et effectus

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Ap. Cap. 8
13 E olhei e ouvi um anjo voar pelo meio do céu, dizendo com grande voz: Ai! Ai! Ai dos que habitam sobre a terra, por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que hão de ainda tocar!
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Sim, com o caminhar posso dizer que o tempo e efeito se entrelaçam, rumo ao destino que se faz diante de mim.

Após a saída do pequeno mundo em que vivia, além dos pulmões de porcelanas, meus cabelos ficaram brancos, foi mais uma das várias coisas que me contemplaram, mas tudo bem, acredito ser um efeito natural de qualquer jovem de mais de 200 anos.

A grande verdade é que não sabia as consequências do tempo sobre mim.

Devo admitir que além dos cabelos, muita coisa mudou, meu coração sofreu com um misto de saudade, solidão e medo, sentimentos que sequer havia experimentado naquele lugar.

Naqueles dias caminhamos longos períodos, tudo o que eu via era um sol, esmaecido, amarelado e coberto por fumaça, haviam ruínas por todos os lados do que um dia foi o lar de milhares de pessoas, simplesmente não havia ninguém além de Jhon à minha frente.

Conforme as horas avançava e a noite adentrava os espaços sem vida daquele lugar, se aproximava a hora de descansar.

No meio do nada, Jhon ascendera uma fogueira, não existia nada, absolutamente nada, nenhum som vivo, nenhum animal sobre o escuro desolador, cantando sobre o luar turvo, tudo que conseguia ouvir era o som da minha respiração ofegante causada pelo frio.

Enquanto o fogo consumia a lenha, Jhon me perguntou:

Jhon - Como era lá?

Uma pergunta simples para uma resposta tão fácil mas complicada ao mesmo tempo, mas reapondi:

Eva - Viver no mundo onde nasci é viver sem dor, doença, fome, não existe a necessidade de ter sentimentos primitivos como o amor, viver naquele lugar é ter tudo.

Jhon - Enquanto nós não temos nada, além daquilo o que temos nas próprias mãos.

Ao ouvir essas palavras vindas de alguém que viveu tanto tempo próximo da miséria e morte, meu coração se quebrou então pedi desculpas por tudo isso.

Prontamente ele disse - não precisa se desculpar, pois a esperança vive e fará maravilhas.

Como tudo era muito recente decidi perguntá-lo - Por favor diga-me que monstro era aquele? Nunca vi ou li sobre qualquer animal com aquelas características, e quem era aquele homem que veio até mim?

Jhon- Aquilo que vimos não era um animal, assim como aquele homem não vive entre nós, respondeu Jhon enquanto olha fixamente em meus olhos.

Eva- mas como assim? O que você quer dizer com isso?

Jhon- é uma história longa e bem antiga, olha precisamos dormir partiremos em duas horas completou.

Percebi que ele não queria conversar muito ou pelo menos comigo sobre isso e ficamos em silêncio, então após essas coisas dormimos um pouco para aliviar tamanho fardo e, um novo dia chegou.

Bem cedo continuamos a caminhada e, enquanto seguiamos em uma estrada larga e deserta, o dispositivo da máscara que estava dentro da mochila começou a fazer barulho como um Bipe.

Então rapidamente Jhon abriu a bolsa é verificou que a cápsula de oxigênio e argônio estavam em níveis baixos, necessitando fazer a troca.

Para que isso fosse possível seria preciso desligar o aparrelho que oxigena meus pulmões:

Jhon - Será uma troca rápida, preciso que você prenda a respiração quando deligar o aparelho, tudo bem?

Então respirei fundo e segurei a respiração, logo ele retirou a máscara do meu rosto, fazendo a troca da cápsula de argônio da máscara. Em seguida fez a troca da outra cápsula que fica em um pequeno cilindro na minha mochila.

Após isso ele colocou a máscara novamente em meu rosto e ligou o aparelho, então finalmente pude respirar. Depois disso continuamos a caminhar até chegar em um lugar com paredes de madeira chamuscadas e desgastadas pelo tempo.

O som do vento sobre as folhas secas que atravessam nosso caminho contrasta com o ambiente abandonado e sem vida.

Logo Jhon soa um pequeno sino na entrada, em seguida a porta se abre e do outro lado se apresenta um senhor de aparência envelhecida, com cabelos brancos, barba comprida e vestindo trapos que no mesmo instante nos pede para entrar.

Ao adentrar o local vi duas grandes fileiras de bancos de madeira, que começavam logo na entrada terminando próximo a uma espécie de altar.

Fiquei surpresa com a aparência interna e o ambiente, tudo tão rústico porém conservado e aparentemente limpo, totalmente diferente daquilo que via a dias do lado de fora.

Enquanto o senhor nos conduzia naquele lugar vi mais a frente algo que me intrigou então perguntei:

- que lugar é esse? E quem é aquele apregado pelas mãos e pés?

Nesse momento eles pararam e me olharam, então Jhon sussurrou para o senhor algo que não consegui entender e continuamos a andar até chegar em uma sala com vários livros e quadros.

Para mim tudo aquilo era lindo, novidade aos meus olhos que incansavelmente saltavam de um canto a outro, enquanto imaginava como tudo isso ainda existia.

Então, Jhon me pede para sentar em uma cadeira próximo a mesa e sai para o lado de fora da sala junto com o anfitrião.

Assim que ele fechou a porta, me levantei rapidamente e me dirigindo até a estante de livros, puxei um livro e quando o abri foi simplesmente incrível, mas não conseguia ler o que estava escrito, era uma língua desconhecida para mim.

Enquanto observava e me indagava a respeito das escrituras e imagens diante dos meus olhos, uma voz falou atrás de mim:

- É um livro todo escrito em Hebraico!

Então olhei para trás:

- Quem é você?

CONTINUA....

DEPOIS DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora