capítulo dezessete - jimin

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A sala onde seria o concerto especial era uma merda no quesito segurança. Havia muitas entradas, saídas e funcionários que precisavam estar nos bastidores. Eu não conseguia controlar aquela situação toda sozinha e aquilo era estressante.

Taehyung também complicou as coisas quando chamou alguns amigos da época de escola pra conversar com ele em seu camarim.

Não tinha nenhuma maneira realmente eficiente de manter a área totalmente segura com tanta gente circulando por ali.

O Kim tinha ficado umas boas horas assustado com toda a situação do ataque, mas ele logo assumiu uma postura profissional e seguiu o jogo. Ele parecia feliz e relaxado enquanto cumprimentava várias pessoas do seu passado. Todo mundo parecia impressionado e maravilhado com a sua fama. Ele chegou a comentar comigo que tinha sido uma pessoa mais reservada e afastada de todos nos últimos anos em que estudou naquela escola, então acabou não mantendo muito contato com os colegas de escola.

Confesso que senti um pouco de inveja disso, da forma como ele conseguiu simplesmente deixar o passado pra trás e seguir em frente, crescendo tanto na vida. Devia ser maravilhoso não se abalar mais com isso e deixar o presente longe de toda a merda antiga.

Enquanto eu estava contra a parede de olho no meu cliente, senti aquele cansaço costumeiro outra vez. Eu sabia que devia ser a gravidez, mas como eu não podia contar pra ninguém que esse era o motivo pra eu querer me enrolar numa coberta e dormir, tive que me manter em alerta e fingir que me sentia bem.

Cada vez mais a ideia de ir para o complexo das montanhas com Jungkook parecia tentadora. Não precisar esconder minha gravidez e poder me preocupar só com a saúde do meu bebê e descansar parecia um paraíso.

Antigamente eu adorava quando precisava viajar com os meus clientes, pelo menos eu conhecia lugares novos graças ao trabalho. Mas agora, eu só conseguia pensar no quanto sentia falta de Jungkook e do toque suave dele. Da familiaridade do nosso dia-a-dia. Sentia falta das nossas noites juntos e não via a hora de estar em casa com ele.

Tentei imaginar como seria compartilhar minha vida com ele e o nosso bebê, todos juntos, como uma família. Meu peito aqueceu com carinho e entusiasmo ao pensar nisso, parecia um verdadeiro sonho.

Depois de um tempo, Taehyung disse adeus a seus amigos e se preparou com a roupa do palco.

O concerto durou duas horas. Kim parecia ter sido feito para aquilo, e ele deu tudo de si aos seus fãs apaixonados. Quando finalmente deixou o palco, ele estava exausto, encharcado de suor. Muitos staffs pairavam em torno dele, o ajudando a se recompor.

Infelizmente, em vez de voltar para o hotel, acabamos indo para uma festa que durou até o início da madrugada.

Taehyung ficou ligeiramente bêbado, nada demais, mas ele definitivamente estava tonto. Tom parecia irritado e continuou tentando impedir que as pessoas tirassem fotos do Kim. Sempre que ele parecia desconfortável com a atenção de alguém, eu entrava em ação e escoltava as pessoas pra fora.

Quando a festa acabou, Taehyung se aproximou de mim com um grande sorriso. "Eu com certeza esfreguei na cara daquelas pessoas que disseram que eu nunca seria nada na vida, não é?" Ele arrastou ligeiramente as palavras.

Eu sorri pesaroso, mas encorajador, pensando que talvez ele não tivesse superado o passado tão completamente como eu achei. "Sim, você provou a todos eles, Kim."

Ele sorriu e colocou o braço em volta do meu ombro. "Obrigado por cuidar de mim nesses últimos dias."

Dei um tapinha amistoso nas suas costas. "Sem problemas."

Ele assentiu. "Você daria um bom amigo, Jimin." Ele se inclinou e beijou meu rosto com carinho.

Percebendo que eu tentava segurar o riso divertido que queria escapar de mim por conta do seu comentário, ele me olhou seriamente. "Estou falando sério, estou cercado de sanguessugas interesseiras o tempo todo e eu não senti, nem por um momento, essa intenção vinda de você."

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