Sob tantos olhares (Metrópoles #2)

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SIMÓN

— Então eu estava nesse lugar em Ibiza e as festas eram insanas. Muita pegação, bebidas.

Estou tomando uma cerveja enquanto Doug e Wayne conversam com mais dois caras. Cerveja gelada é uma ajuda para enfrentar essa onda de calor.

Eles estão nesse looping sobre festa e viagens praticamente desde que cheguei ao apartamento da Diana para uma social.

Só viemos Anne e eu do elenco da nossa série.

— Eles não param, não é? Mas são pessoas legais. — Anne se senta ao meu lado no sofá. — E gostam de você.

— Eu curto eles também.

Acho que curto, ou é porque eles pensam muito mais em si mesmos que não tem tempo de quererem me conhecer. Eles gostam de falar muito de si, e eu não gosto de falar de mim, é ótimo.

— Achei que talvez fosse sair com Travis, Jana e Gabe hoje. — Ela comenta como quem não quer nada, mas sei que é sobre não sair com Gabrielle.

— Não, nem sei onde eles estão hoje.

Na verdade nós não nos vimos muito essa semana, e quando nos vimos foi gravando ou só nos cumprimentamos. Assumo a responsabilidade por isso porque quis me distanciar um pouco para não parecer que ia rolar algo depois da viagem.

Foi ótimo, estar com Gabrielle foi viciante e eu cheguei a pensar que não queria que o fim de semana acabasse. Mas uma vez que acabou precisou ficar para trás.

— Ei vocês dois, venham aqui escutar essa história também. — Wayne nos chama.

— Já vou, só postando uma foto. — Os dedos de Anne se movem pelo celular arrumando uma foto que tiramos talvez meia hora antes. Ela, seus amigos e eu.

As pessoas tem especulado coisas demais recentemente, sou marcado em dezenas delas. Anne é bastante conhecida e as pessoas são curiosas sobre ela mais do que sobre qualquer um de nosso elenco.

Enquanto ela continua a editar a foto me levanto para ir escutar a história de Wayne e ele me entrega uma nova bebida.

Deixo o apartamento de Diana perto das três da manhã, então quando acordo atrasado sei que foi uma atitude errada.

As gravações começam as oito, nós normalmente não gravamos aos sábados, só em exceções, como hoje. Mas eu deveria estar lá as sete para maquiagem, cabelo, figurino, e agora já faltam dez minutos para as oito.

Eu entro no prédio correndo e vou a caminho do camarim, suor já está escorrendo em meu rosto. O calor foi ótimo no fim de semana e tal com trinta e poucos graus, mas durante a semana chegou quase aos cinquenta graus e pessoas estavam morrendo porque isso é completamente anormal. Hoje pelo menos a máxima será menor que trinta graus.

Assim que empurro a porta ouço a risada expansiva de Gabrielle. Ela não é do tipo que tenta rir contido, você sabe que a risada dela é honesta.

Ela está deitada no sofá do camarim com a cabeça no colo de Travis que está abanando um papel próximo do rosto dela.

Os dois meio que combinam, talvez já esteja até rolando algo. Meio rápido se pensarmos no fim de semana.

— Qual a piada? — Pergunto entrando. — Na verdade, esquece, já vão começar a gravar?

— Ei, bom dia para você também.  — Gabrielle se senta no sofá. — Previsão de dez minutos, vou avisar a equipe que o atrasado chegou e eles vão dar um jeito na sua cara de ressaca e sono.