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"That was then, but then it's true"
Fairytale; Alexander Rybak

Marinette respirou fundo enquanto esticava seus braços e o corpo para encostar seu peito no chão com precisão. Depois, esticou seus braços para alcançar a ponta de seus pés. Claro que nada daquilo doía, ela estava acostumada a fazer aquilo há anos.

Olhou para o relógio em cima do espelho e revirou os olhos. Seu par estava atrasado no primeiro dia de ensaio da peça e isso a fazia se sentir imensamente frustrada.

— Ele chega daqui um tempo. É só esperarmos. — foi tudo que o treinador disse, logo depois de ver algo em seu celular e ao ouvir a respiração pesada que Marinette soltou.

— Certo. — respondeu de uma maneira que parecia dar de ombros, continuando seu alongamento com lentidão e precisão.

Ela não gostava de atrasos. Era algo que parecia inadmissível, embora inevitável. Preferia que as pessoas respeitassem os horários e tentassem evitar os picos no trânsito ou qualquer outra coisa que atrapalhasse horários marcados.

Até porquê aquilo era imensamente importante. Marinette havia sido escalada para o papel de Odette e Odile, da peça renomeada  "O Lago dos Cisnes", da qual ela sempre amou e adorou, sonhando, desde criança, a ser a personagem principal daquele drama.

Havia conseguido realizar, aos vinte anos, seu grande sonho da vida toda. Teria que partir para outro quando aquele do momento fosse cumprido, mas aquilo não importava no momento. Ela estava realizando um sonho, e era apenas naquilo que ela deveria focar.

Quando foi escalada para as personagens, Marinette não sabia descrever o sentimento. Para ela, parecia que mil fogos de artifício explodiam em seu peito, depois de algumas horas se descrevia como imensamente feliz e realizada. Todo seu trabalho da vida toda estava começando a fazer efeito. Ela iria ser notada.

E o fato de seu par, o rapaz que seria dono do papel de príncipe, estar atrasado para aquele primeiro ensaio a fazia querer matá-lo. Mal o conhecia, mas ela já havia nutrido um ódio pelo seu descuido em relação à horários.

Aproximadamente, dez minutos depois as portas se abriram e o rapaz loiro a atravessou correndo. A de olhos azuis teve o prazer de virar e o encará-lo com rancor. Foi preciso pouco para reconhecê-lo.

— Adrien Agreste, seja bem vindo. Por favor, troque de roupa e se alongue. Iremos começar quando o senhor estiver pronto. — o treinador disse, feliz. Algo no jeito que ele falou fez a bailarina entender que ele compreendia o atraso do tal Adrien.

— Obrigado. — respondeu, com as bochechas avermelhadas. A garota não soube dizer se era pela a corrida ou por vergonha.

Ele a encarou por um momento, mas ela virou a cara. Se perguntou se o rapaz havia a reconhecido. Ela iria odiar se esse fosse o caso, já que a imagem que ela tinha dele era de pura e absoluta arrogância, o que o fazia perder mais e mais pontos com ela.

Foi apenas um daqueles momentos em que se conhecem pessoas novas e elas lhe causam a impressão errada. Adrien havia feito isso com Marinette, a fazendo obter a imagem de ignorância da parte dele. Tudo que ela pensava era quão arrogante ele era.

Ela se levantou, respirando fundo, tentando fazer com que esquecesse aquele momento de frustração, que a fazia ficar ainda mais irritada. Sabia que não havia como "recomeçar" com Adrien Agreste, nome do qual havia conseguido saber naquele momento que o treinador disse, e ela nem sequer tentaria. Tudo que poderia prometer tinha relação direta com a dança que iriam fazer juntos.

arrogance | adrinette Onde histórias criam vida. Descubra agora