DEPOIS DO SOL

O acordar

Atordoada, dormindo e acordada ao mesmo tempo, sentia uma forte dor na cabeça, tentava respirar mas tinha muita dificuldade, então tentava me levantar para buscar fôlego mas não me deixavam. A sensação era de estar sendo levada em uma cama com rodas para algum lugar, ouvia muitas vozes falando perto de mim, simplesmente não conseguia ver nada. Mas conseguia entender algumas coisas:

- É ela? É ela?

- Se afastem por favor, não toquem nela, não toquem!

- O que está acontecendo com ela?

- Se afastem, por favor!

Minha agonia era tamanha, que acredito ser o mais próximo da morte, depois disso apaguei novamente.

Após um tempo em coma induzido, a escuridão começou a ficar mais clara, eu estava acordando. Meus olhos doiam e a claridade da luz era insuportável, mas aos poucos fui me acostumando com a iluminação do ambiente.

Quando finalmente recuperei a visão e minha consciência, percebi que estava em um quarto muito diferente de qualquer lugar que eu já tinha visto, algo bem inferior aos padrões em que vivia, mas percebi que houve um grande esforço para tentar igualar ao ambiente ao qual estava acostumada.

Sem demora tentei me levantar, mas estava amarrada na cama, então comecei a gritar, dentro do quarto:

- Tem alguém ai?
- Me desamarrem... o que está acontecendo aqui?

Fiquei muito incomodada com o fato de me encontrar naquela situação. Após o escândalo, a porta se abriu e um homem com uma máscara de gás entra no quarto, ele me pede para ficar calma, mas seu pedido só me deixava ainda mais inquieta.

Nesse momento, olhei para a porta e vi do lado de fora um rapaz sem máscara, que balançava a cabeça negativamente enquanto olhava para mim. Suspirando forte o encarei de volta, não deixando de observar suas roupas sujas e desgastadas, aliás que eles usavam.

Nesse momento, olhei novamente para o homem mascarado que estava ao meu lado e ordenei que ele me soltasse. Em seguida, entra no quarto um segundo homem mascarado que se identifica como Mentor, ele me pediu que ficasse calma, pois ele iria me soltar.

- Confiança gera confiança, disse ele enquanto me desamarrava.

Finalmente pude me levantar, assim que sai da cama, ele entregou minhas roupas limpas e dobradas e uma máscara igual a deles, e me pediu para que me vestisse, me apontando à porta do que parecia ser um banheiro.

Depois de vestida, aquele senhor cujo o nome me soava um tanto estranho, pediu para que eu o acompanhasse pois gostaria muito de me explicar tudo o que estava acontecendo.

Eva - Me desculpe mas como sei que posso confiar em você? Não conheço nenhum de vocês, e porque estão usando essas máscaras? O endaguei parada próximo a cama onde antes estava amarrada.

Logo ele se virou e disse,

- Como já disse, confiança gera confiança, aqui dentro desse quarto precisamos usar essas máscaras, mas quando sairmos preciso que você use essa que lhe dei, prometo que não lhe faremos qualquer mal.

Então coloquei a máscara e o acompanhei, saindo do quarto entramos em um corredor meio escuro, onde as luzes que funcionavam piscavam, tudo parecia ser muito precário, como se tivesse quedas de energia a todo o tempo, sem falar no mau cheiro que me incomodava muito mesmo usando máscara.

-Desculpa, mas que lugar é esse? Quem são vocês? Como eu vim parar aqui? Perguntei para ele, enquanto andavamos pelo corredor.

Ele então respondeu, - são muitas perguntas, mas não se preocupe, todas elas serão compreendidas quando souber quem é você!