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SIMÓN

Gabrielle não parece feliz em me ver, mas eu preciso dar razão a ela.

— Como subiu?

— Tinha um cara caindo de bêbado lá embaixo, eu o ajudei e ele me deixou entrar. — Conto a ela o que aconteceu antes de eu ficar cinco minutos parado na frente da porta dela decidindo se batia ou ia embora.

Ela assente devagar ainda segurando a porta meia aberta comigo para fora enquanto me encara.

— O que está fazendo aqui? Não só o que está fazendo aqui as cinco da manhã, tipo por que veio?

Claro que essa pergunta viria, e eu não sei o que responder. Tentei ficar mais sozinho essa semana, no geral mesmo, tentar organizar meus pensamentos porque não queria ferrar essa coisa legal entre nós confundindo com sentimentos.
Então achei que se eu ficasse uns três dias na minha ia acalmar tudo.

Foram dias pensando e até questionando se talvez ela estivesse confusa também. Mas aí um story visto as quatro da manhã me fez perceber que eu tinha que me importar zero com isso.

Do mesmo jeito que ela leva isso só na brincadeira, tipo uma amizade com sexo comigo, poderia ser com Travis também. Afinal, eles estavam flertando essa noite.

Não tenho que me preocupar com ela confundindo sentimentos, quem começou com essa ideia de sexo sem compromisso foi ela.

— Está sozinha?

Minha pergunta vem do fato de eu ainda estar no corredor e ela não abrir a porta, talvez esteja com alguém.

— Não é da sua conta. — A voz dela soa irritada. — Vá para casa.

— Sério?

Seguro a porta quando ela tenta empurrar para fechar. Gabrielle parece ainda mais brava quando faço isso.

— Por que está aqui? — Dessa vez a pergunta dela é mais incisiva.

Não sei a resposta exata para isso, então escolho a honestidade. — Eu vi seus stories, e só conseguia pensar que era uma merda você estar flertando com Travis.

Quando ela dá uma risada debochada a porta finalmente se abre em um empurrão.

— Ah meu Deus, Simón você me ignorou por quatro dias depois de uma viagem incrível e então resolve parar de me ignorar por que flertei com alguém? — O tom de voz dela sobre durante a frase. — Eu não sei que tipo de jogo está tentando fazer, mas não comigo. Com certeza não.

— Não estou jogando. — É meio ofensivo ela pensar isso de mim. — Não te ignorei, só precisava de um tempo sozinho.

— Ah, estava sozinho na noite passada com Anne e os amigos dela? Interessante.

Eu entro no apartamento agora que a porta está aberta e passo por ela. Gabrielle ainda está usando a roupa que vi nos stories dela e dos outros.

— Aquilo não foi minha culpa, eles apareceram de surpresa, sabe como eles são. — Tento me explicar. — Eu queria ficar sozinho, eles não respeitaram isso. Mas eu não podia simplesmente mandar irem embora.

A porta bate atrás dela se fechando. Os olhos verdes estão transmitindo a irritação dela quando ela vem em minha direção.

— Claro que não podia, eu sou a única que você pode afastar tranquilamente.

— Por que você se importa? — Minha pergunta é mais alta do que deveria ter sido. — Eu achei que isso aqui fosse só diversão e sexo. Não era isso que queria?

Sob tantos olhares (Metrópoles #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora