Rowaelin drabbles/one shots

I Will Not Be Afraid

6 anos após a guerra

Aelin e Rowan estavam dormindo um sono misericordiosamente profundo em sua torre. Mesmo depois de tantos anos, ainda era comum que tivessem pesadelos com tudo que passaram na guerra. Afinal, traumas e fantasmas do passado não desaparecem de forma rápida.

Sua filha de 3 anos, Lyria, estava dormindo em seu quarto, mas ao contrário dos pais, a princesa estava tendo um sono agitado repleto de pesadelos com monstros embaixo de sua cama e em seu armário.

Alguns minutos mais tarde, Lyria acordou assustada de um de seus pesadelos. Sua imaginação fértil de criança não a ajudou muito, já que, estando assustada, as sombras dos móveis de seu quarto se pareciam muito com os monstros de seus pesadelos. A menina correu chorando para o quarto principal da torre, onde foi até a cama dos pais e chamou sua mãe, sua voz assustada e chorosa.

— Mamãe, mamãe! Acorda!

Aelin abriu os olhos e assim que viu o rosto vermelho e inchado de sua filha, sentou-se na cama preocupada, com medo de que algo sério tivesse acontecido.

— O que aconteceu, Lily? — Perguntou Aelin, fazendo uma checagem rápida com o olhar na filha para ver se ela poderia ter se ferido de alguma forma.

— Eu tive um pesadelo, — começou a menina com a voz embargada, sinalizando que mais lágrimas estavam por vir — tinha um monstro embaixo da minha cama querendo me assustar.

Aelin olhou para a filha e a pegou no colo deitando com ela na cama, abraçando-a e acariciando seu cabelo.

— Você está com medo desse monstro, não está? — Perguntou Aelin.

— Sim, mamãe. Ele tinha aquelas pernas estranhas de polvos. — Respondeu uma Lily ainda chorosa.

— Sabe o que eu faço quando eu estou com medo? — A menina negou com a cabeça. — Eu digo para mim mesma: meu nome é Aelin Ashryver Whitethorn Galathynius e eu não terei medo. Tente falar essa frase, mas com seu nome. — Respondeu Aelin, citando a frase que já a impediu de quebrar completamente tantas vezes ao longo de sua vida.

A menina, então, se concentrou, respirando fundo.

— Meu nome é Lyria Ashryver Whitethorn Galathynius e eu não terei medo. — a menina disse da melhor forma que conseguiu, já que ainda possuía dificuldade em dizer seu sobrenome por ser muito nova e sua língua se enrolar com facilidade.

— Ajudou?

— Sim! Obrigada, mamãe.

— Vem, vamos para a cama agora. — Disse Aelin carinhosamente, levantando da cama e levando a filha para o próprio quarto em seu colo.

— Mas mamãe, eu ainda tô com medo de ficar aqui sozinha. — Rebateu Lily enquanto entrava em seu quarto escondendo o rosto no pescoço da mãe.

— Lembra do que a mamãe te ensinou? Use quantas vezes for necessário para conseguir encarar seus medos. E não tem nada embaixo da sua cama, filha, olha aqui, — Aelin acendeu uma pequena brasa em sua mão livre e mostrou para a filha, gesticulando para que ela olhasse — Está vendo? Não tem nada aqui. Foi só um pesadelo, Lily. Está tudo bem.

Lily acenou com a cabeça enquanto repetia, de novo e de novo, em sua cabeça, a frase que sua mãe lhe ensinou, enquanto Aelin a deitava na cama, acariciando sua testa e dando um beijo em sua têmpora, já se levantando para voltar para o próprio quarto.

— Mamãe, — chamou Lily, fazendo sua mãe se sentar ao lado dela em sua cama — conta uma história? Por favor!

— Claro que conto, Lily. Qual você quer?

— Pode ser a da menina que vinha de outro reino e virava amiga da lutadora? — Perguntou a menina, fazendo referência a uma das histórias que sua mãe costumava contar para ela e que, mal sabia a princesa, eram da vida da própria Aelin.

— É competidora, na verdade, Lily, mas pode ser essa sim. Se acomoda que eu vou começar. Era uma vez... — disse Aelin, contando a história que sua filha pediu.