20. Grande Amor.

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Bianca Andrade Da Silva.

Terminar com o Fred, não foi algo que eu pensei em fazer. E eu só não o fiz, para eu não machucar os sentimentos dele. Mas o Fred nunca foi um cara burro, ele sempre foi bem observador, por esse motivo e outros, ele percebeu o quanto eu ainda amo a Rafa. A uma semana que meu noivado simplesmente acabou, e a uma semana que eu e a Rafa estamos tentando fazer dar certo.

Acho que não somos tão incompatível.

Nesse momento, estou com Rafaella, ela está me ensinando a dirigir a alguns dias. Dtr. Vanessa me deu uma folga na quimioterapia, para que eu podesse sair um pouco. Obviamente que eu não posso ficar mais de três horas, fora do hospital. Não posso fazer muito esforço, sem dizer que se eu passar mal, preciso vir correndo para o hospital.

R: "Eu amo essa música, e você está perfeita nesse clipe." - Rafaella aumenta o volume, ao som de "Hollywood."

Eu: "Foi um dos meus maiores sonhos realizado, está ao lado do Dilsinho e gravar um clipe com ele."

R: "Você está perfeita, minha linda." - Ela coloca sua mão em minha coxa, enquanto prosseguimos pelas ruas de Minas. - "Acha que consegue estacionar ali?"

Eu: "Eu poderia até tentar, mas podemos deixar pra amanhã? Eu não estou me sentindo muito bem."

R: "Claro, você está a bastante tempo dentro do carro."

Eu: "Dirigi pra mim?"

R: "Claro, passa aqui." - Me levanto do banco do motorista, passando para o passageiro. Rafaella segura minha cintura, ultrapassando para o motorista.

Eu: "Pronto, agora vamos logo para o hospital, eu quero ir conhecer sua nova casa."

R: "Fiquei feliz que a Vanessa te liberou essa noite."

Eu: "E sabe o que mais ela me liberou?"

R: "O que?"

Eu: "Comer lasanha, e eu estou com muita vontade de comer a sua lasanha."

R: "Então hoje, iremos comer lasanha de brócolis com queijo."

Eu: "Já estou ficando com fome só de pensar."

R: "O que mais quer comer hoje a noite?"

Eu: "Além da lasanha, eu quero você." - Joguei no ar, e Rafaella parecia uma pimenta.

R: "Bianca!" - Cai na gargalhada, e Rafaella não fez diferente. - "Descarada."

Eu: "Eu sou verdadeira, é diferente."

R: "Vou pensar no seu caso."

Eu: "Pensa com carinho." - Beijei seu pescoço, e ela pareceu se arrepiar.

[...]

Juntei minhas coisas, o que eu iria precisar para passar a noite na casa da Rafaella. Eu estou tão feliz em saber que eu vou poder sair um pouco e respirar ar novo, porque o ar do hospital já estava me dando enjoo. Isso tudo está me corroendo, eu nunca vou vencer isso? Eu sei que sou uma mulher de carne e osso quando coisas desse tipo acontecem. Pois posso sentir a dor do desespero rasgando a minha pele aos poucos. Com isso me sinto mais viva que nunca, a dor nos mostra que estamos aqui e que precisamos superar todos os problemas para, assim, seguirmos mais fortes. Pode doer, anda. Que doa! As lágrimas caem e gosto de pensar que cada lágrimas derramada é um pedacinho da dor que se vai. E, lentamente, esvaio do meu corpo todos os problemas. Mas com a possibilidade de algo pior, pensar nisso não é tão perfeito assim.

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