Sinopse: Séculos atrás, havia um jovem imperador que comandava com gentileza e benevolência, no seu império, a fome e a pobreza da população foi diminuída, bem como a violência. Entretanto, a família do imperador não era perfeita, seu irmão mais nov...
O Sol completou um ciclo inteiro no horizonte até que os dois se vissem de novo. Lan Huan permitiu o acesso do homem aos arredores da casa do irmão, contanto que os guardas o vigiasse, também ordenou que fosse dado a ele tudo que pedisse e o primeiro pedido, chocando a todos, foi uma garrafa de licor, segundo ele, para se aquecer do frio. Em posse da bebida, o homem sentou-se numa mesa de pedra no jardim de onde podia ver o interior do quarto do Príncipe por uma janela, era meio da tarde, o monarca cochilava sentado em sua cadeira de rodas de frente para a mesa perto da janela, o homem que o observava imaginou que provavelmente ele estava lendo algo e adormecera pelo cansaço, sua saúde era realmente fraca, enquanto sorvia a bebida, o ex-gato começou a pensar em mil e uma maneiras de ajudá-lo agora que era humano de novo, mesmo sem seus poderes, ele tinha conhecimentos que, pelo visto, nenhum daqueles médicos tinha.
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Quando Lan Zhan acordou de um cochilo inesperado, sentiu que estava sendo observado, ao olhar para o lado de fora da casa, teve uma visão tão esplêndida que demorou um pouco para assimilá-la. Uma pessoa muito bela estava sentada numa mesa de pedra do lado de fora, ele apoiava a cabeça com uma das mãos despreocupadamente, enquanto a outra levava um copo de bebida aos lábios.
Demorou algumas frações de segundos para o Príncipe perceber que se tratava do seu... Amigo? De longe não dava para ver os machucados de dois dias atrás, ele estava com os cabelos amarrados num meio rabo alto e roupas pretas com branco, claramente cedidas pela corte, pois eram da mais alta costura, Lan Zhan reconheceria em qualquer lugar. Seu irmão deveria estar o acobertando do tio.
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-Vai pegar um resfriado se ficar aí fora. - disse o Príncipe da janela.
-Você vai cuidar de mim se eu adoecer? - perguntou em tom malandro.
-Não posso cuidar nem mesmo de mim, quem dirá de você.
-Está tudo bem se me emprestar seu colo quentinho. - disse estendendo a ele o copo como se o oferecesse um brinde, e bebeu o conteúdo logo após, com um sorriso convencido no rosto. O Príncipe virou o rosto constrangido e saiu do campo de visão dele - Ei! Espera!
O homem se levantou e foi para dentro da casa, levando sua garrafa de licor e o copinho.
-O que faz aqui?
-Você mesmo me disse que estava frio lá fora. Vim me esquentar com você, oras. Venha, vamos tomar um pouco de licor.
-Eu não posso beber.
-Por que não?
-Faço uso de muitas medicações, meus médicos não recomendam misturar.
-Bobagem! Um pouco de álcool faz bem para o organismo.
-Não, obrigado.
-Você era mais divertido quando eu era um gato. - comentou emburrado, sentando-se num futon no chão com as pernas cruzada em borboleta.
-Eu não sabia que você não era um gato. - tentou se explicar.
-Lan Zhan, eu sou a mesma criatura que esfregava a cauda nas suas pernas e ronronava quando você acariciava as orelhas.
-Qual é o seu nome real?
-Isso não importa mais uma vez que você me renomeou.
-Eu estou falando sério. Preciso saber quem você é ou era...
-Meu nome de família é Wei. Eu gostei do nome que seu irmão me deu. Pode me chamar de Wei Ying agora. - Lan Zhan continuou olhando-o como se a pergunta não tivesse sido respondida - Na época em que eu vivia em Yiling, a comunidade me chamava de Patriarca, não que eu fosse pai de alguém, é que eu ajudei a criar e cuidar do vilarejo.
-Quanto tempo faz desde então?
-Eu parei de contar quando completou alguns anos...
-Quer dizer que você é imortal?
-Não, não. - ele riu - Parei de envelhecer apenas porque estava enfeitiçado, o encanto se quebrou e agora vou envelhecer e morrer como todo mundo, pode ser ao seu lado, se Sua Alteza permitir. - insinuou.
-Por que quer ficar aqui?
-Está brincando comigo? É o palácio real! Vocês têm comida à vontade num estalar de dedos, pessoas fazendo tudo por vocês, sem contar que aqui tem você. - comentou tocando o queixo alheio e recebendo um tapa fraco em seguida que derrubou sua mão - Sabe quantos lugares eu vaguei até encontrar alguém que me acolhesse e quebrasse minha maldição? Andei até esfolar minhas patas, passei fome, levei pedradas e pauladas, quase morri diversas vezes. Se eu morresse enquanto gato, jamais reencarnaria nesse mundo, minha alma seria errante pela eternidade. Antes de você, houve apenas uma moça há muitos e muitos anos, ela era meiga, até cozinhava especialmente para mim, às vezes, eu pensava que ela podia me entender como ninguém. Então os cães do irmão dela me encontraram e eu quase morri de novo. Na verdade ele achou que eu tinha morrido e escondeu meu "corpo", fingindo que eu tinha fugido, depois a moça se casou, se mudou e nunca mais eu a vi. Por isso, Lan Zhan, só você pôde me salvar! Minha alma pertence a você. - ele deu um largo sorriso brilhante que deixou o Príncipe sem palavras - Não fique tímido, você pode pensar em mim como um bichinho de estimação ou... - ele deixou o copo sobre a mesa e se debruçou no colo alheio de maneira manhosa - Seu consorte.
-Pare com essas brincadeiras. - disse chateado, mas aparentemente não de verdade.
-Ora, não é uma brincadeira! Seu irmão mesmo tem quantas concubinas? 5? 10? Ele também é bonitão.
-Não há nenhuma.
-Como não?! Ele tem um eunuco! Eunucos não cuidam das concubinas?!
-Não falamos sobre isso por aqui... Mas ele possuía duas, então meu tio achou que elas estavam tramando uma espécie de golpe de estado, desde então ele faz seleções anuais e nunca aprova ninguém.
-Parece que a dinastia Lan vai ruir em breve. - ele deu uma risada nervosa - Seu irmão é tão bonito e cuidadoso, gentil, amável... Eu já falei bonito? Ele deveria ter um harém. - Lan Zhan não pareceu gostar dos comentários, entretanto não falou sobre. Mesmo assim Wei Ying apertou o abraço, depois pegou uma das mãos de Lan Zhan e pôs em sua cabeça, como se pedisse carinho - Você me pôs no mau costume. - comentou aninhando o rosto no colo dele - Agora eu só quero passar o dia todo sendo acariciado por você.
O jovem monarca não o afastou daquela vez, hesitou um pouco, mas depois começou a acariciar seus cabelos, eles passaram o resto da tarde daquele jeito, até o jantar ser servido.