O ar gélido da floresta penetrava nos ossos de Aiko, um contraste cruel com o calor do sangue que escorria cada vez mais rápido, tingindo o chão de um vermelho vibrante. A cada batida frenética de seu coração, a mancha escarlate se expandia, como se a própria floresta estivesse sangrando junto com ela. Aiko não sabia se chorava ou se gritava por socorro. A floresta parecia se estender para sempre, um labirinto silencioso e implacável, e a sensação de solidão a oprimia como um peso incomensurável.
Seus braços doíam, pesados pelo corpo inerte que carregava. Ele estava tão quieto, tão imóvel, que Aiko teve a terrível sensação de que ele já não respirava mais. Seus dedos, frios e úmidos, agarravam-se desesperadamente à sua camisa, como se estivessem tentando segurar a vida que se esvaia a cada segundo.
– Aiko, pare – A garota soluçou ao ouvir a voz enfraquecida de Daisuke, mas em momento algum parou de andar – Aiko... – Ela não queria ouvi-lo, não queria desistir.
– Eu preciso te salvar – Aiko não sabia como, não sabia se conseguiria, mas naquele momento, em meio ao sangue e à dor, a única certeza que ela tinha era que faria qualquer coisa, arriscaria tudo, para que a vida dele não se apagasse para sempre.– Eu... Eu preciso...
– Aiko, não adianta mais – Daisuke, com um gesto lento e hesitante, levou a mão até o rosto de Aiko. Seus dedos, ainda manchados de sangue, percorreram a pele macia da garota, fria e úmida. O toque, leve e delicado, foi como um raio de luz que atravessou a escuridão que envolvia Aiko. Seus olhos, antes fixos no vazio, se voltaram para Daisuke.
A dor era uma entidade viva, uma cobra venenosa que se enroscava em seu peito, apertando-o com força cada vez maior. As agulhas, invisíveis, mas implacáveis, perfuravam seu coração a cada batida, como se estivessem tentando dilacerá-lo em pedaços. Aiko estava desesperada, tentando encontrar um escape para a agonia que a consumia, mas a dor era constante, implacável, como um monstro que se alimentava de sua alma.
"Por que dói tanto?", ela pensou, a voz rouca e fraca, quase inaudível. "Por que essa dor não para?" Ela desejava, com todas as suas forças, que aquilo fosse apenas um pesadelo, uma ilusão da qual pudesse acordar a qualquer momento. Se fosse um pesadelo, Sakura estaria ali, ao seu lado, a abraçando com força, sussurrando palavras doces em seu ouvido, tentando acalmá-la.
Ela imaginava a sensação do abraço quente de Sakura, a fragrância suave de seus cabelos, a paz que emanava de sua presença. Mas a realidade era cruel, implacável. A dor era real, palpável, e a cada segundo que passava, a sensação de desespero se intensificava.
– Você acha que o Naruto vai me ensinar aquele jutsu dos clones como ele me prometeu? – Aiko mordeu o lábio inferior tentando ao máximo encontrar alguma solução. – Haha a Sarada poderia ir junto com a gente né?
"Não, por favor, pare de falar " Aiko pensou enquanto seus olhos procuravam desesperadamente por uma saída naquela floresta.
– E a Hima, você acredita que ela falou a primeira palavrinha dela hoje? – Daisuke falava com uma animação enorme enquanto seu sorriso estava estampado de ponta a ponta. – O Naruto quase surtou de tanta felicidade, e....
– PARA DAISUKE! – O garoto se calou, Aiko se virou de uma vez para Daisuke. – Para de agir como se estivesse tudo bem! Porque não tá nada bem! – A garota segurou os ombros de Daisuke que ainda sorria. – Não... – Os olhos de Aiko baixaram para o ferimento nítido na região do peito do garoto. – Não tá nada bem.
– A gente combinou de brincar de ninja, lembra? – Daisuke tocou a mão de Aiko a segurando e conduzindo a mesma até seus lábios deixando um beijo casto alí. – Eu fiz um bom trabalho em te proteger, o Sasuke vai ficar orgulhoso – Era inevitável as lágrimas que escorriam pelo rosto da Uchiha. – Aiko, sabe o que dói mais?
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Sangue puro (Irmã da Sarada)
Fanfictionº◍。º。◍º。◍。º◍ Quinze anos haviam se passado desde a quarta guerra ninja, um conflito que marcou para sempre a história do mundo shinobi. A ameaça de uma nova guerra parecia distante, um pesadelo esquecido no passado. Mas, como muitos sábios já dis...