Capítulo 02

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Luo QingYang era uma moça muito jovem e bem afeiçoada, nascida numa família respeitável e que há muitas gerações era próxima da família imperial, condecorada como condessa há pouco tempo, ela com sua personalidade forte, não mediam esforços para se fazer ser ouvida. Desde muito pequena, havia decidido que seria a consorte do Segundo Príncipe Lan, por motivos que somente ela conhecia e que o “noivo” em questão não aprovava, entretanto, a garota era uma boa amiga, aliás, a única que ele tinha fora seu próprio irmão.

Mesmo sendo muito próximos, ela fazia um estardalhaço sempre que chegava e cansava muito o Príncipe, por isso, os guardas tinham ordens, dadas por Lan QiRen, de não deixá-la entrar na propriedade.

-Já que ela chegou até aqui, deixem-na entrar. - respondeu fechando o livro. Se ela estava em sua porta, provavelmente, por algum motivo, liberaram sua entrada no portão principal.

-Bom dia, Sua Alteza. - disse ela fazendo uma reverência teatral. A moça trazia um sorriso resplandecente no rosto, que a deixava ainda mais bonita. Os cabelos castanhos caíam perfeitamente lisos até a cintura, ela sempre usava adornos laterais na cabeça e parecia gostar muito de rosa, tendo uma infinidade de vestimentas da cor.

-Bom dia, Condessa Luo.

-Como está hoje? - ela se aproximou dele deliberadamente e tocou seu rosto - Não há febre. Tremores? - perguntou segurando seu pulso deixando a mão pendente, os movimentos involuntários eram mínimos, ela aproveitou e também checou a pulsação - Seu pulso parece ótimo também.

-Está pensando em se tornar médica, Condessa?

-Só se for para cuidar especialmente do meu príncipe. - respondeu divertida fazendo-o assumir uma feição complicada - Vamos dar uma volta lá fora, já viu como seu jardim está lindo nesta primavera? - ela pegou um cobertor sobre a cama e o dobrou o suficiente para colocar sobre o colo alheio enquanto falava.

-Não…

-Ótimo então! Está na hora de ver antes que o verão chegue e as flores murchem. Você fica trancafiado aqui o tempo todo, não há problema em sair e ver o sol, Príncipe. - ele sabia disso, mas também sabia que não podia ir sozinho e não queria incomodar ninguém, nem mesmo seus servos. A moça assumiu o controle da cadeira e foi o empurrando para fora, uma serva apareceu com uma sombrinha de bambu sobre a cabeça de ambos - Não precisa disso, deixe que o calor dos raios solares penetrem na pele dele.

-Condessa… - a mulher tentou argumentar.

-Está tudo bem. Pode deixar. - respondeu o homem pouco antes de sair do campo de visão da criada.

-Todas essas pessoas te mimam demais, sabia? Mesmo que sua saúde seja ruim, existem coisas que você é capaz de fazer além de ler o dia inteiro.

-Por exemplo?

-Tomar sol! Olhar a paisagem! Poderia até mesmo estar ao lado de seu irmão.

-O estresse pioraria minha condição. Não quero preocupar ninguém.

-Sim, sim, o estresse. - ela riu - Você é uma peça muito delicada de jade, não é, Príncipe? É por isso que precisa de uma esposa atenciosa ao seu lado. Quando nos casarmos, te deixarei fazer tudo que quiser, eu serei a senhora da sua casa e o permitirei viver como bem entender!

-Condessa… Por que escolheu a mim? Se quer fazer parte da família imperial, meu irmão é muito mais adequado. - ela fez um som de pff com a boca e depois riu mais uma vez. Parou a cadeira de rodas sob a sombra de um salgueiro e foi para frente dele, segurando firmemente no apoio para braços da cadeira e inclinando o corpo para frente, quase como se fosse roubar-lhe um beijo, o que o fez recuar.

Scarlet Eyes [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora