capítulo oito - jungkook

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"Cadê seu namorado?" Minha mãe perguntou com uma sobrancelha levantada.

Só não revirei os olhos porque sabia que levaria um tapa dela. "Ficou no carro." Eu me senti um pouco envergonhado em admitir que Jimin não queria entrar para ver minha mãe.

Ela olhou para mim parecendo... desconfiada? "Por quê?"

"Só vim pegar minha carteira, mãe. Precisamos ir." Eu sorri. "Mas de jeito nenhum eu viria de tão longe e não ficaria um tempinho com a senhora." Eu a abracei, apertando seus ombros de ossinhos proeminentes. Eu ficava até preocupado porque a cada ano ela parecia encolher mais. "Ainda tem a torta de ontem?"

Ela riu. "Claro, meu filho. Aliás, fiz uma torta de mirtilo essa manhã."

"Por que você está fazendo tanta torta?" Sentei-me à mesa da cozinha, quase aguando.

"Meu vizinho deixa na minha porta muitas caixas das frutas que ele colhe. Não sei mais o que fazer com elas." Ela balançou a cabeça enquanto cortava a massa folhada. "Eu já dei uma torta para o carteiro e para o rapaz que varre nossa calçada. Vocês querem levar alguma pra casa?"

"Claro." Eu assenti.

Ela colocou uma fatia em um prato de porcelana rosa e deslizou ele na minha direção, se sentou à minha frente e se recostou na cadeira com uma expressão engraçada. "Então, por que Jimin está tão distante hoje?"

Meu rosto aqueceu e eu tive dificuldade para engolir minha torta. Minha mãe não era de rodeios. Dei de ombros. "Ele não é muito sociável."

Houve um silêncio pesado, e então ela disse: "Aconteceu alguma coisa entre vocês, não é?" Seu olhar era astuto.

Eu me ajeitei na cadeira e encarei meu prato, tentando ignorar seus olhos penetrantes. Mas, eventualmente, tive que olhar para cima e encarei sua expressão sombria. "Eu sei que você é minha mãe e eu até te amo, sabe? Mas a senhora não acha que está sendo, tipo, meio intrometida?"

"Aconteceu alguma coisa entre vocês dois ontem."

Eu coloquei o meu garfo para baixo com cuidado. "Não aconteceu, não."

"Não minta pra mim, meu filho."

Senti um calor subir pras minhas bochechas. "Não aconteceu nada demais."

Ela parecia pensar nas próximas palavras antes de falar. "Você precisa ter cuidado com ele."

Levantei minha cabeça e a olhei, confuso e um pouco desconfiado. "Como assim?"

Ela deu uma risada dura e ficou de pé, movendo-se pra pia. Lavou alguns copos enquanto olhava de vez em quando pra fora da janela, para o quintal do vizinho. "Ômegas eclipse solar não são como os ômegas típicos."

"Eu sei, a senhora disse isso ontem, só não explicou direito." Ela estava me deixando desconfortável com esses comentários enigmáticos.

"Sim, eu deveria ter explicado direito, mas queria ter certeza de que eu estava certa antes de dizer qualquer coisa pra vocês. Já faz um tempo desde a última vez que eu vi um ômega eclipse solar."

"Mãe, você está meio que me assustando." Eu ri. "Será que ele vai me matar quando eu estiver dormindo ou alguma coisa assim?"

"Bem, eu espero que não."

"Mãe, qual é?" Eu ampliei meus olhos. "Realmente estou ficando assustado."

Ela se virou pra mim e inclinou-se contra a pia com os braços cruzados. "Eu liguei para um dos antigos depois que vocês saíram." Ela hesitou. "Ele confirmou as coisas que eu lembrava."

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