capítulo cinco - jimin

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Que porra tinha acabado de acontecer?

Sentei no sofá da sala fingindo assistir a um jogo de futebol na TV enquanto Jungkook cozinhava o jantar. Continuei repassando na minha cabeça toda a cena do supermercado com Rosé. Eu não conseguia entender porque Jungkook tinha agido daquele jeito. Ele parecia... possessivo?

Isso não fazia sentido nenhum.

Senti meu rosto corando só de lembrar da tensão quente entre nós no carro. Estava até preocupado que acabasse escapando da minha boca o quanto eu estava louco pra beijar ele naquele momento... Eu queria tanto colar minha boca na dele que fiquei até com dificuldade de respirar direito. Mesmo agora, enquanto estou sentado no sofá, sinto um calafrio quente e gostoso na barriga só de pensar nisso.

Me ajeitei no sofá sentindo minha cueca ficar desconfortavelmente apertada, e era só o que me faltava, ficar de pau duro por causa do Jungkook.

Esfreguei meu rosto corado e tentei pensar nas coisas logicamente. O que mudou entre nós? A gente sempre brigou e se provocou desde que eu me conheço por gente. Bom, dizem que a raiva é uma emoção exagerada e "apaixonada" demais.

Talvez a frustração constante que sentimos um com o outro estava sendo mal interpretada por nossos corpos como luxúria. É, talvez fosse isso. Emoções são difíceis de lidar, pra qualquer um, e eu definitivamente não era bom nisso. Então era possível que eu estivesse confundindo frustração com excitação.

Tentei imaginar Rosé nua. Era um pensamento bastante agradável. Eu dormi com ela muitas vezes. Não lembrava porque eu tinha parado de encontrá-la, talvez porque eu não quisesse dar a ela uma ideia errada de relacionamento sério, preferia manter as coisas superficiais.

A única coisa que eu amava de verdade era o meu trabalho, era a única coisa mais gratificante na minha vida. Eu estava bem consciente de que provavelmente sofria de problemas de abandono e que poderia ser uma das razões pela qual eu era tão avesso a relacionamentos sérios.

Antigamente, os ômegas homens tinham sido obrigados a cruzar com as alphas mulheres e engravidá-las logo. A regra era ter muitos bebês, e o ômega iria ficar em casa e cuidar das crianças. Ômegas precisavam dos alphas para satisfazer aquele "desejo" de segurança e família. Mas os tempos eram diferentes agora, e eu não precisava de ninguém para me proteger ou cuidar de mim.

Haveria sempre aqueles que olham estranho pra mim só por eu escolher minha carreira ao invés de ter filhos ou família, mas isso não me incomodava.

Jungkook se aproximou e meu pulso acelerou de forma alarmante. "Você se importa se eu tomar uma cerveja?" Ele usava um avental vermelho brilhante que insistiu em comprar na loja, ele tinha sido insistente de que não queria estragar suas roupas enquanto cozinhava. Acho que ele nunca ouviu falar em máquina de lavar.

"Fique à vontade."

Ele começou a se afastar, mas então parou e se virou pra mim. "Você quer uma?"

"Não, obrigado. Estou de serviço."

Ele riu. "Você sabe que ninguém vai vir atrás de mim, certo? Até meu chefe disse que essa situação toda é só por precaução."

"Enquanto a empresa pra qual eu trabalho não disser que eu estou fora desse serviço, eu não estou."

"Como quiser." Ele deu de ombros e caminhou de volta para a cozinha. Eu lembrei de Chin-Hae me dizendo que a Shield e a Fist fariam uma fusão. Eu me perguntava quanto tempo até isso acontecer e se Jungkook já sabia. Será que eu o veria mais vezes agora? Fiz uma careta para a TV ao pensar nisso. Nós sempre nos esbarramos, mas agora com essa energia diferente entre nós, estar perto dele era duas vezes mais terrível.

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