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Gemidos estridentes, gritos cortantes e soluços abafados de dor enchiam o ar, criando uma harmônia angustiante que reverberava em seus ouvidos. O tom avermelhado, intenso e alarmante, inundava sua visão, transformando o mundo ao seu redor em uma paisagem tingida de carmesim. O cheiro metálico do sangue impregnava o ambiente, uma lembrança constante do horror que se desenrolava diante de seus olhos.
A viscosidade do líquido carmesim parecia se infiltrar em seus cabelos platinados, tornando-os pesados e pegajosos. Cada fio parecia absorver a realidade brutal, como se estivessem sendo manchados pela crueldade do momento.O desespero a envolvia como um cobertor pesado e sufocante, limitando sua respiração e tornando cada inspiração uma luta. A sensação de falta de ar era avassaladora, como se um punho invisível estivesse apertando seu peito, espremendo o ar de seus pulmões.
O pânico se instalava em seu coração, fazendo-o bater de forma irregular e frenética. Era uma mistura tão agonizante, tão dolorosa, que parecia rasgar sua alma em pedaços, deixando apenas um vazio aterrorizante em seu lugar. Em meio àquele desespero, um par de olhos profundos como abismos de escuridão a encarou. Eram olhos sombrios, de um brilho gélido que parecia absorver a luz ao invés de refleti-la. Ela sentiu um calafrio percorrer sua espinha, como se aqueles olhos pudessem ver todos os seus segredos mais profundos e sombrios. O olhar era tão intenso que parecia congelar o tempo ao seu redor, deixando-a paralisada, incapaz de desviar o olhar ou de se mover. A crueldade refletida naqueles olhos era quase palpável, como se a mesma estivesse enraizada na sua alma.O ser tentou alcançá-la com uma de suas mãos que surgiu em meio à escuridão, uma mão esquelética e fria, que parecia emanar uma energia maligna. Tomada pelo desespero ou pela ansiedade repentina, ela tentou correr, mas suas pernas não a obedeciam. Era como se estivessem presas ao chão por correntes invisíveis, pesadas e implacáveis. O pânico tomou conta de seu coração, batendo descontroladamente em seu peito. Em um último ato de desespero, como forma de consolo, fechou os olhos, entregando-se ao que parecia ser seu destino inevitável.
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– ACORDA !! – O corpo da Uchiha se ergueu na cama se colocando sentada, sua visão estava turva, e seu coração ainda parecia que a qualquer momento ia pular da caixa torácica. – Credo, pensei que não ia mais acordar. – A Uchiha levantou seu olhar capturando a imagem de sua irmã que estava em pé ao lado da cama de braços cruzado, com seu típico olhar de repreensão.
– Isso é jeito de me acordar? – Aiko reclamou voltando a se deitar dessa vez com sua mão cobrindo os olhos que ainda estavam se acostumando com a luz que ultrapassava sua janela.
– Deixa de ser preguiçosa – Sarada deu um leve tapa no topo da cabeça da menor que soltou um muxoxo ao sentir os lençóis serem retirados de forma bruta de cima de si.
– Qual é Sarada – Aiko franziu o cenho retirando a mão do rosto, olhando para a irmã. – O que você quer? , se for dinheiro, eu não tenho.
– O que eu quero? – Sarada arqueou uma sobrancelha – Você sabe que horas são? – A mais velha apontou para o relógio de mesa que marcava exatas 07:00 da manhã. O coração de Aiko pulsou com força e prontamente se pôs em pé, tendo que se sentar novamente pela repentina queda de pressão fazendo sua visão escurecer por alguns segundos.
– Tá, eu já vou – A menor suspirou jogando a mão como se estivesse pedindo para Sarada se retirar do quarto.
A preguiça havia agarrado como um urso em hibernação. Sentia cada músculo do seu corpo protestando contra a ideia de levantar. Era o primeiro dia de aula na academia, e a vontade de voltar a dormir era incontrolável. Mas, a responsabilidade a puxou para fora da cama.
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Sangue puro (Irmã da Sarada)
Fanfictionº◍。º。◍º。◍。º◍ Quinze anos haviam se passado desde a quarta guerra ninja, um conflito que marcou para sempre a história do mundo shinobi. A ameaça de uma nova guerra parecia distante, um pesadelo esquecido no passado. Mas, como muitos sábios já dis...