12. O retrato de Rowena

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Não havia múmias na Seção Restrita. Nem tumbas ou cadáveres. Apenas livros. Jake ficaria desapontado.

Com a autorização de Minerva, Jade pôde entrar na parte reservada da biblioteca onde ficavam os livros raros e/ou inadequados para os estudantes mais jovens. A partir do sexto ano a Seção Restrita ficava aberta para quem quisesse entrar, mas os alunos gostavam mesmo era da aventura de se adrentarem escondidos. Flich vivia os pegando no flagra.

Geralmente do quinto ano para baixo não se entrava na Seção Restrita nem com autorização. Madame Pince, ou a bibliotecária que estivesse disponível, passaria pela cordinha que separavam as "duas bibliotecas" e pegaria o livro que o aluno queria. Mas McGonagall deu total acesso a Jade. Confiava na corvina, o que a fez se sentir um pouco culpada pois mentiu para a Diretora dizendo que iria pesquisar nos livros todos os feitiços e poções mais afundo porque seu objetivo era tirar um Ótimo em todo o seu NOMs. Não era exatamente mentira, mas também não era a prioridade da garota no momento. Queria entender o que é que estava acontecendo com ela e o que devia fazer.

Mas só por precaução levaria um livro de poções avançadas. Amava poções.

A Seção Restrita estava vazia, o que a deu liberdade para andar em todos os corredores, olhando todos os livros e parando para ler certas coisas de vez em quando. Houve um momento que ela abriu um livro e ele começou a gritar com ela. Que cara mais nervoso, pensou divertida.

Em uma das prateleiras um livro velho chamou sua atenção. Coisas da sua cabeça.

Lá haviam várias páginas sobre sonhos, efeitos psicológicos que os feitiços causavam com o tempo, oclumência, legilimência...

Jade se endireitou e leu com cuidado sobre este último. Um trecho dizia:

"A mente não é um livro aberto que se abre quando quer e se examina ao bel-prazer. Os pensamentos não estão gravados no interior do crânio para serem examinados por qualquer invasor. A mente é algo complexo e multiestratificado. Os que dominam a Legilimência são capazes, sob determinadas condições, de penetrar as mentes de suas vítimas e interpretar suas conclusões corretamente. Muitas vezes o contato visual é essencial. Somente os peritos em oclumência podem ocultar seus sentimentos e suas lembranças."

Bom, Jade pensou, estou ferrada.

O que havia acontecido com ela é o que justamente o livro disse que não poderia acontecer. MartinB (como passara a chamar o cara que a queria capturar) havia justamente invadido sua mente e examinado seus pensamentos e emoções. E eles nem haviam tido contato visual.

Definitivamente muito ferrada.

Continuou lendo.

"O tempo e o espaço contam na magia. Legilimentes não podem entrar na mente de suas vítimas com uma grande distância os separando."

Jade se lembrou de algo que leu em Hogwarts: Uma História. Era algo como: "As paredes e os terrenos de Hogwarts são guardados por muitos feitiços e encantamentos antigos para garantir a segurança física e mental dos que vivem lá." Mais uma contradição do que estava acontecendo com ela.

Se encostou em uma das estantes, pensativa. Ela não podia ser um caso isolado. Não mesmo. Com certeza isso já devia ter acontecido com alguma pessoa antes. E então seu cérebro deu um clique. É claro. Havia uma pessoa que ela sabia que tinha passado por algo ao menos parecido. Leu isso na sua biografia não-autorizada, porém infelizmente não era algo que fora explicado muito bem. E Jade duvidada muito que poderia simplesmente mandar uma coruja ao menino que sobreviveu.

''Olá senhor Harry Potter, o senhor não me conhece, mas sou uma aluna de Hogwarts e adivinha só. Um doido vilanesco está invadindo a minha mente, dá para acreditar? Então, queria saber se o senhor poderia me passar algumas dicas de como lidar com um lunático intrometido que está tentando te matar. PS: sou muito sua fã, poderia me mandar um autógrafo, por favor?"

Entre paixões e poções (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora