꧁ঔৣ☬Capítulo Dezenove☬ঔৣ꧂

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Como nos outros dias acordei na minha cama e você estava lá, dormindo como um anjo na terra, parecia que sonhava com algo bom já sua expressão era calma.

Me levantei, e me olhei no espelho é. Aquela era eu, com sua camisa que ficava muito grande em mim, com meu cabelo sem lavar a uns dias por pura preguiça, e completamente apaixonada por você. Era oficial, fizemos oito meses de namoro, eu não me importava mais se você era um sonho ou não, eu estava feliz. Muito feliz!

Fui até a cozinha, abri a caixinha da Uru, nossa filha e deixei sair um pouco, coloquei água no bule e o coloquei no fogo para fazer um café para gente, enquanto a água esquentava eu fiquei admirando nossa aliança, e o colar que você me deu, eu não sou muito de usar colar e essas coisas, mas o seu eu usava com orgulho. Como sempre era tudo real de mais, não havia como discernir o real do fictício, isso era um fato que aceitei a muito tempo e não sabia o que fazer.

Assim que a água ferveu, coei o café e o cheiro se instalou na casa, coloquei em nossas xicaras, adocei e fui até o quarto. Você saia do banheiro e assim que me viu deu aquele sorriso que me desmontava inteira, deixei as xicaras na cômoda que ficava no quarto, e lhe dei um abraço, mas estava diferente, o clima em nossa volta, até mesmo Uru, já que ela não tinha pulado em meus braços como sempre faz, e você era o que mais estava estranho, senti isso pelo abraço, era como se sentisse medo.

Lhe perguntei se estava tudo bem, e você apenas concordou com a cabeça. Dizem que os olhos são as janelas da alma, eles mostram a verdade mesmo que você não queira dizer e eu vi em seus olhos que não estava nada bem.

Mas deixei de lado, apesar da noite de ontem ter sido perfeita, o dia foi estressante, talvez você estivesse sentindo a dor agora, apenas decidi esperar seu tempo, sabia que você me diria. Com nossas xicaras em mãos voltamos para a sala, e lá assistimos um filme de comedia romântica. Você que decidiu ser esse gênero, estranhei obvio, mas mais uma vez deixei isso de lado, depois do almoço, você perguntou se não queríamos sair. Falei que sim, afinal não tínhamos nada pra fazer, coloquei um short pegamos os documento e saímos, andamos pelo bairro, olhando as casas, o céu, as crianças que corriam despreocupadas com o futuro vivendo o agora apenas, e quando vimos estávamos na mesma cafeteria que nos conhecemos, soltamos uma risada e entramos no estabelecimento, pedimos o de sempre, você um expresso com beijinho e eu um café com leite com carolinas, subimos para a sacada e ficamos lá olhando a vista e curtindo a presença um do outro.

Você em nenhum momento soltou minha mão e mesmo quando parecia que soltaria, apertava mais forte como se quisesse ter certeza que eu estava lá.

-Você acha que isso é um sonho?

Estávamos em completo silêncio e você o quebrou com essa pergunta

-Eu creio que sim sabe? Pois você Kris, é perfeita de mais para ser real.

Por um momento achei que você estava falando serio, seria uma prova de que você era real? Mas vi que era apenas um de seus muitos elogios pra mim, e como em todos, corei. Você adorava me ver corada.

Saímos e fomos pra casa, estava de noite havíamos tomado banho, e agora estávamos deitados na cama, com Uru em nossos pés. Foi quando aquele sentimento surgiu do mais profundo de minha mente, e naquele momento eu estava feliz, realizada, completa. Olhei para você e vi aqueles olhos pela qual me apaixonei perdidamente, olhei suas pintas e mais uma vez um meses fiz um desenho aleatório, uma constelação nova. E lhe beijei, com todo o meu amor, e você também me beijou, em questão de segundos estava em cima de mim, me beijando calmamente, quando o ar fez falta nos separamos, mas você continuou a dar beijos em minha face e em meus lábios.

-Eu te amo Kris.

-Eu te amo Ren.

A noite se foi, dormi em seus braços, mas acordei sozinha. Não entendia o porquê, não havia o cheiro do café em casa, sai da cama e comecei a olhar pela casa, não havia sinal seu, nem da nossa filhinha, me assustei, me preocupei. Decidi me vestir, quando abri meu guarda roupa muitas de suas roupas não estavam mais lá, apenas as que eu mais usava. Quando percebi lagrimas caíram sobre meu rosto, saí daquele quarto furiosa não. Você não. Não agora. E fiquei naquela sala esperando você aparecer na porta e quando a noite novamente chegou aceitei que você havia ido embora, me sentia a pior pessoa do mundo.

Estava indo pra cozinha para comer uma bolachinha ou algo assim quando vi um recado seu na cafeteira, com sua letra

"Minha princesa,

saí rapidamente, logo voltarei. Lhe prometo

Até logo."



20.12.25

Cara garota do café,

começo essa carta lhe pedindo perdão. Nunca escrevi uma carta de despedida e de amor, apenas colocarei o que sinto em palavras e espero que não me odeie.

Dói em mim saber que não sonharei mais contigo, que não verei seu sorriso, sua dancinha quando come algo gostoso, que não ouvirei mais suas piadas sem graça, mas que alguma forma me fazia rir muito. Dói pois agora sei, depois de um ano, que assim será melhor, tenho que lhe deixar.

Não sabe como foi sonhar contigo nesse ano, o sentimento de vazio que se instalava em mim assim que o sonho acabava, e eu tinha que seguir minha normal, mas a todo momento lembrando de você.

Logo irá fazer um ano que lhe vi pela primeira vez, naquele café. Sonhava com aquele lugar já tinha um tempo e por algum motivo decidi ir mais cedo para lá, e por essa decisão minha pude lhe conhecer, e esse ano foi o melhor de minha vida, ela mudou completamente e apesar de eu não gostar muito de mudanças, adorei esse novo rumo que tomei contigo.

Lembro quando lhe pedi em namoro, cheguei a um estado de que precisava de você tanto que queria criar um laço com você. Jurei que não iria aceitar já que, quem era eu não é mesmo? Mas quando ouvi o som do sim deixar seus lábios, uma felicidade grotesca se instalou em meu peito, foi tanta que chorei.

Chorei por que eu sabia que era você que iria trazer o brilho que faltava. E eu nunca estive tão certo. Tudo mudou, dês do meu sorriso até meu olhar para o mundo real. Uma esperança surgiu a de que que você fosse real.

Eu preciso que você seja real.

Me pego lembrando daquele dia que demos nosso primeiro beijo, foi num dia chuvoso, gostamos de chuva. Estávamos assistindo uma serie, você estava concentrada no enredo, já eu estava olhando sua face e guardando cada detalhe em minha mente, foi quando você virou e me pegou lhe observando, foi como se você tivesse descoberto meu segredo, meu coração faltou sair de minha boca de tamanha ansiedade que sentia, e quando finalmente senti seus lábios nos meus, foi quando me senti completo, o mundo a nossa volta não importava mais, nem mesmo se você existia ou não, nem se eu não existia, nada importava, era você e eu. Fora algo totalmente indescritível, nem a palavra perfeição se compara aquele momento.

Eu te amo.

Creio que disso você já sabe, e pelo meu amor por ti, lhe deixo ir.

Você estará sempre em uma parte especial de minha mente, você é especial, sempre será.

Chega uma hora em que o sonho tem que acabar, é minha hora de acordar e te achar nesse vasto mundo real que é uma tremenda de uma bosta. Pois você não está aqui.

Em cada letra dessa carta está um pequeno pedaço meu, um pedaço do meu amor.

Eu lhe amo daqui até a lua.

Agora à luz da lua e das estrelas peço, que um dia possamos nos encontrar, espero que logo pois se não enlouquecerei, saiba que para sempre você será

minha pequena.

meu anjo.

minha amada.

minha namorada.

meu amor.

minha garota do café.

Adeus meu amor,

seu garoto de olhos negros.

Caro garoto de olhos negrosOnde histórias criam vida. Descubra agora