╭➰💕 Capítulo 5 ~ Gilderoy Lockhart

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No dia seguinte, Amy mal conseguiu sorrir. As coisas começaram a
rolar morro abaixo desde o café da manhã no Salão Principal. As quatro mesas compridas, cada uma de uma casa, estavam cobertas de terrinas de mingau de aveia, travessas de peixe defumado, montanhas de torradas e pratos com ovos e bacon, sob o céu encantado (hoje, toldado por nuvens cinzentas). Amy e Marcela sentaram-se à mesa da Grifinória ao lado de Harry, Rony e Hermione, que tinha um exemplar de Excursões com vampiros, aberto, e apoiado numa jarra de leite. Havia uma certa formalidade na maneira como a acastanhada deu “Bom-dia”, o que informou a Amy
que ela continuava a desaprovar a maneira como os garotos tinham chegado.

Neville Longbottom, por outro lado, cumprimentou-as animado. Neville era um menino de rosto redondo e dado a acidentes, com a pior memória que Amy já vira em alguém. Mas isso não impedia da garota ter um certo carinho por ele

– O correio deve chegar a qualquer momento, acho que vovó vai me mandar umas coisas que esqueci.

Amy mal tinha começado a comer o mingau quando, a confirmar o
comentário, ouviu-se um rumorejo de asas, no alto, e uma centena de corujas entrou, descrevendo círculos pelo salão e deixando cair cartas e pacotes entre os alunos que tagarelavam. Um grande embrulho disforme bateu na cabeça de Neville e, um segundo depois, alguma coisa grande e cinzenta caiu na jarra de Hermione, salpicando todo mundo com leite e penas.

– Errol! – exclamou Rony, puxando pelos pés a coruja molhada para fora da jarra. Errol caiu, desmaiada, em cima da mesa, as pernas para cima e um
envelope vermelho e úmido no bico.

“Ah, não!...”, exclamou Rony.

– Tudo bem, ele ainda está vivo – disse Hermione, cutucando Errol devagarinho com a ponta do dedo.

– Não é isso, é isto.

Rony estava apontando para o envelope vermelho. Parecia um envelope comum para Amy e Harry, mas Rony e Neville olharam para ele como se fosse explodir.

– Que foi? – perguntou Harry.

– Ela... ela me mandou um “berrador” – disse Rony baixinho.

– É melhor abrir, Rony – sugeriu Neville com um sussurro tímido. – Vai ser pior se você não abrir. Minha avó um dia me mandou um e eu não dei atenção – ele engoliu em seco –, foi horrível.

Amy olhava dos rostos paralisados dos amigos para o envelope vermelho.

– Que é um berrador? – perguntou.

Mas toda a atenção de Rony estava fixa na carta, que começara a fumegar nos
cantos.

– Abra – insistiu Neville. – Termina em poucos minutos...

Rony estendeu a mão trêmula, tirou o envelope do bico de Errol e abriu-o.

Neville enfiou os dedos nos ouvidos. Uma fração de segundo depois, Amy
descobriu o porquê. Pensou por um instante que o envelope explodira; um
estrondo encheu o enorme salão, sacudindo a poeira do teto.

“... ROUBAR O CARRO, EU NÃO TERIA ME SURPREENDIDO SE O TIVESSEM EXPULSADO, ESPERE ATÉ EU PÔR AS MÃOS EM VOCÊ, SUPONHO QUE NÃO PAROU PARA PENSAR NO QUE SEU PAI E EU PASSAMOS QUANDO VIMOS QUE O CARRO TINHA DESAPARECIDO...”

Os berros da Sra. Weasley, cem vezes mais altos do que de costume, fizeram
os pratos e talheres se entrechocarem na mesa e produziram um eco ensurdecedor nas paredes de pedra. As pessoas por todo o salão se viravam para ver quem recebera o berrador, e Rony afundou tanto na cadeira que só deixara a testa vermelha visível.

“... RECEBEMOS A CARTA DE DUMBLEDORE À NOITE PASSADA, PENSEI QUE SEU PAI IA MORRER DE VERGONHA, NÃO O EDUCAMOS PARA SE COMPORTAR ASSIM, VOCÊ AMÉLIA E HARRY PODIAM TER MORRIDO...”

AMÉLIA CARTER - A Chama de uma Fênix Onde histórias criam vida. Descubra agora