JOVEM DEUS - Após a guerra contra Gaia, tudo que Sabrina Harris mais queria era paz. Não queria mais saber de monstros, missões ou salvar o mundo do apocalipse eminente. Já fazia quase dois anos que havia encontrado essa paz, que tudo no Universo pa...
❝Eu começo a entender as consequências da verdade❞
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
DIREITA, ESQUERDA, ABAIXAR, DESVIAR e rodopiar pelo Campo de Marte, sempre esperando que Jacob fosse me atacar da forma mais brutal, mesmo que fosse só um treinamento em uma segunda-feira de manhã nublada. Já estava começando a ficar habituada as pancadas novamente, agora que tive de trocar de parceiro de treino, regredindo para os dias que treinava somente com Jacob Kim naquele lugar arenoso e com aparência quase brutal, com poucas árvores e uma energia de guerra pairando sobre o ar.
Solto um chiado de dor quando sinto sua espada cortar meu braço esquerdo, me fazendo saltar para longe tarde demais. Jacob solta uma risada pretenciosa.
— Pensando em que? Em como sou terrivelmente lindo ou no fato de que mais ninguém chega perto de você? — Jake questiona, avançando na minha direção e me obrigando a levantar meu escudo no último segundo, fazendo os metais se colidirem de forma barulhenta.
— Nenhum dos dois. — Respondo seca, chutando a canela dele e saindo da armadilha que ele havia me colocado contra uma árvore que ainda se mantinha em pé aos redores do Campo. Atinjo as costelas dele com o cabo da minha espada. Agora quem chia de dor é ele. — Estava pensado em como você é terrivelmente ruim lutando.
Não consigo evitar a provocação, incitando o mais velho a arrumar a postura, voltando a posição de ataque. Em um movimento único e rápido, ele vira em minha direção e sinto a sua mão em meu pulso direito, forçando para que eu largue minha espada. Continuo segurando o cabo firmemente, me negando a ceder a pressão em minha pele, músculos e ossos. Tento bater com o escudo nele, mas Jake é mais ágil que eu e me bloqueia com o antebraço, nunca largando a espada dele. O filho de Marte agora me olhava de forma séria, tentando esconder o ar de diversão em suas feições perfeitamente impecáveis. Sem um arranhão sequer no rosto. Penso em como é injusto ele nunca ter machucado o rosto como seus irmãos e irmãs e de forma involuntária me questiono como ele consegue manter seu rosto fora do alcance de qualquer machucado.
— Não acho que isso seja verdade, Cerejinha. — Não consigo evitar o revirar de olhos com o apelido que ele ainda insiste em me chamar, mesmo depois do fim do nosso namoro.
— Ainda acho que seja verdade, Pimentinha. — Respondo com o apelido que costumava usar, arrancando uma risada de Jacob, o distraindo e me dando a vantagem de me soltar, transfiro a espada para minha mão que segura o escudo e desfiro um soco no estômago dele. Sinto uma dor horrível se alastrar por todo meu braço, provavelmente antes sensível por conta do aperto do menino que agora se contorcia no chão arenoso. A certeza de que machuquei o pulso de vez se faz presente quando seguro minha espada de novo na mão direita.
Mesmo assim pressiono Jake contra o chão com o pé direito, colocando a espada no pescoço dele, ignorando completamente a dor.
— Trapaceira. — Ele diz entre puxadas de ar, tentando se recuperar.
