Capítulo 5

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[ Maitê Albuquerque ]

Anotação mental pra me lembrar do porque não gosto de farra aos domingos, uma hora a segunda chega e com ela a vida adulta batendo na porta.

Acordei xingando a Maitê do passado, por ter ido deitar mais de 2 horas da manhã como se não tivesse que levantar as 6. Olhei as mensagens do whatsapp por cima, me levantando depois de me certificar que desativei meus 20 alarmes.

Hoje é o típico dia que queria um banho demorado, mas não tinha tempo. Tive que adiantar minha skin care embaixo do chuveiro e agradeci aos céus por ja ter deixado minha roupa separada ontem.

Bêbada? Sim! Consciente? Também!

— Maitê, você tem 15 minutos! – Meu irmão gritou pelo corredor, no instante que me sentei pra passar um corretivo na cara – Passou disso eu te deixo em casa!

Conhecia meu irmão o suficiente pra saber que ele não faria isso.

Hoje, além da faculdade, eu tinha uma entrevista de estágio e consulta marcada. Ou seja, dia de realmente ser adulta e responsável.

Fiz um coque arrumadinho, joguei todas as minhas coisas dentro da bolsa e desci encontrando meu irmão todo arrumado me esperando na sala.

— Não me acostumei a te ver vestindo assim ainda, meu deus. – Comentei indo direto pra cozinhar pegar meu café – Vai direto pro escritório?

— Nada, vou olhar como está o apartamento. – Respondeu jogando o resto da maçã no lixo – Por isso falei pra você não se atrasar, marquei com o pessoal. Fiz pão de queijo pra ti, coloquei naquele pote de vidro ali.

— Que lindinho, obrigado. – Agradeci quase pulando indo atrás dos pães de queijo – Arthur já terminou o projeto? Você nem me mostrou nada ainda, quero ver como está ficando.

— Quase tudo, falta só os quartos e você descobre como está.

— Saudades de quando você me mostrava, contava e explicava tudo. – Fiz drama – Pessoas mudam mesmo.

— Continuo fazendo tudo isso, dramática. – Riu da minha cara e pegou a chave do carro – Você quem não me conta as coisas, cheia dos esquemas.

— Eu??? Te conto tudo, fale aí o que eu nunca contei.

— Aham, Gabriel e você nada né? – Ri olhando pra cara dele – Ta vendo, esquema seu.

— Não temos nada, só conversei com ele e acho que somos amigos.

— Hum, sei bem. – Bocejou – Tua entrevista é hoje né?

— Sim, de tarde.

— Vai precisar que eu te busque? – Neguei voltando a tomar meu café – Vai ficar andando de uber?

— Tenho uma consulta, se ficar muito tarde eu te ligo.

— Ta certo. – Assisti ele abrir a porta da cozinha que dava pra garagem e me olhar de relance – To esperando no carro, 5 minutos.

— Aham, passo até 10 e tu não me deixa. – Impliquei com ele que riu desdenhando – Te conheço!!!

— Faz o teste! – Gritou ja entrando no carro – Te resta alguns dias ainda.

Fim de noite | YMOnde histórias criam vida. Descubra agora