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"I'm already cursed"
Fairytale; Alexander Rybak

Insuportável. Arrogante. Ignorante. Perfeccionista.

Eram adjetivos que descreviam Adrien Agreste com precisão. Para ele, nada estava perfeito, mesmo com todos os esforços notáveis que a garota de cabelos pretos fazia.

Havia passado algumas semanas desde que o ensaio entre eles havia tudo início. E em nenhum desses dias ela havia abaixado a guarda com ele. O relacionamento entre eles, até então, era apenas profissional e não tendia mudar. Marinette seguia firme com sua cota de xingamentos e frustação em relação ao seu parceiro, mas quase não falava sobre o que se passava em sua cabeça em voz alta.

— Estique e eleve mais a perna. — disse, atrás dela, logo depois de um dos giros, e aquilo foi a gota d'água. Ela parou o que estava fazendo e o olhou com raiva. — O que foi? Com a perna na posição errada não irei conseguir te erguer.

— Você acha que não está bem esticada, Agreste? — perguntou, cheia de ironia e raiva. — Me diga e me mostre o quanto quer que eu estique, por favor! Me mostre onde está errado!

— Com prazer. — respondeu, secamente, se aproximando dela.

Com uma das mãos, segurou a cintura dela — algo do qual já estava acostumado a fazer — e com a outra segurou seu tornozelo e mostrou a posição que a perna deveria ficar. Os toques eram gentis, mesmo com o fato dele estar visivelmente bravo.

— Aqui. — disse, com simplicidade, soltando seu tornozelo lentamente. Voltou seu olhar para ela, deslizando os olhos verdes por toda sua perna até encontrar os olhos azuis em seu rosto, que o olhava com raiva. — Muito difícil?

— Você sabe que não. — rebateu, brava.

— Então não erre. — foi tudo que disse, em voz baixa, perto de seu ouvido. Ela revirou os olhos e voltou ao que fazia antes, tomando o cuidado de acertar a posição que Adrien lhe indicara.

Queria lhe perguntar se estava melhor, mas seu orgulho não a permitia abrir a boca. Realizou todo o processo e tentou fazer a postura com perfeição, tomando o devido cuidado com a posição da perna que Adrien corrigira. O rapaz segurou uma das coxas dela e a outra mão pousou no fim de sua barriga, a erguendo e dando um giro e meio e a colocando no chão, continuando a dança por mais alguns segundos, até a pose em que ele ajoelhava e ela se inclinava e fingia lhe dar um beijo.

— Ficou mais fácil, é? — ele perguntou, sorrindo de lado para ela quando a mesma parou com os giros, o olhando com ódio.

— Cale a boca. — foi tudo que disse, indo em direção à sua bolsa e pegando a garrafa de água. Sua fala causou risos  Adrien.

— Você não perdeu o equilíbrio como nas outras vezes. — ele disse, o que a fez engasgar com a água e tossir algumas vezes. Com os olhos ardendo e lacrimejando por conta da ardência na garganta, Marinette o encarou com todo o ódio que lhe era permitido.

— Eu sei. — ela respondeu, com raiva.

— E você consegue fazer os trinta e dois fouettés? — questionou, indo até ela e pegando sua própria garrafa de água da bolsa e bebendo um pouco do líquido

Marinette parou o que estava fazendo para se virar para o rapaz e o olhar de modo desafiador. Estava próxima dele e sentia o calor de seu corpo, mas não pode evitar a curta distância, já que os movimentos não foram calculados. Ele abriu um sorriso provocativo.

— Está duvidando, Agreste? — sussurrou, não ousando desviar seus olhos dos dele. — Eu estou aqui por conta desses trinta e dois fouettés. Eu sei fazê-los desde os meus quatorze anos de idade.

arrogance | adrinette Onde histórias criam vida. Descubra agora