VÍTOR TRENKER
— 'Tá, agora eu vou falar o que eu queria falar. — avisou, fazendo-me o encarar curioso, após eu respirar fundo. — Eu não estou ficando com ninguém hoje porquê eu terminei um relacionamento faz alguns meses... — comentou, deixando-me surpreso. - Talvez eu não queira sair ficando com meninas por ai só pra tapar esse buraco.
— Você estava namorando? — indaguei confuso.
— É, mas no fim deu tudo errado... — pareceu lamentar, seu olhar caiu sob minha boca novamente, atento com o que eu ia falar.
- E você precisa seguir em frente, uma hora ou outra vai se envolver com alguém, caso realmente não haja chances de reatar esse término, claro. - expliquei.
- Você tem razão, mas acho que por hoje, não quero pensar em ninguém. - suspirou. - No momento eu prefiro associar e digerir as coisas com calma...
— De quem foi a decisão? — questionei ainda estranhando toda aquela conversa.
— Foi minha, mas eu fico pensando sobre isso, as vezes eu acho que queria voltar com ela. — disse arrancando um pedaço da grama e brincando com o mesmo em sua mão livre. — Mas não sei se isso seria certo.
— Mas quem é ela? Eu conheço? — perguntei e logo percebi que agora algumas pessoas agora estavam indo até seus meios de transportes que os trouxeram até aqui.
— Não, você não deve conhecer, eu a conheci aqui. — respondeu, alguns universitários nos olhavam rapidamente, devido à altura em que o garoto estava falando e eu quis enfiar minha cabeça em qualquer buraco de tanta vergonha que eu estava, além de estar próximo ao garoto. — O nome dela é Leah, aquela ali. — apontou para uma garota, de cabelos castanhos claros, presos em um coque que acabava de passar por ali, que logo nos olhou fixamente e pareceu enviar-nos um olhar mortal na direção que estávamos.
— Ethan, não aponta! — sussurrei o repreendendo. - Você quer me fazer ser odiado fácil assim!? De primeira!? - indaguei preocupado.
— Eu não ligo e relaxa, você não vai ser odiado, pelo contrário. — deu de ombros e deixou uma risada fraca escapar, sua fala ainda estava sob o efeito do alcóol. — Mas voltando ao assunto, a situação é complicada, não quero me arrepender se fizer algo errado.
— E qual seria a possibilidade disso dar errado? — questionei. - Talvez não dê e qualquer coisa você pode tirar um aprendizado disso tudo.
— Não sei, mas não quero tentar de novo e continuar a mesma coisa de antes, parecia estar desgastado, sabe? — olhou-me e eu apenas concordei com a cabeça. - E se continuar como estava, o fim vai ser o mesmo, e eu não gosto de ficar repetindo as mesmas vivências, cansa.
— Talvez a dúvida e o receio já sejam uma resposta. Acho que você no fundo já sabe que se há chances de continuar do mesmo jeito, é porque realmente tem grande possibilidade de ser a verdade, a resposta está bem clara, talvez você não queira aceitar isso, por conta de uma possível carência, sei lá. — falei, e o garoto me olhou surpreso, seu olhar estava congelado no meu. — O q-que foi? - minha respiração pareceu ficar desnorteada.
— Você é bom com as palavras, mas eu estou muito bêbado pra entender direito. — coçou a nuca e eu dei uma leve risada. — Também é um bom ouvinte, preciso conversar com você quando eu estiver sóbrio. — concluiu, deixando-me surpreso.
— Tudo bem então, estou a disponibilidade. — brinquei, o fazendo rir. — Seu estado está muito hilário, não entendo esse auê todo de vocês com bebida alcoólica, qual a graça?
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝑻𝑶𝑫𝑨𝑺 𝑨𝑺 𝑪𝑶𝑹𝑬𝑺. 🖤
Teen FictionVitor Trenker no auge dos seus 19 anos já leu todos os romances possíveis, se considera um viciado em clichês e sua experiência literária lhe ensinou a lidar com a frustração de que os clichês do ensino médio não acontecem na vida real. Uma lista de...