Omnia bella

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Os anos se passaram e eu cresci, mas ainda sim era difícil descrever a beleza do mundo que se mostrava à janela. Hoje, posso traduzi-la através do cheiro do ar puro, ou como o barulho suave do vento em contato com as finas cortinas do quarto, era simplesmente perfeito.

A virada do ano 70 do novo mundo, marcou minha vida porque foi meu aniversário de 20 anos, e foi quando tudo começou. Eu era uma jovem estudiosa, impulsionada por uma fome de conhecimento e curiosidade. Nesse tempo, já tinha conseguido graduação em História sendo especialista em arqueologia, graduação essa proporcionada pela faculdade de tecnológia e inteligência, que pertencia ao governo, era também pesquisadora e chefe do grupo de pesquisa batizada como "Depois do Sol".

Eu gostava do que fazia, quando o assunto era meu trabalho, sempre gostava de ser pontual, porém o único problema era de fato chegar na hora, então não era novidade a minha equipe quase sempre me ver chegando mastigando uma rosquinha ou bebendo um cafezinho que comprara no caminho.

Nós, faziamos a festa, era uma energia tão boa e tão grande, que iluminava todo o ambiente através dos risos e bom humor.

Minha vida assim como a de praticamente todos nessa época, se resumia em casa, trabalho e comunhão em reuniões da comunidade de Salt.

Como de rotina eu sempre executava esse roteiro, não haviam razões para pensar ou discordar, tudo era como tinha que ser, se me perguntassem o que achava disso eu responderia "é perfeito". Não acreditava em destino, para mim isso era uma história, utilizada para alcançar a guerra. Meu lema era, somos o que queremos ser, sem cordas nas mãos e pés.

Naquela época já não existia tantas coisas a serem descobertas do passado, o que se tinha na verdade, era apenas descobertas de peças de antigos protótipos de robôs domiciliares, do novo mundo. Mas como uma persistente jovem, não me cansava e simplesmente continuava a financiar as pesquisas e a pagar meus companheiros de equipe.

Mas não se enganem, nem tudo eram flores em meu interior, por muito tempo busquei respostas para um passado ao qual só haviam fragmentos de informações, daqueles que sobreviveram ao destruidor clarão do céu, que devastou o mundo e quase todos que existiam no hoje chamado velho mundo.

Bem, aparentemente não demonstrava a ninguém, mas por dentro tal questionamento não desaparecia da minha mente, como não sobrou nada? Tudo o que eu sabia, era o que estava disponível para consulta. O que eu não tinha ideia era que essa realidade logo mudaria.

DEPOIS DO SOLOnde histórias criam vida. Descubra agora