com raiva porque a viu beijando o Logan.
ꟷ Vocês são dois idiotas mesmo. — resmungo, levantando-me do sofá com desdém. Acho que é melhor eu ir embora antes de perder a cabeça.
ꟷ Não adianta vim me dar lição de moral não. Eu posso até ter errado, mas ela errou mais, me beijou toda cheia de vontade e depois só porque levou um fora, agiu com uma qualquer, indo beijar outro logo em seguida.
Talvez eu devesse ter ido embora mesmo, no entanto, tardei um pouco o autocontrole e desferi um soco no rosto de Henry, acertando em cheio seu maxilar. Vejo-o cambalear para trás, enquanto Andrew o prestava ajuda.
ꟷ Vou acreditar que você falou esse tanto de besteira só porque está com raiva e com ciúmes, e ainda assim não justifica tanta merda dita em tão pouco tempo. — digo em bom tom, vendo Henry passar a mão pelo local que levou o soco.
ꟷ Luke, ela se declarou para mim e depois simplesmente estava beijando outro, duvido muito desse amor que ela diz sentir. — falou o Miller, movendo as mãos e vejo Andrew assentir. São dois idiotas mesmo. Céus.
ꟷ Ah cala a boca! – exclamo, já impaciente com aquela conversa.  ꟷ Quer saber? Eu não duvido nem um pouco do que ela diz sentir por você, muito pelo contrário, acredito sim que ela deve o amar mesmo, mas você a rejeitou. Simplesmente não quis ela, e me desculpa, mas desde o começo do ano letivo o Logan investiu tudo na Anna. – solto um riso sarcástico, recordando-me de todas as vezes que vi o jogador de basquete tentando alguma aproximação com a Campbell. Aponto para o Henry. ꟷ Você esperava que ela fosse parar a vida dela por sua causa, que você ia rejeitá-la e ela ia ficar chorando as mágoas pelos cantos. Mas, meu caro amigo, você caiu do cavalo, pois a garota é bem resolvida consigo mesma, não abaixa a cabeça dela para ninguém e muito menos para um babaca antiquado como você. Agora quem não está sabendo lidar com a situação é você, não está sabendo lidar com a forma como ela é empoderada. A Anna ganhou a presidência do grêmio estudantil em uma eleição com mais de quinze candidatos, conquistou uma escola inteira. Ah pelo amor de Deus, eu vou embora, tchau seus idiotas.
...

Voltei meus amores...
Dei uma sumida, é eu sei kkkkkkk, mas quem é vivo sempre aparece e lidamos com o primeiro conflito... Tendência!!!
Até a próxima, beijos!!😘

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