𝙋𝙖𝙞 𝙙𝙤 𝙢𝙚𝙪 𝙛𝙞𝙡𝙝𝙤 - 𝐕𝐈𝐍𝐍𝐈𝐄 𝐇𝐀𝐂𝐊𝐄𝐑

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𝐀𝐍𝐍𝐀

𝐋𝐀 -  𝑺𝒆𝒙𝒕𝒂 - 10:25

Vazio.

Era o que eu sentia dentro de mim. Meu irmão em coma e meu melhor amigo morto.

Fazia muito tempo que eu não me sentia assim, desde a morte dos meus pais na verdade.

Quando Charli descobriu o que havia acontecido, achei que ela iria desmaiar. Ela achou que tinha perdido o namorado, Charli vai ao hospital todos os dias, contar seu dia para Adam.

Adam e Miles fazia uma falta danada nessa grande casa. A semana se passou lentamente e fria, não tive forças para ir ao enterro de Miles, eu preferia ter lembranças dele vivo e feliz.

Vou ao hospital todos os dias ver Adam, mas ele não da sinal de que vai acordar tão cedo.

Josie não deu um sinal de vida durante esses dias, Dixie comentou comigo que foi até a casa dela e seus pais disseram que a filha não fala nada, só fica trancada no quarto o dia inteiro.

Eu no lugar dela faria o mesmo.

A casa estava quieta e escura, chovia lá fora, uma chuva forte. Ninguém na casa está conversando muito ultimamente, não estamos com pique pra fazer nada.

Sentada na cama, com Benjamim dormindo no berço, Vinnie dormindo ao meu lado, estava eu, atoa. Como nos últimos dias.

Não estava conseguindo dormir na verdade, não conseguia parar de pensar neles.

Eu só queria que entrassem correndo pela porta do meu quarto e pulassem na minha cama, Adam contando de como fez manobras novas e Miles se gabando de que era melhor.

Me levantei da cama e sai do quarto.

Enquanto eu ia em direção a escada, várias coisas no caminho me faziam ter lembranças.

O skate dos 2 encostados no canto da parede, uma jaqueta jeans que Miles tirou e deixou no sofá antes de sair com Adam, o moletom que dei para Adam estava no outro sofá, com um controle de vídeo - game em cima.

Desviei o olhar e subi rapidamente as escadas. Parando em frente a porta do quarto do meu irmão.

Abri a porta lentamente e fiquei parada no batente, olhando ao redor.

O quarto era cinza e azul, tinha quadros dos filmes que ele mais gostava na parede, vingadores. Sua cama estava arrumada, com algumas peças de roupas que ele usou por último, no criado mudo tinha uma foto nossa com nossos pais e uma foto do Benjamim.

A cortina estava aberta, deixando o quarto iluminado, coisa que ele odiava. Me sentei na cama e suspirei pesado. Eu não podia o perder também, primeiro meus pais, depois Miles. Não posso perder meu irmão também.

Saí de seu quarto e olhei para porta da frente.

É estranho, sentir tudo e não saber descrever nada.

Respirei fundo e passei reto, ninguém abriu essa porta desde que ele morreu. E pra falar a verdade foi melhor, eu sei que uma hora ou outra iríamos ter que entrar lá, mas não precisava ser agora.