Capítulo 7

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[ Maitê Albuquerque ]

— Bom dia, pai. – Falei deixando um beijo na cabeça dele, que deve ser o único ser humano que ainda lê jornal no rio de janeiro – Dormiu bem?

— Bom dia, filha. – Sorriu puxando a cadeira ao lado pra mim  – Dormi mais do que bem! E você? Escutei você chegando tarde ontem.

— Fui dar uma volta com um amigo. – Me sentei ja puxando a cestinha de pães de queijo pra minha frente – Nem me liguei no horário.

— Bom, pelo menos você acordou com uma carinha melhor. – Me olhou atencioso, passando uma xícara de café pra mim – Fiquei preocupado ontem, tava quase indo atrás pra saber o que tinha acontecido.

— Nada demais, relaxe que ja esta tudo certo. – O tranquilizei – Saí pra espairecer, encontrei com esse amigo e conversamos bastante. Ja estou bem, de verdade.

— Que bom, filha! – Sorriu animado me abraçando de leve – Mas eai é só amigo mesmo ou preciso me preparar pra outro jantar? Aliás, ele tem nome não?

— Só amigo mesmo, pai.

— Bom, depois me apresenta esse seu amigo para eu agradecer então. – Assenti sorrindo – Fico feliz em te ver sorrindo assim.

— Eu te amo, pai! – Falei só pra ver ele fazer careta e me empurrar de leve – Bobinho.

— Nem de você eu gosto. – Murmurou me fazendo rir – Brincadeira! Amo muito você, gatinha feia.

— Eu sei disso. – Cantarolei tomando um gole do meu café – Não vivem sem mim.

— Convencida.

Ontem, quando cheguei meus pais ja estavam no quarto e meu irmão tinha nem rastros pela casa. O tempo passou tão rápido, que só vim notar que era quase 1 da manhã quando pisei em casa e vi as mensagens no meu celular.

Perdemos a noção do tempo na praia, assim como na sorveteria e na frente da garagem aqui de casa. Tava um climinha bom, tirando que Gabriel passou bons minutos se certificando de que eu estava realmente bem. Por falar nele eu precisava mais do que agradecer, ele não tinha obrigação nenhuma e perdeu a noite inteira de uma sexta comigo.

Nós nos conhecemos não faz 15 dias, ou melhor, tem exatamente 1 semana. Trocamos algumas ideias, não sei muito sobre ele e ontem eu estava la desabafando como se nos conhecêssemos a anos. Talvez, o fato dele não me conhecer de verdade me deu abertura pra ser tão vulnerável.

Tirando minha família, Lorena e Kaio são as poucas pessoas que ja me viram nos piores estados. Normalmente, eu guardava as coisas pra mim até se resolverem e nem eles ficavam sabendo. Ontem, eu ter me sentindo confortável pra desabafar só me pareceu certo e necessário.

— Como foi o jantar ontem? – Perguntei quebrando o silêncio que tinha se instalado na cozinha – Gostou da Milena?

— Sim, muito fofa e educada. Ja seu irmão? – Riu parecendo se lembrar de algo – Nunca o vi tão nervoso, até falei que ele realmente gosta muito dela pra ter ficado daquele jeito.

— Você nem viu nada tá? Ele tá super apaixonadinho, só vejo ele agarrado nela desde que cheguei no rio.

— Ele escondeu bem dessa vez, fiquei tão surpreso que nem soube como reagir na hora que ele sugeriu o jantar.

Fim de noite | YMOnde histórias criam vida. Descubra agora