Sangue puro (Irmã da Sarada)

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Estava acontecendo algo e isso estava me deixando incomodada, depois do que aconteceu no café da manhã, Sarada saiu de casa e até o presente momento ainda não voltou, a mamãe, Shikamaru veio chamá-la pessoalmente alegando que havia uma reunião de emergência com o Hokage. Aquilo não era comum, definitivamente não, sem contar que meu corvo estava meio agitado , isso significava que algo ruim estava prestes a acontecer, e eu odeio essa sensação, eu precisava de respostas.

Neste exato momento, estava andando pelas ruas de Konoha que a cada dia pareciam mais pequenas, era notável o nível de crescimento da população nos últimos anos, e apesar da evolução de Konoha, isso era preocupante. Digo isso pelo motivo de quanto mais gente, mais difícil lidar, quanto mais pessoas de fora, mais invasores. Mas quem sou eu para criticar a política dessa aldeia, até porque quanto mais pessoas, mais benefícios econômicos. Mas sobre o que eu estou falando? Esses não são os pensamentos para uma garota de treze anos como eu, certo?

- Tenso - Suspirei levando uma das minhas mãos para massagear meu ombro, talvez eu estivesse distraída demais, não sei, mas nisso, acabei esbarrando em alguém - Ah desculpa... Hum, Hima?

Me abaixei na altura da Hyuuga e ajudei a mesma a se levantar, seus olhinhos estavam meio chorosos, talvez pela queda.

- Aiko! - Ela exclamou se jogando em meus braços e não deixei de sorrir ao sentir seu abracinho de urso. - Eu 'tava com saudades, você nunca mais foi lá 'pra casa - Ela cruzou os braços fazendo biquinho.

- Ah, bom, eu estive meio ocupada depois que entrei para a academia - Ela assentiu. - Você está andando sozinha? Pode ser perigoso. - Ela arregalou os olhos de leve e olhou para os lados como se estivesse procurando alguém.

- Eu 'tava com o Boruto - Himawari colocou o dedinho na bochecha como se estivesse pensando.

- Bom, então vamos atrás daquele idiota - estendi a mão para que ela segurasse e assim ela fez. - Por que saiu de perto do seu irmão?

- Ele 'tava meio distraído com o lançamento de um novo videogame - Bem a cara daquele imbecil mesmo. - Mas aí senti seu chakra e como eu não te via a muito tempo, vim correndo até aqui.

- Entendi. Vem aqui - Me abaixei em frente a Himawari que escalou me costas se apoiando no meu pescoço, e assim, comecei a carregá-la em cavalinho. A Hyuuga tinha cinco anos, pequena, eu diria, logo não pesava muita coisa.

De repente , como um raio a me preencher, senti uma sensação estranha, a cada curva, a sensação de estar sendo observado aumentava, como se um olhar frio e penetrante me acompanhasse.

Era uma sensação quase palpável. A brisa carregava um cheiro estranhamente familiar, eu não deveria estar sentindo aquilo quando se tem dezenas de pessoas andando ao meu redor, cada qual com seu perfume específico. Olhei para Himawari, seu rosto sereno e tranquilo, mas seus olhos brilhavam com uma intensidade incomum.

– Está tudo bem? – perguntei, tentando disfarçar o meu nervosismo.

– Sim, estamos quase lá – Respondeu ela, apontando para uma placa aparentemente nova, não muito longe de onde estávamos .

Hesitei por um instante, a sensação de ser observado se intensificando. De canto de olho, vi uma sombra se movendo dentro de um beco que apesar de estar de manhã permanecia escuro. Era uma silhueta acinzentada, quase invisível, que se esgueirava entre as paredes.

Meu coração disparou. Virei-me para encarar a figura, mas ela havia sumido. O beco estava vazio, apenas a escuridão e o cheiro de mofo pairavam no ar.

– Himawari, você viu? – Perguntei, a voz quase suave.

– Vi o quê? – Ela perguntou, seus olhos brilhando com uma curiosidade que me deixou ainda mais inquieto.