VÍTOR TRENKER
Já se passavam das sete e quarenta da noite e eu já estava pronto para a festa, coloquei um tênis preto da Vans, uma calça jeans clara e uma camisa preta com um pequeno triângulo branco costurado no lado esquerdo do peito.
Ao contrário do Christopher que nem no dormitório estava, e a festa estava marcada para às oito da noite, não consigo entender como as pessoas simplesmente gostam de se atrasar e não veem problema nisso.
Suspirei enquanto voltava a me jogar na cama, buscando meu celular num dos bolsos da minha calça e logo entrando num grupo meu e das minhas amigas, perguntando-as se já estavam prontas, porém não recebi nenhuma resposta, sinal de que ainda estavam se produzindo.
É, talvez ser pontual seja um defeito quando se está só nessa. Odeio esperar.
Logo após eu bloquear meu celular novamente e me levantar para ir no dormitório das meninas, conferir se ainda faltava muito, meu trajeto é impedido por Christopher, que acabara de adentrar no quarto e me encarou surpreso, suas sobrancelhas levantadas era um sinal disso.
— Já está pronto? — indagou após fechar a porta.
— Sim, e você também não era pra estar? — questionei curioso, o vendo ir na direção de seu guarda roupa.
— Qual a graça de ir numa festa sem se atrasar? — perguntou-me após jogar uma toalha em seu ombro.
— Não sei, nunca fiz isso, sou pontual, odeio ser o centro das atenções. — o respondi, suspirando, e ele apenas riu. - Eu também detesto esperar. - completo.
— Sendo pontual ou não, hoje você vai ser o centro das atenções, você é novato, esqueceu? Todos vão olhar para você. — rebateu tirando sua camisa, desviei meu olhar para uma escrivaninha que ali havia.
— Quer me fazer desistir antes mesmo de eu chegar lá? — brinco, pondo uma das minhas mãos na testa.
— De forma alguma, você precisar ir. — deu ênfase em sua última frase e me encarou, foquei em seu rosto, eu precisava me acostumar com esse tipo de coisa, iríamos dividir o dormitório, não iria ficar desviando meu olhar para onde quer que seja o tempo inteiro.
— E eu vou, já até estou pronto. — apontei para o meu corpo. — Enquanto você toma banho e se arruma, vou ir lá ver como as meninas estão.
- E dessa vez você vai me perdoar por te fazer esperar. - fez uma careta e sorriu em seguida.
- Tudo bem, hoje eu deixo passar, mas só dessa vez. - fingi moral para passar uma imagem de autoridade, mas não consegui segurar por muito tempo, aquilo não combinava comigo. Como resultado, nós dois gargalhamos.
— De boas, deixa seu número aí na escrivaninha, qualquer coisa eu te ligo quando estiver pronto, caso você não esteja aqui. — disse se recuperando e apontando na direção do móvel que encontrava-se ocupado com alguns papéis espalhados e um porta canetas cheio.
Apenas concordei e o mesmo deu as costas entrando no banheiro. Aproximei-me do local indicado e peguei um post-it que ali havia, juntamente com um grafite e anotei meu número, deixando-o ali antes de sair do quarto.
O dia de hoje estava mais movimentado dentre todo o tempo que estive aqui, talvez pelo fato de que a festa seria brevemente e as pessoas não perdem esses eventos ou mesmo por novos alunos estarem se acomodando em seus dormitórios.
Não demorou muito até eu chegar em frente a porta do quarto 2504, antes eu pensava que os quartos eram enumerados em ordem numérica, mas agora percebi que não. E logo dei três batidinhas, aguardando por uma resposta, que veio de imediato.
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𝑻𝑶𝑫𝑨𝑺 𝑨𝑺 𝑪𝑶𝑹𝑬𝑺. 🖤
TeenfikceVitor Trenker no auge dos seus 19 anos já leu todos os romances possíveis, se considera um viciado em clichês e sua experiência literária lhe ensinou a lidar com a frustração de que os clichês do ensino médio não acontecem na vida real. Uma lista de...